Avisos: Menção a bebida alcoólica e sexo, cena de vômito, não é explícito mas o ato é mencionado algumas boas vezes, rivalidade masculina, eu sorrateiramente (ou não) enfiando Pardella de caubói pois ainda não superei meu one shot do cowboy!Pardella e enzo maridinho pq a @creads plantou a sementinha do mal em mi.
Notas: Oi gatinhas, mais um especial aqui no blog e esse aqui foi cheio de altos e baixos pq uma hora eu achava que estava muito ruim e depois achava que tava muito bom kkkkkk é complicado. eu genuinamente pesquisei bastante sobre festas de são joão pra deixar isso aqui minimamente relatable e espero de vdd q vocês gostem! feliz são joão, galera de caubói.
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"Então é só colocar meu nome?" O argentino pergunta, uma caneta preta em uma mão e um papel vermelho em formato de coração na outra.
"Não, seu nome não." Você pega o papelzinho da mão dele, ainda em branco, nada escrito. "Você só vai botar seu recadinho e o nome da pessoa que você quer que receba, ai depois eles vão passar pela festa pra distribuir"
"Porque eu não posso botar meu nome?"
"É anônimo, Blas. Essa é a graça."
"Mas você sabe que sou eu que vou te mandar, então qual o intuito de permanecer anônimo?" Ele pergunta, genuinamente confuso.
"Blas..." Você diz, cansada de ter que responder as perguntas do gringo.
"Ta, ta, só vou escrever aqui..." E o garoto se curva contra a mesinha para poder escrever seu recadinho, enquanto você termina o seu e dobra o papelzinho.
Dão uma rodada pela festa, de mãos dadas, era possivelmente a noite mais romântica que já teve com Blas, e olha que já teve uma boa quantidade dessas, afinal, namoram há quase 2 anos. Como o amor estava no ar, insistiu que ele provasse maçã do amor, o que provavelmente foi sua melhor ideia da noite, pois foi hilário ver o argentino tendo dificuldade em morder o doce duro, e quando finalmente conseguiu, a camada de caramelo saiu voando para todos os lados, se partindo completamente, o sujando.
O garoto vestia uma blusa xadrez vermelha e preta, deixou você desenhar um bigodinho com lápis de olho, o que, pra ser sincera, caiu bem nele. Ele também tinha um chapéu de palha, que amassava os cachinhos dele mas ainda sim o deixavam atraente. Você também estava completamente caracterizada: Vestidinho caipira azul e vermelho, com pintinhas na bochecha e marias chiquinhas no cabelo.
Era a primeira vez de Blas em uma festa junina. Conheceu o garoto em Madri, onde moram atualmente, mas sempre que possível viajam pra Argentina ou para o Brasil, para passar um tempo com a família de cada um. Geralmente vêm ao Brasil na época de carnaval, mas algo nesse ano deu errado com a viagem e só conseguiram vir em Junho, bem a tempo para as festas de São João.
"Quer ir na barraca do beijo?" Você pergunta, animada.
"O que é isso?"
"Acho que o nome é auto explicativo." Você o arrasta pela festa, param de frente para a barraca, onde um casal se beijava e uma garota estava sentada detrás da mini barraca, esperando para alguém a beijar. "Olha."
Você e Blas observam conforme outra garota se aproxima da barraca, troca alguns flertes com a garota sentada e elas finalmente se beijam, as duas sorrindo durante o beijo. Olha para Blas, que sorria, achou a cena genuinamente fofa, e dá uma leve cotovelada nele.
"Quer ir lá?"
"Tá doida!?" Ele diz, desesperado, achando que você insinuou que ele podia beijar outra garota. Você apenas dá risada e balança a cabeça, saindo de perto do garoto. "Ei, onde você vai?" Ele tenta te puxar de volta, mas você escapa.
Sussurra algo no ouvido do garoto que estava na barraca, que tinha parado de beijar conforme as duas garotas começaram, Blas olha toda a cena confuso, meio tenso, mas relaxa quando vê o garoto te lançar um "jóia" e te deixar sentar no lugar dele. Você se ajeita no banquinho, juntanto as mãos na bancadinha e sorrindo travessa para o seu namorado. Blas se aproxima devagar, entendendo o recado, fazendo você dar um risinho, tendo que tampar a própria boca para que o som de uma risada alta não escape.
"Sabia que você é uma das garotas mais lindas dessa festa?" Ele falar, você morde o lábio.
"Uma das? Então eu não sou a mais linda?" Você questiona, querendo provocar.
"Não, a mais bonita provavelmente é aquela ali." Ele aponta para uma mulher que tinha uma cesta com os papéis do correio do amor, distribuindo os corações.
"Que nojo, Blas! Falar da minha mãe é sacanagem!" Você diz, acertando um tapinha no ombro de Blas, que dá risada. "E seu desenrolo é péssimo."
"É, mas você ainda sim me deve um beijo." Ele diz, apontando pra placa que diz 'barraca do beijo'. "Posso retirar meu pedido?"
"Sim senhor." Você diz, sorrindo boba, se inclinando na direção do garoto.
Dá apenas um beijinho no rapaz, mas Blas te puxa pelo queixo, aprofundando, você não conseguia desfazer seu sorriso durante o beijo. Ele segura seu rosto delicadamente, te beijando lentamente, um beijo de fazer seu corpo arrepiar, não importa o quão acostumada está com isso.
