FLASHBACK . "Com certeza, Yas. É a coisa certa. Não fique pensando nisso." Joseph era como um irmão para Anastasia, então era de se esperar que, inicialmente, tenha demonstrado certa resistência naquela enrolação dos dois. Como tudo na vida, no entanto, aos poucos o relacionamento dos dois foi ganhando um grande espaço em seu coração e começou a perceber como havia muito carinho entre os dois nos pequenos gestos. Como uma boa intrometida, uma vez ou outra olhava os sentimentos de ambos e pareciam genuínos o suficiente para que não duvidasse sequer um momento que desse certo. Anastasia, mesmo sendo uma romântica incorrigível por conta da mãe que tinha, acreditava que um bom amor era construído a partir de confiança e vontade de ambas as partes. Na sua percepção, aquele parecia o caso deles. "Não pense nisso!" Quase saiu em forma de repreensão, mesmo que não fosse sua intenção. "Pense que é bom viver todos os dias com alguém que te ama e te deseja o melhor. Tempo é apenas uma percepção. Pessoas diferentes têm percepções diferentes. Ao mesmo tempo que dois meses pode parecer um tempo gigantesco para mim, para outros dois meses é nada." Deu de ombros, já que, para ela, amores não eram para serem vividos como se tivessem data para finalizar. Não era assim que funcionava, mesmo quando eram semideuses. Deuses, quase sentia saudades de se apaixonar de forma avassaladora. "É isso que importa. No mundo que estamos, sendo feliz você já tem mais do que a maioria." Uma risada escapou dela, já que era uma verdade.
Já imaginava que fosse ouvir alguma coisa a respeito de Joseph e sua felicidade afinal conseguia ver isso nas expressões dele sem precisar de um poder para sentir emoções. Não que ela estivesse diferente, mas sempre foi muito contida, fria e regrada a respeito de emoções. Ela precisava ser assim para manter seu poder sob controle e também porque possuía mais desafetos do que afetos durante sua longa jornada de vida. ❝ ― Só... Aconteceu. Ainda não sei se fiz a coisa certa, mas a vida é muito curta para se pensar demais, não é? ❞ — Perguntou para a garota buscando por alguma segurança de que estava tudo bem. Estavam enfrentando momentos difíceis no acampamento e parecia que se tornaria ainda pior, então era comum que pensasse que a qualquer momento acabasse morta. Com Flynn foi assim. ❝ ― Então só vou tentar aproveitar enquanto ainda temos tempo afinal semideuses não vivem tanto assim. ❞ — Não queria pesar o clima, mas a frase saiu de maneira inevitável. ❝ ― Desculpa. Péssimo momento, mas... Enfim. Tô feliz e bastante, e isso me basta por agora. ❞
ʚ com @alekseii .
ʚ em anfiteatro .
Como o pavilhão tinha sido destruído, Anastasia estava focada em achar um lugar que pudesse ter um pouco de paz para realizar as refeições. Naquele dia, estava comendo um pouco de uma barra de proteína, o corpo ainda brilhando de suor após realizar um treino intenso de luta corpo a corpo. Ainda sim, estava animada com a peça que estava ensaiando com o grupo e, por conta disso, tinha colocado para tocar Touch-A, Touch-A, Touch Me no fone mágico. Os olhos permaneciam fechados, absorvendo a música e as nuances que tinham na voz da personagem. O reflexo, no entanto, fez com que os pelos se eriçassem e, quando olhou para cima, encarou um par de olhos claros. Tirou um dos fones, imediatamente confusa. "Você está falando comigo?"
FLASHBACK . "É estranho mesmo. Esperava mais das comidas dos que das pelúcias." Tentou brincar com a situação, uma vez que já haviam vários filmes a respeito de comidas que criavam vida e assustavam os humanos. Ainda sim, uma risada sem humor saiu dela, disfarçando a dor que parecia atravessá-la cada vez mais. Talvez fosse necessário uma dose mais forte de ambrosia com algo para dor. Os hematomas mais fortes continuavam salpicando a pele a semideusa. "Para ser sincera, nem cheguei a observar muito em volta. Sabia que tinha vindo de algum lugar, mas... Aconteceu tão rápido." O comentário saiu de forma tão envergonhada, principalmente porque Anastasia, que pedia tanto sabedoria para Atena, deveria ter analisado melhor a situação. A mente, no entanto, estava confusa e alcoolizada, propensa a tomar decisões terríveis. Os olhos dela foram novamente para a cabeça de Yasemin, como se tentasse analisar se a outra realmente estava bem. Talvez os gritos dela sempre ficassem marcados em sua mente. "Não sei, Yas. Sinto que vem mais coisa."
Yasemin apenas assentiu com a fala de Anastasia desejando que ficasse bem mesmo, embora suas dores, naquele momento, fossem mais emocionais e enraizadas. Eram mais difíceis de curar. Ela balançou a cabeça levemente para afastar qualquer pensamento que a levasse divagar e deixasse que sua atenção sumisse da amiga ainda falando consigo. A menção a Mulher Maravilha fez a turca rir fraco e sem humor. ❝ ― Engraçado... De tanta bizarrice que já vi nesse mundo de deuses, nunca achei que veria ursinhos de pelúcia lutando com tanta fúria. ❞ — Disse baixinho. As memorias ainda estavam meio nubladas, mas se recordava de alguns momentos que viu as pelúcias travando uma batalha com diversos semideuses. ❝ ― Você lembra de ter visto alguma coisa suspeita antes de ser atacada? ❞ — Não era o momento para aquilo, mas Yas não resistiu em fazer aquela pergunta. Apenas queria algumas respostas para suas dúvidas. Principalmente porque agora tinham outro campista morto.
As palavras dela fizeram com que, por um momento, absorvesse aquela informação. Talvez a utilizasse futuramente, mesmo que soubesse do envolvimento dele com Kitty e Mary, mas era uma grande fã do caos. A mente foi, por um momento, para as possibilidades, mas logo focou no que estavam fazendo ali. Os sentimentos das pessoas tinham efeitos adversos em Anastasia, que poderia, facilmente, compartilhar deles, se fosse o seu desejo. Assim que a mente conectou, no entanto, percebeu que não seria uma boa coisa compartilhar daquilo, principalmente porque estava cansada de sentir medo, mesmo que o causasse facilmente em Aidan. A expressão permanecia de tédio, mas a mente funcionava para transmitir as informações através da ponte que se formava entre as mentes. Era interessante ver como o outro batalhava contra ela, tentando lidar com os sentimentos. Mesmo que não controlasse fortemente, havia uma resistência do poder dele, que ameaçava sair a qualquer momento. Sabia que o odiava, porém torcia para que fosse capaz de batalhar contra a ânsia de fazer o poder escapar. Não queria mais passar por aquela situação novamente e, mesmo que fosse motivada por motivos egoístas na maioria das situações, esperava que outras pessoas não fossem influenciadas involuntariamente pelo filho de Ares. O medo dele fazia com que arrepios percorressem seu corpo, mas não retirou o laço que tinha formado anteriormente, por mais que ansiasse virar as costas e ir embora. Pensava muito no que poderia fazer, na vulnerabilidade da situação, e se não estava passando por um limite realizando aquilo, principalmente tratando-se de uma instrutora. Sabia que haviam formas mais sutis e não tão extremas de testá-lo, mas estavam desesperados, principalmente algo maior que eles estava acontecendo. Anastasia precisava que todos estivessem em sua melhor condição.
A surpresa dela foi explícita na expressão, ao mesmo tempo que havia um leve orgulho do que tinha feito (não que fosse confessar em voz alta, é claro). "Certo." Umedeceu os lábios antes de permitir que a mais intensa das sensações o invadisse: a raiva. Filhos de Ares, no geral, tinham dificuldade com essa, uma vez que eram conhecidos pelo temperamento explosivo. Por isso, afastou-se ainda mais alguns passos, sentindo aquela rede de informações ser enviada pelo laço mental até a parte do cérebro que processava os sentimentos. O gosto amargo e as bochechas coradas rapidamente invadiram Anastasia, que tentava forçar-se a não quebrar a conexão. Mesmo que o controle dos sentimentos fosse algo fácil para ela, que já tinha consciência plena dos poderes, ainda sim haviam aquelas que demandavam um esforço maior dela. A expressão de tédio foi alterada para uma concentração, evidenciada pelas sobrancelhas que se juntavam. "Me fale se tiver qualquer sinal de descontrole." O aviso veio com certa preocupação na voz.