"Ei, pombinhos!" Ouve sua mãe chamar e se separam na hora, você tenta limpar o resquício do bigode falso de Blas que provavelmente estava em seu rosto. "Desculpa interromper o beijo, mas tenho recadinhos pra vocês"
A mulher entrega um papel para Blas e dois para você, o que você estranha, mas aceita mesmo assim. A mulher permanece ali, esperando pela reação de vocês, adorava acompanhar momentos românticos de perto, por isso aceitou ajudar no correio do amor. Você olha para Blas, que lê o dele com um sorrisinho.
"Você até que é romântica quando quer, né?" Ele diz. "Você nunca me chamou de Blasito."
"Quê?" Você fica confusa e praticamente arranca o papel da mão do garoto. Realmente nunca o chamou pelo apelido carinhoso, muito menos tinha colocado no recado. Olha para o papel e não encontra seu recado, muito menos sua caligrafia, mas quando levanta o olhar para seu namorado, vê sua mãe sutilmente te lançando um olhar como quem diz 'cala a boca e finge'. "Ah. É. Gostou?"
"Muito." Ele dá um beijo na sua testa. "Já leu o seu?"
"Ainda não." E você esconde o segundo recadinho na outra mão, enquanto segura o de Blas.
"Você é o amor de todos os meus carnavais, natais, páscoas e agora de todos os meus São Joãos" Dizia o recadinho. Você o olha com um biquinho, amolece com o recadinho, Blas ri com a sua reação e você deposita um pequeno selinho nele.
"Blas, quer me ajudar a entregar o resto?" Sua mãe, que ainda estava ali, pergunta.
"Claro." Ele diz, te dando mais um beijo no topo da cabeça, você olhava para o recadinho toda apaixonadinha. "Eu já volto, não beija ninguém!" Ele se afasta com sua mãe, fazendo você rir.
Você sai da barraca do beijo, agradece ao menino que te deu lugar, que apenas pisca para você e volta para o lugar. Conforme anda pela feira, vê o segundo bilhetinho. "Troquei sua mensagem pro Blas. Você realmente puxou seu pai, porque não sabe ser romântica de jeito nenhum. Beijos da sua mãe." E você dá risada, não acreditando na audácia da mulher mais velha.
Quando você decidiu arrastar seu namorado para a festa junina da sua família, ele não podia ter ficado mais feliz. O argentino ama entrar em contato com sua cultura, e como você é apaixonada por festa junina, a data de São João sendo sua favorita, ele mal podia esperar para te ver toda caracterizada. Você deu muita risada quando Esteban apareceu com o chapéu de palha e uma blusa quadriculada verde, o rostinho bobo dele se destacando na caracterização. Tinham decidido ir combinando, então sua saia verde e estampada tal qual um pano de mesa caipira combinava com a blusa do rapaz.
Quando desceram para a sala, se depararam com uma mesa cheia de guloseimas, mas sua mãe ainda estava posicionando tudo, então não permitiu que você roubasse nem uma paçoquinha. Ficaram no quintal da casa, em volta da fogueira que seu pai e seu tio tinham montado, de mãos dadas, conversando sobre qualquer coisa.
"Vai?" Seu pai aparece com espetinhos de salsichão, completamente envolvidos na farofa, você sorri enquanto Esteban te olha confuso.
"Valeu, pai." Você pega um, seu pai oferece pra Esteban. "Pega." O incentiva.
"Eu provo do seu."
"Nem pensar, se você gostar eu não vou querer dividir." Você diz. "Dá um pra ele, pai." E o homem mais velho entrega um espetinho na mão do seu namorado antes de se retirar.
Esteban observa como você morde a carne e te imita, fazendo você quase cuspir toda a farofa quando vê o bigode dele todo enfarofado. Começa a dar risada, tendo que tampar a própria boca com a mão.
"Quê?" Ele diz de boca cheia, um pouco de farofa voando com o ato, fazendo ele dar um risinho tímido e a sua risada se intensificar, você já lacrimejando e se forçando a mastigar mais rápido para engolir logo.
"Não fala de boca cheia!" Você o repreende com um riso assim que engole o seu. "E ai, gostou?" E dá mais uma mordida no próprio espetinho.
"Gostei." Ele responde, dando mais uma mordida.
"Depois quer provar milho cozido?"
"Eu já comi milho cozido."
"Mas não na espiga, com bastaaante manteiga." Você diz, salivando só de pensar. "Agora minha missão pessoal se tornou fazer você comer todas as comidas típicas."
"Você vai me fazer passar mal, já viu o tanto de comida que sua mãe fez!?" Ele diz, sua família é grande, mas sua mãe é realmente conhecida por exagerar na quantidade de comida nas festas, mas em defesa da mulher, ela gosta que todos saiam com um pratinho feito.
"Vai nada."
E estava certa. Esteban ficou bem o resto da noite, apenas se esbaldando nas diversas comidas. Depois do salsichão foram pro milho, mais uma comida que serviu para sujar o bigode de Esteban, mas que ele adorou. Já gostava de milho, mas algo sobre a manteiga e o alimento estar ainda na espiga melhora a experiência. Depois do milho sua vó insistiu que vocês provassem o caldo verde dela, mas a senhora, sem nem sequer pensar no fato de que seu namorado é estrangeiro, exagerou na pimenta quando colocou o dele. Você aguenta, já estava acostumada com o caldo bem apimentado, mas Esteban precisou pegar um copo de leite na geladeira para se livrar do ardor na garganta. Dito isso, ele amou o caldo e até repetiu, dessa vez maneirando na pimenta. Agora ele estava jogado no sofá, se recuperando do salsichão, do milho e das duas cumbucas de caldo verde, genuinamente considerando abrir o botão da calça para que a barriga pudesse estufar livremente.