Deu levemente de ombros com a possibilidade. "Se pedir com educação, talvez." O riso nervoso surgiu em seus lábios. Estava à mercê de qualquer efeito que viesse a emanar da filha de Afrodite e, quebrar a dureza do ambiente daquela forma, não pareceu uma boa ideia. Isso ficou evidente após as palavras dela. Soltou um longo suspiro ao sentir uma estranha confusão emocional cruzando seu peito, como se fosse afetado por um turbilhão de conclusões em um micro segundo. Tomado pelo desejo de concentração, fechou os olhos e relaxou os ombros. Precisava distanciar o emocional de seu corpo, era essa a instrução que havia recebido de Charlie, Quíron e de outros colegas que o acompanhavam naquela reabilitação. Estranhamente, passou a sentir um estranho nó se formando em sua garganta, apertando cada vez mais, esfriando o seu corpo. Quando o tremor atingiu suas pernas, a estrutura de seu corpo balançava levemente com a força da emoção que lhe acometia. Pavor. Tudo que Aidan sentia era mais intenso, sempre foi assim, desde a infância, mas controlado por Nastya parecia ainda mais impactado. Os olhos abriram e se arregalaram. O ambiente parecia assustador, a sensação de que algo iria acontecer, de que algo estava à espreita, de que a escuridão ao canto da sala teria um inimigo guardado. Olhava ao redor de si enquanto o tremor tornava a escalar por seu corpo. As mãos chacoalhavam e produziam o barulho de suas pulseiras se chocando. A filha de Afrodite parecia amedrontadora mesmo com o fino semblante de tranquilidade.
Conseguiu identificar dentro de si o calor que subia em seu peito, o mesmo calor que causava a febre que antecedia a liberação da cólera. Passou a domar aquela sensação através da respiração, harmonizando-a pouco a pouco, levando seus pensamentos para uma zona de conforto dentro de si, repetindo mantras para apaziguar suas emoções. Aos poucos conseguiu conduzir seus pensamentos para a estabilidade dentro do medo, a queimação no peito se esfriando com uma baixa do efeito da intervenção mágica em seu corpo. Finalmente, dentro do medo, encontrou a segurança. "Estou conseguindo. Próxima emoção! Sem pausar!" Exclamou vinculando os olhos aos da semideusa.
Fechou os olhos por um segundo, absorvendo as palavras alheias. Poderia não estar tão diferentes, mas, ainda sim, sentia os olhares, curiosos em saber como poderia uma filha de Afrodite ostentar uma cicatriz. Algo que poderia ser superficial, mas que ainda assim impactava na percepção alheia sobre quem era. Talvez não de Raynar, pelo que demonstrava, mas sim de outros campistas. Mesmo que soubesse que não deveria se preocupar com a opinião alheia, Anastasia preocupava-se até demasiadamente. Um suspiro escapou dela, quase como se estivesse cansada. O corpo continuava recuperando-se do que tinha sofrido naquela noite, sendo explícito nas bandagens que colecionava. Alguns hematomas ainda desabrochavam em suas pernas principalmente, sendo a área que tinha sofrido mais com o ataque. "Por que as coisas tem que mudar?" Não perguntava para o filho de Zeus e sequer para si mesma. Por um momento, perguntou ao próprio destino, que amarrava o mundo como ele era, que decidia quem se machucava e quem ficava impune. Deuses poderiam ser deuses, obviamente, mas os acontecimentos ainda eram punidos pelas ações que não tinham controle. A semideusa ficou em silêncio conforme o braço alheio a segurava, não esperando que aquilo fosse acabar assim. Era confortável, no entanto, uma vez que costumavam fazer aquilo frequentemente antigamente. Não tentou afastar-se ou sequer fez grandes movimentos, apenas um ou outro para que não acabasse em cima de algum ferimento mais grave.
Escutar as palavras alheias foi como levar um soco merecido. Sabia que o ex-namorado tinha razão, mas não quer dizer que era fácil escutar aquilo. Não era o tipo de pessoa que gostava de pena ou que os outros se preocupassem com ela, mas lá estava ela, lamentando por algo que já tinha acontecido. Por um momento, sentiu-se culpada, afinal tinham pessoas ainda piores que ela. Alguém tinha morrido. Ainda sim, ficava lamentando por ter sido tola e lutado com as pelúcias. "Talvez eu devesse. Vou falar para Max para colocarmos um sino em nosso chalé. Deixe Esmeralda saber onde estou." Tentou brincar para que a situação não ficasse tão pesada, mas não havia tanto humor nas suas palavras. Ficou em silêncio novamente, afundando-se um pouco mais no abraço alheio. O próprio braço desvencilhou da mão alheia, indo para as costas dele. Deslizava os dedos pela região, perdida nos próprios pensamentos e sentimentos. Mesmo que não fosse confessar em voz alta, era estranhamente reconfortante e familiar estar ali. Fazia com que pensasse mais claramente e conseguisse pensar em uma rota de o que poderia fazer para melhorar. "Obrigada, Raynar." Era estranho escutar a própria voz falar o nome dele depois de tanto tempo sem dizer, tanto que permaneceu com os olhos em lugar nenhum quando falou, sabendo que provavelmente ficaria envergonhada. Eles jamais falavam um nome um do outro, exceto em momentos íntimos. Não falá-lo naquele momento, no entanto, parecia errado. Ao mesmo que sentia-se aliviada, Anastasia sentia como se estivesse mais pesada do que nunca. Sempre houve certa expectativa que envolvia seu nome, que geralmente era carregado por uma ideia de beleza eterna e, ao mesmo tempo, uma guerreira, principalmente devido à reputação que tinha construído com a instrução de espada. Em uma noite, tudo parecia ter escorrido dela. Todas as certezas evaporaram com rapidez e continuava naquela inconstância de humores. Levantou o rosto, encarando as orbes claras alheias. "Vou melhorar em breve, acho que só... Não sei. Parece que tudo que eu era simplesmente mudou do nada." Gostava da imagem enrijecida e perfeita que carregava, mas era cansativa. Talvez fosse esse o motivo de estar vestidos mais soltos e não estar preocupando-se em passar maquiagem (além de, é claro, não suportar se olhar no espelho). "Fui derrotada de novo. Não importa quanto treino eu passei todos esses anos, sucumbi a pensamentos tolos de heroísmo e movidos a uma necessidade de me provar de alguma forma. Pelo menos, consegui ajudar alguém, mas... Eu fui derrotada." Mesmo que soubesse que provavelmente levaria outro sermão, Anastasia achou que era um bom momento de desabafar e depois fingir que nada tinha acontecido. Provavelmente nem ela nem Raynar tocariam no assunto assim que saísse daquele quarto, voltando na rotina de trocarem mais provocações do que qualquer coisa, então não tinha com o que se preocupar.
A expressão fechada segurava o revirar dos olhos, um sentimento crescendo no peito que misturava os dois opostos de uma escala pré-estabelecida. A raiva de si, por não saber colocar em palavras a resposta que parecia clara em sua mente. A frustração dela em não seguir adiante, não pegar para si o papel de tentar resolver aquela rusga entre eles. E era um absurdo pensar daquela maneira, como se pudessem adivinhar o que passava em sua cabeça só olhando nos olhos. Você esconde muito, filho de Zeus. A realidade caindo naquele nicho com a mesma facilidade com que outras explicações surgiam. Esconder ou não saber? Colocar um filtro tão confuso quando suas demonstrações de falta de controle nas luzes ao redor do pescoço. O baile o provocava, à distância, cutucando em lugares que não gostava de ser perturbado. Tanto tinha feito, tanto tinha ido além dos limites, e tanto tinha conseguido de dor de cabeça ao analisar cada um daqueles desvios de caráter. Raynar se pegava em conflito, o passado com o presente. O que tinha feito para garantir a sobrevivência com a esperança de que continuar sobrevivendo talvez não seja mais a palavra ideal. Anastasia tinha um pezinho nisso, assim como seu grupo da missão em busca da poção de Asclépio. Daquele com lágrimas nos olhos e da garota insistente de olhos azuis. Não se apegue, siga sem ninguém. E sua mão enroscava no cabelo macio da ex, envolvida pelo calor da feminina que pousava por cima.