"Desistiu?" Você aparece na sala, uma bandeijinha em mãos. "Ainda tem mais. Força, guerreiro!"
"Amor, eu não aguento mais comer."
"Mas eu trouxe as sobremesas..." Você faz um biquinho, botando a bandeija em cima da mesa de centro da sala. "Trouxe até queijadinha pra você experimentar, já que você gosta de queijo ralado." Você diz e entrega o docinho, que ele aceita.
"Ué, e você?" Ele nota você pegar outro doce da bandeja, petiscando.
"Não gosto de queijadinha." Você faz careta. Esteban dá de ombros e prova o doce, gemendo de satisfação quando sente o gosto do queijo e do coco.
"Isso é divino." Ele diz, de boca cheia, os olhinhos fechados, comendo o resto do doce em uma abocanhada só.
"Sabia que ia gostar." Sorri e entrega outra pra ele, ele te dá um beijão na bochecha antes de comer a segunda queijadinha.
"Qual o próximo?" Ele pergunta, limpando a mão em um guardanapo que estava na bandeja
"Pé de moleque e pé de moça" Você pega o pratinho com os dois doces, dois pedaços de cada um. "São coisas diferentes, ó..." Você pega um pé de moleque e o entrega
Explica como o pé de moleque é mais duro e o pé de moça é mais cremoso, mas que são basicamente a mesma coisa. Esteban gosta mais do pé de moça, e você faz uma piadinha de como são o casal perfeito pois você prefere o pé de moleque. Depois dos pés, provam os bolos de fubá, de milho e de aipim, um pedaço pequeno de cada. Diz para ele que não gosta tanto do de milho, apesar de amar o de milho com coco e o argentino faz você prometer que um dia vai fazer para ele. Esteban fica encantado com o bolo de fubá, e você o garante que ele vai amar mais ainda no dia seguinte, quando tomar um café preto bem quente com o bolinho.
Depois dos bolos provam a paçoca, seu doce preferido. Fez questão de pegar várias. Esteban fica apaixonado igualmente, o que não é tão surpreendente, afinal, o doce de amendoim conquista qualquer um. Teve que se segurar para não comer tudo, tinha um plano. O último doce da bandeja era uma mini cumbuca de canjica, que vocês dividiriam. Esteban achou sem graça, o gosto é bom até, mas muito simples e é nessa hora que você põe seu plano em ação. Pega uma das paçocas que não comeram, esfarela no doce branco e faz Esteban provar novamente.
"Agora sim!" Ele diz, muito animado, fazendo você rir.
"Ei, não come tudo!" Você tira a colher da mão dele, mas para quando vê o bigode dele branquinho, manchado do doce cremoso. "Você tem um negocinho aí." Avisa, apontando pra boca dele.
"Onde?" Ele passa a língua pela boca, mas não limpa nada.
Você ri e se inclina na direção dele, limpando com sua própria língua. O tempo parece parar. Você limpa o doce dos pelinhos e lambe a própria boca, se certificando de que agora você não estava suja. Esteban te puxa para um beijo, ambos sentindo o gosto da canjica doce e da paçoca na boca do outro.
"Amor?" Ele interrompe o beijo.
"Hm?" Você ainda está de olhos fechados, ainda saboreando o beijo doce.
"Você está no cardápio?" Ele pergunta, fazendo você abrir os olhos na mesma hora.
"Quem quer cuscuz!?" Ouve sua vó gritar antes de você responder, você e Esteban dão risada, ele afundando o rosto na curva do seu pescoço.
"Só mais tarde, pelo visto." Você diz e se levanta. "Vem, vamo comer um cuscuz." Estende a mão pra ele.
Observava da mesa de plástico coberta com um pano florido seu namorado brincar com seus priminhos mais novos, jogando os estalinhos no chão e rindo conforme as crianças se assustam. Vez ou outra ele ameaçava jogar o estalinho nas crianças, que corriam dele e ele corria atrás, todos rindo com a brincadeira. Conforme os estalinhos da caixa acabam, Pipe se retira, vai até você ofegante, fazendo você dar risada enquanto ele puxa uma cadeira de plástico para se sentar.
"Cansou, é?" Você ajeita a blusa quadriculada azul do rapaz, que sobe as mãos pela sua perna coberta pela legging preta. Estava de legging e uma blusa quadriculada vermelha, uma bota preta de couro nos pés.
"Crianças são ótimas, mas eu não tenho mais energia pra isso." Ele diz e bebe um pouco do refrigerante no copo de plástico em cima da mesa.
"Poxa, achei que você ia ter energia pra brincar comigo também." Você diz, Pipe se engasga com o refrigerante. "Ai meu deus, eu não quis dizer nesse sentido!" Você ri, Pipe dá batidas no peito e algumas tossidas. "É que tem as barraquinhas..."
"Eu sei, eu entendi agora." Ele ri e bota o copo de volta na mesa. "E eu nunca estou cansado pra você, amor." Ele se inclina para te beijar, trocam exatamente 3 beijinhos delicado.
"Nossa, você beija como um perdedor." O provoca, se levantando em seguida.