Dois pesos, duas medidas. Tudo provocado pela criação de pais divinos com tantos erros quanto os mortais. Era hipocrisia colocar-se em tão alto lugar na cadeia de poder e cometer os mesmos desvios daqueles que desconsideravam na maior parte do tempo. Humanos. Descartáveis até a segunda página, quando eram excelentes em suas características e os deuses se enamoravam. Distrações de uma vida sem fim. “ 🗲 ━━ ◤ Você não mudou. ◢ Começou de cima, ainda sentado na cama e olhando para baixo (grande surpresa!), o polegar acariciando a lateral da mão entrelaçada de Anastasia. “ 🗲 ━━ ◤ Mas mudou. ◢ O rosto virou uma careta imediatamente. Falar em forma de enigmas eram tão fora de personagem. Expressar era tão difícil. Raynar soltou um resmungo audível ao desistir de tentar ser o racional, caindo para trás na cama. Escorregou para baixo, entrou mais nos cobertos e passou o braço por baixo, encaixando-a contra o peito. Só assim pegou a mão de novo, os dedos brincando no ar, na posição em que estavam erguidas. Olhar o teto riscado de negro acalmava. Seu poder criando veios escuros na tinta branca, descendo pelos pilares de mármore que enfeitavam cada canto do largo ambiente. “ 🗲 ━━ ◤ Você não está desfigurada, Anastasia. Seu rosto permanece o mesmo, com a cicatriz por formar. A mudança não é absurda. ◢ Sensibilidade? Eles tinham compartilhado a cama vezes demais para que algo assim ficasse no caminho. Quando ela perguntava sua opinião, não era buscando a cobertura açucarada de uma mentirinha inofensiva. “ 🗲 ━━ ◤ Essa incerteza só vai piorar se não encarar logo, de frente. Ver por você mesma o que foi lhe dado e, a partir daí, criar um plano para superar. Não ver não impede que ninguém mais veja. Pretende seguir a linha de Afrodite com aquelas roupas? De tirar os "defeitos"? Vai esconder como Quasímodo? Você sabe qual é a resposta certa e eu garanto, não é minimamente tão assustadora quanto pensa. ◢ Virou o rosto para pressionar os lábios na linha dos cabelos de Anastasia, logo acima da testa. Aquele tinha sido um discurso duro, mas necessário (em suas concepções). Seu braço a apertou com mais força, reassegurando. “ 🗲 ━━ ◤Você ainda é linda, firecracker. ◢
[ 📩 sms to zev ] : e você está certa! quem essa garota pensa que é para falar do nosso irmão assim?
[ 📩 sms to zev ] : mais uma mal amada para encher o saco? não, obrigada
[ 📩 sms to zev ] : e eu sei que se você conversar com o max ele vai entender, zev!!!
[ 📩 sms to zev ] : é o max, mesmo que ele tenha passado por bastante coisa
📩 ZEV para TASSIA: tem razão, eu já chorei, agora eu tô bem
📩 ZEV para TASSIA: ela disse que eu só queria procurar culpados quando tava nítido que era o Max e que ele só não tinha me envolvido na coisa toda porque eu não sou nada pra ele, basicamente
📩 ZEV para TASSIA: isso me deu nos nervos e eu posso ter dado a entender que odiava o Elói 🥲 em minha defesa, foi quando jogaram lixo no nosso chalé e picharam tudo, meu sangue tava quente demais
# ʚ♡ɞ STARTER para @maximeloi em chalé de afrodite .
Não era uma pessoa que expressava-se facilmente, principalmente porque acreditava que existia essa fachada que deveria manter: a Anastasia irreverente e durona. Tinham a subestimado, inclusive ela mesma, desde que tinha sido reclamada filha de Afrodite e, por conta disso, demorou até que conquistasse o cargo que almejava. Haviam poucas pessoas para quais se abria e os irmãos eram uma delas. Bateu duas vezes na porta do irmão e, quando não obteve resposta, não hesitou em abrir a porta. Se não pudesse entrar, ele responderia, certo? Desde que vivenciaram os seus piores medos, Maxime estava... Sumido. Não que pudesse culpá-lo, já que ela mesma começou a dedicar-se quase exclusivamente no treinamento com a espada e a corrente, acreditando que poderia aliviar os próprios pensamentos com suor, assim como faziam os filhos de Ares. No entanto, não funcionava muito bem para si, já que ficar em silêncio fazia com que ficasse ainda pior. "Ei, quer conversar?" As palavras saíram baixas, deitando-se ao lado do irmão sem hesitação. Não tinha problema em demonstrar afeto e carinho por ele, já que, mesmo sendo competitivos, sempre estiveram um ao lado do outro. A mão dela foi até as madeixas dele, acariciando como uma forma de garantir que Max entendesse que, independente do que acontecesse, Anastasia estava ali por ele. O irmão era uma das pessoas que mais amava no mundo inteiro. "Porque acho que ambos estamos precisando."
@silencehq
A risada dele fez com que os olhos de Anastasia brilhassem, cheios de curiosidade e alegria genuína. A filha de Afrodite sentiu como se pequenos raios de sol atravessassem o coração dela. A felicidade dele era contagiante, e ela não pôde deixar de se sentir animada pela notícia. Com um olhar cúmplice e um sorriso largo nos lábios, sentiu o peito esquentar com o sentimento que a atravessava. Talvez por ser filha de Afrodite, mas notícias como aquelas pareciam fazer com que o dia dela ficasse melhor. Quase conseguia escutar os passarinhos cantando mais perto. "Que maravilhoso ouvir isso!" Anastasia exclamou com sinceridade, sua voz melodiosa transmitindo o entusiasmo genuíno que ela sentia. Não hesitou em aproximar-se ainda mais do amigo, os braços envolvendo o corpo dele automaticamente em um abraço apertado e animado. "É ótimo ver você tão feliz. Já estava me perguntando qual era o problema de vocês dois." Não deixou de brincar, uma vez que já tinha tocado naquele assunto mais de uma vez. A semideusa pausou por um instante, olhando para o horizonte antes de encarar novamente o amigo. Os pensamentos voaram por um segundo, pensando se havia algo incrível assim para contar para ele. Mesmo que quisesse falar sobre o que tinha acontecido, não era o momento para estragar a felicidade alheia. Por conta disso, manteve o sorriso animado nos lábios. "Como para mim, tenho novidades sim, mas nada tão formal quanto um namoro." Riu levemente, com um brilho travesso nos olhos. "Mas posso te contar que a coisa mais emocionante que aconteceu recentemente foi uma nova coleção de vestidos que comprei." Amava moda, então novas compras realmente faziam o coração dela bater mais forte. "Agora você vai sentar aqui e me falar como você pediu ela em namoro."
Quando não estava enfiado embaixo d’água por aí, um dos poucos lugares que sempre ia para comer alguma coisa enquanto observava a bela vista do lugar era o terraço. Estava escorado no batente, com um lanche natural já pela metade em mãos, quando ouviu a voz familiar que rapidamente chamou sua atenção. — Ei, Nasty! — Acenou para a filha de Afrodite que, por sinal, estava bem mais radiante e bonita naquela manhã. Não que ela já não fosse, mas sabia que o local e toda a aura que o envolvia contribuíam para tirar das feições de cada um o cansado da dura realidade que enfrentavam todos os dias. A pergunta o deixou confuso por um momento, tanto que mordeu mais uma vez o sanduiche enquanto olhava o movimento lá embaixo, próximo a praia. Quando a ficha finalmente caiu, não conteve o riso divertido e até mesmo bobo. — Caramba, não tem mesmo como esconder algo de você. — O tom era animado e até mesmo brincalhão. Virou-se de lado, com o braço ainda apoiado no mármore apenas para encarar melhor a irmã de consideração. — Bom, Yasemin e eu estamos oficialmente namorando. — Dessa vez não conteve o orgulho depositado nas palavras, muito menos o sorriso que teimava em formar no rosto. — Mas e você? Tem alguma coisa para me contar ou ainda na mesma de sempre?
FLASHBACK . A expressão permaneceu nada agradável, uma vez que continuava não muito feliz com aquela ambientação. "Odeio tanto barulho. O ponto do resort é relaxarmos, certo?" Estava tão relaxada, os músculos tão leves quanto plumas, então tinham decidido entrar naquele lugar que parecia um show de horrores. Não que tivesse medo, mas os pelos pareciam constantemente arrepiados por um perigo que não era real, o que era excessivamente incômodo. Era alguém que preferia velas perfumadas, banhos cheirosos e um bom livro do que ficar explorando mistérios e desbravando lugares que não deveriam ter nada demais. Estava prestes a respondê-la quando a estátua caiu no chão, fazendo com que os olhos arregalassem, pensando que não parecia ser uma boa ideia. Imediatamente, tomou a dianteira, puxando suavemente Melis para suas costas. Não que a outra precisasse de uma proteção excessiva, afinal Melise já tinha evoluído com as armas, mas era inevitável para a filha de Afrodite não ter o sentimento superprotetor tratando-se da amiga. "Certo, vai que acordamos alguma coisa aqui." Olhou em volta, como se tivesse tentando definir se era seguro ou não pegarem algo. "Vamos pegar só um punhado. O que está aqui parece não ser muito receptivo a semideuses roubando alguns dracmas." Com passos cuidadosos, Anastasia pegou um pouco e colocou no bolso, não tendo certeza se estava fazendo o correto. Esperou ela pegar, mas permanecia atenta ao que acontecia ao redor delas. "No três, nós corremos embora, ok?" O olhar foi dado por cima do ombro, esperando que Melis tivesse compreendido as instruções. "Um... Dois... Três!" Pegou a mão dela e, com um sorriso no lábio, puxou ela de perto daquele monte de ouro. Atravessaram a porta em alguns segundos e finalmente sentia que podia respirar corretamente novamente. Sequer tinha percebido que estava sem fôlego, ansiosa para o que estava prestes a acontecer. "Já que estamos aqui, quer ver mais alguma sala?"