"Ah, vai ser assim?" Ele pergunta, se levantando conforme você anda até a barraquinha da pescaria.
"Obviamente."
A festa junina da vizinhança estava muito bem decorada, a rua com bandeirinhas e barraquinhas de comida e de joguinhos, tudo feito pelos próprios moradores, algo que era costume do bairro desde que você era ainda neném. Para esse ano, decidiu levar seu namorado argentino. Sempre contou para ele da tradição e achou que seria legal ele ver a magia acontecer com os próprios olhos. Pipe estava amando, ama passar tempo com você no Brasil e adorou conhecer os vários amigos e vizinhos da família
"Não vale chorar se perder, hein." Pipe diz, pegando a vara de pesca que você o oferece.
"Até parece, Felipe." Você diz, pronunciando o nome do garoto com o sotaque bem abrasileirado. "Eu jogo esses jogos desde que sou pequena, você tá em desvantagem aqui." O jogo começa e você e Pipe tentam pescar os peixinhos de plástico que boiam na água de uma bacia.
"É, mas você esquece o quanto seu namorado é competitivo."
E o jogo continua, você consegue pegar 3 peixinhos, enquanto Pipe ainda estava com 2. Ainda faltava 2 peixinhos para serem pegos, mas você estava tranquila pois Pipe estava longe de conseguir pescar alguma coisa, e se você conseguisse mais um, já teria vencido. Seu namorado começa a ficar frustrado, bufando e passando a mão pelo cabelo de forma nervosa sempre que a vara escapa, não conseguindo pescar o peixinho. Quando você finalmente consegue, larga a vara de pesca em qualquer canto e começa a comemorar, pulando de alegria para cima de Pipe, que apenas ri.
"Que pasa, hermano!? Não fica em choque não!" Você grita no rosto do rapaz, que te afasta pela cintura.
"Vai comemorando, sua hora vai chegar."
E ele estava certo, pois logo em seguida jogam o jogo da argola, que consistia em acertar argolas em garrafas de vidro, quem acertasse mais, ganharia. Sua mira sempre foi boa, então você estava otimista, mas quando Pipe acerta 4 argolas seguidas, você fica tensa e passa a errar todas as tentativas. Ele acaba ganhando dessa vez.
"Quem é a perdedora agora, hermana?" Ele provoca, você o olha e cruza os braços. "Vai fazer pirraça?"
"Uma semana." Você o avisa, deixando o argentino confuso.
"Pra que? Pra você aceitar que é uma perdedora?"
"Duas semanas."
"Do que você tá falando?"
"De sexo." Você esclarece. "Duas semanas sem sexo por ter me chamado de perdedora." Você dá as costas e vai para a próxima barraquinha.
"Quê? Não!" Ele vai atrás de você, dando risada.
O próximo jogo é o que é conhecido por "rabo do burro", no qual a pessoa é vendada, rodada e precisa colar o rabo em um desenho de um burro, no local indicado, a que chegar mais perto, é a vencedora. Pipe vai primeiro, e você decide o girar, avacalhando completamente, não ia facilitar para o gringo. Pipe grita desesperado para você parar, ele já estava completamente tonto, mas você apenas ri maleficamente e o roda mais ainda. Quando você para, o pobre argentino cambaleia no próprio lugar, tentando se equilibrar minimamente antes de começar a andar. O maldito consegue ir na direção certa, mas cola o rabo na cara do burro desenhado. Para uma primeira vez, até que ele foi bem. Você vai logo em seguida, e pede pro seu irmão mais velho te girar, como tinha sacaneado Pipe, sabia que ele ia te sacanear de volta. O problema é que no momento que você colocou a venda, Pipe trocou de lugar com seu irmão, te girando extremamente rápido.
"Felipe!" Você grita, o garoto finalmente deixa uma risada o escapar, você sabia que era ele pois conhece a sensação da mão dele. "Eu vou te matar!"
Quando ele finalmente para de te girar, você quase cai completamente no chão, e demora um tempo para se estabilizar. Anda cegamente, não podendo confiar em nenhum outro sentido. Quando finalmente cola o rabo, já sabia que tinha feito um péssimo trabalho, e quando tira a venda, um riso alto te escapa. Pipe apenas te olhava sério, com o rabo do burro colado na testa.
"Como você achou que isso possivelmente era o lugar certo?" Ele pergunta, tirando o rabo da testa, entregando para outra pessoa que iria jogar.
"Eu nunca fui muito boa nesse." Você dá de ombros. "Mas eu vou te amassar no próximo."
"Veremos." Ele diz, confiante pois estava na vantagem.
A próxima barraca é a de tiro no alvo. Quando vê Felipe pegando a arma confiante, dando um sorrisinho de lado, fica um pouco desconcertada, mas tenta fingir normalidade. Ele começa de novo, se concentrando nas garrafas de plástico que precisa acertar, cada uma valendo pontos diferentes. Eram 5 tiros, e Pipe acerta duas de 20, duas de 10 e uma de 40, totalizando 100 pontos. Você sorri confiante, nunca acertou menos de 100, então estava certa de que venceria essa. Ele te passa a arma delicadamente e enquanto você se posiciona, ele para atrás de você.
"Quer ajuda, gatinha?" Ele segura na sua cintura, sussurrando no seu ouvido, claramente querendo te desestabilizar.
"Não, eu sei como lidar com uma arma." Você pisca para ele, o afastando, Pipe apenas levanta as mãos em rendição e se afasta, fazendo você sorrir.