"Pior que eu não posso nem te dizer que não vai ter, amiga. Você viu todos os sustos com aqueles piratas que gritam..." Era muito provável que dentro da Sala do Tesouro tivesse mais alguma coisa parecida para assustá-las. Ainda assim, Melis sentiu uma onda de animação tomar conta dela quando recebeu a resposta positiva da amiga e a observou empurrando a porta. Seguiu o olhar de Nastya em direção ao tesouro e não conseguiu conter a empolgação. "Pelo deuses, isso é incrível!" Exclamou alto, já se adiantando para entrar na sala. "Eu não sei, mas ouvi o pessoal falando que dá para carregar pelo menos uns vinte desses dracmas cada!" Pretendia visitar a atração de uma forma ou de outra, mas não podia negar que os outros comentários dos semideuses sobre o que encontraram naquela sala foi um dos motivos para que Melis estivesse tão ansiosa. "E olha aquilo ali, parece algum tipo de estátua de anima..." Antes que pudesse terminar a frase, sua animação fez com que ela se aproximasse rapidamente da estátua, esbarrando nela de forma desajeitada. A estátua caiu no chão se quebrando. Dela, soaram gritos que fizeram Melis se arrepiar. Com os olhos arregalados, ela voltou para perto de Nastya em um pulo. A amiga era sempre sua protetora. "Vamos só pegar nossos dracmas e fugir! Parece que sou um perigo para a decoração desse navio."
Os olhos dela iluminaram-se suavemente ao escutar a respeito da banda. Tinha sido uma das partes favoritas da semideusa, mas também era porque era amiga da maioria dos integrantes. Talvez fosse um pouco tiete da sua parte, mas Anastasia tinha observado eles tocarem com muita felicidade. Havia algo magnético sobre como estavam focado naquilo que gostavam. "Eles são, né? Estou muito orgulhosa de todos, especialmente de Joseph." Por ser seu melhor amigo e por ser a primeira vez dele tocando, acreditava que tinha feito um grande trabalho. Anastasia, no entanto, estava mais focada em embebedar-se e dançar naquele momento do que qualquer coisa. Queria ficar alcoolizada o suficiente para que deitasse a cabeça no travesseiro e simplesmente dormisse, sem pensar muito. O tipo de sono que não tinha fazia algum tempo, já que permanecia constante preocupada. "Alguém te arrastou aqui?" O questionamento saiu com um pequeno sorriso divertido, já que era o que tinha acontecido com vários campistas, principalmente aqueles que não eram grande fãs de bailes. Não tinha acontecido nada parecido no chalé de Afrodite, obviamente, já que não perderiam a festa da mãe por nada e também uma chance de ficarem maravilhosos. Uma parte de si ficou um pouco mais aliviada com as palavras alheias, mesmo que tivesse escondido imediatamente. Não deveria fazer aquilo. "Na verdade, não. Ninguém me interessa o suficiente." O que era uma grande verdade. Haviam poucos que captavam o olhar da filha de Afrodite.
⭑🕯️ʿ apoiar-se no balcão enquanto esperava o drink para ver se parecia confortável e casual ali era uma tentativa muito forçada. estava nervoso e os dedos tamborilando na madeira elegante eram a prova disso. não conseguia disfarçar, porém, pelo menos não totalmente. mantinha sua atenção na semideusa mas logo desviava para o bar de volta procurando dionísio. o deus não parecia ter pressa em preparar a bebida, nem sabia se aquela era a sua e dada a forma como o deus olhava discretamente na direção deles, provavelmente estava demorando de propósito. a voz tão indiferente de anastasia lhe fez estremecer levemente, mordendo o interior da bochecha. nunca se acostumaria com ouvir a voz dela soando assim para si. lhe deixava ainda mais nervoso. “ ━━━ estou me divertindo sim, tem... muita coisa interessante pra ver. a banda também... foi boa." foi incrível, seu irmão tinha tocado muito bem e sasha aproveitou a primeira parte do show. o filho de Hades queria naquele momento ter alguém para realmente dizer que sim, na verdade veio com uma pessoa lhe acompanhando, mas esse não era o caso e mentir seria ainda mais vergonhoso do que parecer sozinho. “ ━━━ não, na verdade não. não queria nem ter vindo, não sou muito de festas." comentou, tentando soar indiferente também. “ ━━━ e você? veio acompanhada?" questionou por cortesia e curiosidade. parte de si estava com medo da resposta que ouviria pois não sabia qual opção era seria mais complicada para si.
"Eu dou as melhores sugestões, pode falar." Um sorriso de brincadeira apareceu nos lábios de Anastasia, já que sabia que o amigo tinha odiado. Bem, ele que sobrevivesse, pois já começaria a produção das camisetas no dia seguinte. Talvez tirasse uma foto do amigo quando não estivesse percebendo para que deixei tudo com uma vibe de moreno misterioso. "Seria muito previsível fazer algo relacionado ao mar. Prefiro fazer algo relacionado somente a você." Sabia que a maioria dos campistas poderiam compartilhar um histórico complicado com os pais divinos, ainda mais quando vários tinham sofrido em decorrência disso. Ao escutar as palavras alheias, um sorriso fácil apareceu nos lábios de Anastasia, que deu uma pequena reverência. "Minha mãe me fez muito bem." Piscou para o semideus, não tendo nenhum esforço em negar o que dizia. "Acho que já afugentei todas as pessoas possíveis do Acampamento, para ser sincera, ou quase todas. Devo ter quebrado alguns corações, mas não de alguém que eu me importasse."
"Oh, ela com certeza faria isso. Já vi muita gente aqui comendo da forma mais cuidadosa o possível para não sujar as roupas com medo das ações da minha mãe." Se pegou sorrindo com aquilo. Mesmo que não fosse próxima de Afrodite, Anastasia não possuía uma relação de desgosto pela mãe. De vez em quando, até sentia-se mais como ela em pequenas ações do dia-a-dia. "Algo especial? E o que seria?" Queria muito saber o que era. Será que era alguma confissão de amor? Se fosse ficaria muito orgulhosa, já que sabia um pouco sobre os verdadeiros sentimentos do homem.
Ok, ele não queria deixar a melhor amiga chateada, tanto que rapidamente se desculpou quando viu o semblante insatisfeito da mesma. ― Tudo bem, tudo bem, pode ser Josephetes. ― Até porque perto da próxima sugestão dada, bom, a primeira não soou tão ruim assim. ― Pelo menos não é nada relacionado ao mar. ― Completou com um riso sem graça. Sabia que no fundo a amiga arrumaria algo melhor no futuro, mas por hora, era melhor não prolongar o assunto. ― Bom, tudo isso graças a sua mãe. Se não fosse por Afrodite, acredite, eu não estaria tudo isso que está dizendo. Ao contrário de você, hm? Você já nasceu com essa benção e hoje, pelo visto, ganhou um bônus. Já destruiu quantos corações? Se me falar nenhum é mentira. ― Não dava para nega, Anastasia sempre foi muito bonita e naquela noite não estava diferente. E a roupa escolhida combinou perfeitamente com a semideusa, não tinha um defeito se quer. Por um momento, conforme a outra o encarava, Joe tratou de ajustar uma última vez suas roupas. O comentário referente ao autografo arrancou um riso diverso de Joe. Ele não era nem louco de estragar um presente dado por Afrodite, muito menos destruir seus anos de devoção a deusa com uma besteira como aquela. ― É brincadeira, não quero sua mãe brava comigo ou pior, me jogando uma maldição pela audácia. ― Buscou se defender, chegando a pedir desculpas mentalmente. ― Alias, eu preparei algo especial, então se você perder o meu solo ficarei bem chateado contigo.