Seus tiros são rápidos e precisos, todo ano de festa junina seu irmão mais velho te ensinava a atirar, então você já tinha toda a manha necessária para o jogo. Acerta uma garrafa de 50 pontos, três de 20 e uma de 10, totalizando 120 pontos. Quando termina os tiros, assopra o cano da arma, como em filmes, querendo provocar o argentino que estava do seu lado.
"Confesso que estou impressionado." Ele diz, te puxando pela cintura, colando seu corpo no dele.
"Eu disse que sabia o que estava fazendo." Você diz, dando um selinho no seu namorado. "Agora que estamos empatados, o que você acha da gente desempatar na dança das cadeiras?" Você diz, vendo algumas pessoas organizando as cadeiras.
"Corrida até lá?" Ele pergunta, você tenta correr disparada, aceitando o desafio, mas ele te segura, te coloca atrás do corpo dele com facilidade e corre na frente.
"Felipe!" Você grita, correndo atrás do seu namorado que ri como uma criança.
Os dois meninos estavam insuportáveis, e conforme bebiam mais e mais, a situação piorava. Depois de muita insistência dos meninos, decidiu levar seus dois melhores amigos argentinos para uma festa junina brasileira. Achou que seria ótimo, um rolê diferente do que vocês costumam fazer, mas os dois estavam se bicando a noite inteira. Sua paciência se esgotava a cada segundo que passava.
Os dois morenos eram afim de você, e você é 100% consciente desse fato, afinal, já ficou com os dois. Mas até então isso era um segredo, Matías não sabia que Símon já tinha ficado com você e vice-versa, já que toda saída que dava e ficava de casal com um, o outro não estava presente. Ambos descobriram assim que chegaram no Brasil, vocês três bêbados no bar do Seu Zé, na esquina da casa dos seus pais, o fato de você revezar entre os dois escapando de você sem querer. E é por isso que os dois estavam brigando essa noite.
Ambos estavam em um hotel, compartilhavam um quarto enquanto você estava na casa dos seus pais, mas nenhum dos dois queria voltar pro hotel, obviamente. A noite toda foi preenchida com os dois tentando o máximo ganhar sua atenção, tentando vencer a competição imaginária de quem vai pra casa com você. Mas a coisa estava completamente fora de controle, pois se o assunto da mesa fosse algo que os dois discordavam, eles começavam a bater boca.
"Você não concorda, gatinha? O boca não ganha uma libertadores desde sei lá... 2007?" Símon provoca. "Teu time é uma merda, cara."
"Ah ta, falou o cara que torce pro time que só tem 4 libertadores, não sei se você sabe, mas o boca já tem 6. 6!" Matías rebate. Você revira os olhos, virando mais um copinho de cachaça. "E a gente sabe que a brasileirinha aqui se amarra no boca." Ele envolve um braço nos seus ombros, te puxando pra perto.
"Ih, sai fora, eu sou flamengo, rapá." Você se afasta, Símon dá risada.
"Ta vendo? Teu time é uma piada!" Símon provoca, ele e Mátias voltam a bater boca, falando um por cima do outro.
Você dá com sua cabeça na mesa de madeira, se pudesse, quebraria o próprio crânio só pra não ouvir mais a voz dos dois. Eles nem se importam com seu movimento, ambos muito investidos na discussão. Você levanta a cabeça pronta para se levantar da mesa e escapar das duas crianças argentinas, mas uma coisa capta sua atenção.
"Chega." Você diz, mas os dois continuam. "Chega! Vocês dois vão me deixar maluca!" Você eleva a voz, os dois te olham, finalmente ficando quietos. "Vocês estão brigando a noite inteira, eu não aguento mais!" Você se levanta.
"Onde você vai?" Matías pergunta.
"Vocês querem brigar pra saber quem vai ficar comigo essa noite?" Você se inclina, apoiando as duas mãos na mesa, os dois trocam um olhar. Eles realmente achavam que estavam sendo sutís nas suas verdadeiras intenções. "Me respondam."
"Sim!" Os dois dizem ao mesmo tempo, meio com medo do que você vai fazer em seguida.
"Ótimo." Você fica ereta novamente. "Tá vendo aquele touro mecânico ali?" Você aponta para o brinquedo, a poucos metros de distância de vocês. "Quem conseguir ficar mais tempo, vai embora comigo."
"Amor, nós já bebemos o suficiente essa noite, não vamos conseguir nos segurar nem por 1 minuto sequer." Símon diz, rindo.
"É, aposto que nem você conseguiria." Matías diz, dando um gole na cerveja dele.
Você apenas ergue uma sobrancelha, questionadora, e sai de perto da mesa, indo determinada até o brinquedo. Os garotos se olham e te seguem, curiosos. Você arranca as botas do pé e sobe na área inflável que envolve o touro, para que as pessoas pudessem cair confortavelmente do animal mecânico. Os dois te olham atentamente, e deixam um suspiro sair quando veem você pular no brinquedo, se ajeitando. Eles nunca quiseram tanto ser um touro mecânico. Você se ajeita e segura na corda atrelada ao touro, dando uma puxada firme se assegurando que estava bem presa, em seguida dá um "jóia" pro condutor do brinquedo, sinalizando que estava pronta.
Símon e Matías quase babam quando o brinquedo entra em ação, vendo como você praticamente rebola no animal mecânico, os movimentos da sua cintura acompanhando os movimentos da máquina, te impedindo de cair. Suas pernas envolvem o touro com força, e conforme o brinquedo fica mais violento, você acaba soltando uns gemidos devido a força que faz com as pernas e os braços, que seguram a corda. São seus gemidos que fazem os dois meninos trocarem um olhar.
"Cara..." Matías fala.
"É, eu sei..." Símon responde, ambos voltam o olhar para você.
Você fica no touro uns 3 minutinhos antes de começa a ficar tonta. Seus músculos começam a vacilar, o que faz com que você caia do touro, dando risada, seu cabelo espalhado pelo tecido inflável, seu rosto vermelho e sua respiração ofegante. Sai do brinquedo com a ajuda de um cara que estava perto da saída, o agradece conforme ele se certifica que você está bem.
"E aí, vão aceitar o desafio ou eu vou pra casa sozinha?" Você pergunta, botando sua bota de volta.
"Vou primeiro!" Matías entrega a cerveja para Símon, já arrancando o tênis para subir no brinquedo.
Para a surpresa de todos, o garoto até que consegue ficar bastante tempo, até faz graça, girando uma mão no ar como se tivesse com um laço enquanto a outra segura a corda do touro. Você dá risada, enquanto Símon balança a cabeça, sabendo que estava ferrado. Matías consegue ficar 1 minuto e sai do brinquedo cambaleando, passando reto por você e Símon, indo para a lata de lixo mais próxima e botando tudo pra fora. Você olha em completo choque, enquanto Símon chora de rir.
"Não ri dele!" Você dá um tapinha no peito de Símon, indo até Matías, botando a mão na testa do garoto. "Matí, você tá bem?"
"Eu bebi demais antes de ir no to..." E ele bota mais pra fora, fazendo você desviar o olhar. Símon se aproxima de vocês dois, ainda segurando o copo de cerveja do Matías, que pega o copo do amigo e bebe mais um pouco, querendo se livrar do gosto de vômito da boca.
"Ô garoto!" Você arranca o copo da mão dele. "Você já ta passando mal e ainda quer beber mais?"
"Não pode?" Ele pergunta, você revira os olhos. "É sua vez, Símon." Matías diz, vomitando mais logo em seguida.
"É sério que a gente vai continuar com esse desafio idiota?" Símon questiona, você dá de ombros. Era uma competição justa. "Tá." Ele tira a jaqueta jeans, te entregando.
Enquanto você permanece do lado de Matías, se certificando que o garoto não ia desmaiar dentro da lixeira, Símon encara o desafio. Símon não faz graça igual Matías, estava 100% concentrado, queria vencer a qualquer custo. E graças a determinação do rapaz, ele consegue, fica 1 minuto a mais do que o amigo. Matías continua vomitando conforme Símon faz o caminho de volta para você, mexendo no próprio punho.
"Você venceu, parabéns." Você diz, e só conforme Símon se aproxima que você nota a expressão de dor estampada no rosto do rapaz.
"É... Eu acho que dei um jeito no punho quando caí." Ele diz. "Acho que vou ter que ir no médico, ta doendo bastante." O garoto diz, Matías chama seu nome, e você desvia o olhar para ele.
"Eu acho que vou precisar ir também... não to legal." Ele diz, o enjôo audível no seu tom de voz.
Acaba que você termina a noite indo embora com os dois... Pro hospital.
"Eu to me sentindo ridícula." Você diz do banheiro, se olhando no espelho enquanto Agustín estava no quarto, ajeitando o chapéu de caubói na cabeça.
"Cadê? Deixa eu ver." Ele diz e a porta do banheiro se abre. Você aparece emburrada, usando um vestido caipira branco de babados com pequenas bandeirinhas coloridas decorando a saia rodada. Pardella dá risada, você cruza os braços e fica mais emburrada ainda.
"Amor!"
"Desculpa! Você está linda demais." Ele se aproxima de você, te abraçando e depositando um beijo no topo da sua cabeça. "Eu mal posso esperar para casar de verdade com você."
"Te garanto que o vestido vai ser bem mais bonito que esse." Você diz, Pardella dá uma risada.
Mês passado o seu namorado argentino, com quem você já estava em uma relação de 4 anos, finalmente ficou de joelhos e fez a pergunta tão esperada. Você aceitou, claro, finalmente tinha achado o homem dos seus sonhos, seria doida se negasse passar a eternidade com ele. O pedido aconteceu em uma viagem que os dois fizeram para o Chile e quando voltaram para a Argentina, puderam comemorar o noivado com os amigos e a família do seu noivo. Quando sua mãe ficou sabendo do noivado, implorou para que você fosse para o Brasil, que passasse pelo menos uma semana no seu país de origem, ela precisava ver o anel de diamante com os próprios olhos e não somente por uma tela.
Sua mãe iria fazer uma pequena festa de noivado para vocês dois, mas quando sua tia deu a ideia de uma festa junina na qual vocês seriam os noivinhos, a matriarca aceitou na hora, afinal, o timing era perfeito, já que a festa de São João se aproximava. Claro que Agustín adorou a ideia, já tinha frequentado várias das festas juninas da sua família e amou a criatividade da coisa. Você não tinha poder de escolha, foi obrigada a aceitar, mas confessa que se animou um pouquinho depois de ver sua vó bastante animada de costurar seu vestidinho de noiva caipira.
Enquanto você vestia seu vestido branco junto com uma bota de caubói branca e um véu curto preso na cabeça, Pardella parecia um verdadeiro caubói: Vestia uma calça jeans e um blazer branco, nos pés uma bota de caubói marrom e na cabeça um chapéu de caubói branco. Na manga do blazer branco dele havia algumas bandeirinhas coloridas que combinam com as bandeirinhas do seu vestido, as duas peças feitas pela sua vó a medida.
Toda a família estava tratando a situação como se fosse realmente seu casamento, era algo cômico de se ver. Quando desceram para o quintal e todos puderam ver os noivos, foram recebidos com gritos, assobios altos e palmas, fazendo você esconder o rosto no peito de Agustín enquanto o mesmo dava risada. Todos estavam vestidos a caráter e iam falar com vocês dois os parabenizando pelo noivado.
"Vamo começar a quadrilha?" Sua mãe diz, interrompendo uma conversa que você estava tendo com uma das suas primas. Assim que você levanta, sua mãe ajeita seu vestido e o seu véu, te entregando o mini buquê artesanal que sua vó também montou.
Disse para sua mãe que não queria o casamento que geralmente acontece nas festas, claro que Pardella iria amar seguir o roteiro, mas você é tímida demais para o teatrinho exagerado. Mas, não conseguiu fugir da quadrilha de dança, o que não era um grande problema, na verdade, você até gosta. Agustín felizmente já tinha a manha de dançar quadrilha, após quase 5 anos frequentando as festas de São João da sua família, ele aprendeu bem os passos. O que ninguém contava era que esse ano você e ele, por serem os noivos, tinham ensaiado alguns passos extras e dariam um verdadeiro show. Todos os casais se posicionam, esperando seu irmão mais novo ajeitar a caixa de som e o microfone para que a grande dança comece.
"Aí galera, sei que a gente não teve um casamento, mas acho meio injusto começar essa quadrilha sem pelo menos um beijinho do casal, não?" Seu irmão diz pelo microfone, ele que ditaria os passos da quadrilha. Assim que ele faz o questionamento, todos os casais que iriam dançar e as pessoas que olhavam de fora, começaram um coro de 'beija, beija, beija!'
Você revira o olho, negando, mas Pardella não perde tempo de te segurar pela cintura e pela nuca, te deixando tombar um pouco para trás para que ele possa dar um beijo dramático, te sustentando com os braços, como um beijo de filme. Quando Pardella te deixa de pé novamente, você está completamente sem ar, e tenta disfarçar colocando o buquê na frente do rosto vermelho. Todos os espectadores comemoram.
"Você é um bobão, Senhor Pardella." Você comenta, rindo sem graça.
"Isso é jeito de falar com seu marido, Senhora Pardella?" Ele finge ofensa, mas sorri e te dá um selinho, que dessa vez você recebe suavemente.
"Vamos começar com essa dança?" Seu irmão anuncia, dando play na música. "Caminho da festa!"
Todos os casais entram, você e Pardella na frente, você balançando o buquê e Pardella segurando o chapéu de caubói, os dois de braços dados, com os casais vindo logo atrás. Todos os casais estavam de mãos dadas, algumas mulheres mexiam na saia, outras balançavam a mão, alguns homens tiravam e colocavam o chapéu no ritmo, outros apenas dançavam timidamente.
"Caminho da roça!" Os casais se separam, agora uma fila apenas com os homens e outra apenas com as mulheres. "Cumprimento!"
Os casais estavam um de frente p seu respectivo par, os homens dão um passo a frente e cumprimentam flexionando o tronco para frente, Pardella faz questão de tirar o chapéu pra você, fazendo você rir. Os homens recuam, e dessa vez as mulheres dão um passo pra frente, abaixando um pouquinho como cumprimento, você segura na sua saia conforme flexiona de levinho os joelhos. As mulheres recuam e agora que o cumprimento foi finalizado, os casais voltam a dançar, formando uma grande roda conforme se enfiam um atrás do outro, em uma fila única. Pardella conduzia a roda.
"Olha a chuva!" E todos gritam e mudam de direção.
Como Pardella fica atrás de você, ele coloca o chapéu em você, como se estivesse "protegendo" você da chuva, bem como vocês ensaiaram. Você sorri conforme sente o acessório na sua cabeça e escuta a risada do seu noivo atrás de você.
"Já passou!" E mudam a direção novamente, você tira o chapéu e coloca de volta em Pardella. "Damas ao centro!"
Você segura a mão das duas mulheres mais próximas de você, apenas as mulheres formando uma pequena roda, indo para o centro, enquanto os homens formam uma roda externa maior. Quando a "coroa de rosas" é anunciada, todos se enrolam, o que causa uma risada coletiva, todos tentando concertar o passo, mas se embolando mais ainda.
"Gente, esquece a coroa de rosas, só continua girando aí." Seu irmão anuncia, voltam para a roda normalmente, todos ainda dando risada. Sua barriga já doía de tanto rir. "Olha o túnel!"
A roda é desfeita, agora duas fileiras são feitas, damas de frente para os cavalheiros, formando um túnel com os braços. Você e Pardella são os primeiros a passarem, ouvindo um coro de "Uuh!" conforme avançam pelo túnel. Quando chegam no final, ficam em posição para o próximo casal. Depois que todos os casais passam pelo túnel, voltam com a grande roda, todos ao lado do seu respectivo parceiro, um casal atrás do outro.
"Olha a cobra!" E todos gritam, mudando de direção. Você pula no colo de Pardella, tinham combinado de fazer isso, e arrancam boas risadas de quem olha para os dois, vocês mesmos não conseguindo conter o som divertido que passa pelos lábios. "É mentira!" E você pula do colo do seu noivo quando a roda muda de direção. "Agora é hora do caracol!"
Você solta a mão de Agustín, puxando os outros para a roda, mas como esperado: todos se embolam, então apenas começam a dançar livremente, procurando seus parceiro para dançar o forró que começa a tocar logo em seguida. Quando "Xote dos Milagres" do Falamansa começa a tocar, os que estavam de fora da quadrilha invadem a pista de dança, puxando quem quer se fosse para dançar. Você fica sozinha, tenta procurar por Agustín mas o perde de vista. O argentino aparece por trás de você, te pegando no colo e te rodando, agarrando um gritinho seu.
"Idiota!" Você ri, dando com o buquê no peito do homem.
"Agora será que posso dançar um forrózinho com a minha esposa?" Ele pergunta, te puxando pela cintura.
"Vai ter que perguntar pra Santo Antônio." Brinca.
"Ah, ele gosta de mim, acho que ele vai permitir." Ele sorri, te dando um beijinho em seguida.
Vocês dançam a música coladinhos, balançando no ritmo, trocando um beijinho ou outro. Pardella sorria bobo para você e quando você encosta a cabeça no peito dele, mesmo com a música alta, consegue ouvir o coração dele batendo forte por você. Seu noivo afunda o rosto no seu cabelo, depositando beijos, sentindo o cheiro do seu xampu. Estavam tendo o momento de vocês até sua mãe os interromper, bem quando a música termina e "Eu Só Quero um Xodó" da Elba Ramalho com Dominguinhos começa a tocar.
"Agora deixa eu dançar com o noivinho." Ela diz, tomando seu lugar. "Vou te mostrar o que que é dançar um forró de verdade"
Você se afasta dos dois, vai até a churrasqueira para pegar um espetinho e quase cospe a carne quando volta o olhar para sua mãe e seu noivo. Sua mãe aumentou completamente o ritmo da dança, e Agustín estava tendo dificuldade de acompanhar, o que tornava a cena incrivelmente cômica: O homem grandão tentando dançar direito, completamente confuso e afobado e sua mãe extremamente graciosa e tranquila, dançando os passos rápidos como se fizesse aquilo profissionalmente.
Não era um Junho feliz. Todo ano Junho é o mês que você reserva para passar seu tempo no Brasil, você e seu marido sempre vão para a casa dos seus pais e ficam lá duas ou três semanas para você matar saudade do país e da família. Mas esse ano tudo deu errado. Compraram as passagens, tinham feito as malas, mas de última hora o vôo foi cancelado e vocês só conseguiram remarcar para Setembro. A parte boa era que ainda esse ano ia ver sua família, a ruim é que ia perder a festa junina anual da família, e sua bebê, que ainda não tinha nem um aninho, não poderia participar da tradição da família.
Você prezava muito pela sua cultura, sua origem, e apesar de morar no Uruguai com sua nova família, sempre deixou claro para Enzo, seu marido, que queria que a filha de vocês também tivesse contato com o lado Brasileiro dela e que a distância não deveria ser um empecilho. Enzo obviamente concordava. O homem tinha até planos de no futuro ensinar a garotinha a falar português, mesmo que ele próprio não fosse fluente.
Você estava chateada, estava há semanas sonhando com o momento de ver os fogos de São João com seu marido e sua filha, mantendo a tradição viva. Enzo tentava te consolar de todas as formas possíveis, mas a única coisa que faria você ficar melhor seria ir pro Brasil. É por isso que ao invés de te levar pro Brasil, ele traria o Brasil até você. Na segunda de São João pediu para uma amiga sua te chamar para sair, pois quando você voltasse, teria uma surpresa.
Quando abriu a porta do apartamento, logo foi recebida com a casa decorada com bandeirinhas coloridas, o sofá e a mesa de jantar cobertos com uma manta e um pano quadriculado, típico de festa junina. Já tinha um sorriso no rosto e quase chorou de emoção quando viu seu marido entrar na sala de camisa quadriculada, a filhinha de vocês no colo dele com o vestidinho caipira que você tinha mandado fazer para que ela usasse na festa que aconteceria no Brasil.
"Bebê, olha só para você!" Você diz, largando a bolsa no sofá e se aproximando dos dois, pegando a garotinha no colo. "Você tá tão linda!"
"Ela está pronta pra festa." Enzo diz, você olha pro seu marido.
"O que que é tudo isso?" Você sorri.
"Eu sei que você ficou frustrada por não conseguirmos viajar, então pensei que talvez a gente pudesse fazer nossa própria festa." Ele diz, você precisa abaixar a cabeça para que ele não visse você chorando de emoção. "Amor?" Você levanta a cabeça de volta.
"Enzo, isso é tão..." Não consegue completar a frase, seu marido ri e te abraça, você ainda com a neném no colo. "Obrigada." Você chora, encostando a cabeça no peito do homem. "Isso é tão importante pra mim."
"Eu sei amor." Ele diz, beijando sua testa. "Eu também cozinhei um pouco de milho e minha irmã fez um bolo de fubá."
"Ta brincando?" Você diz, se desencostando para o encarar. "Acho que escolhi bem o seu papai, hein." Você brinca, falando com sua filha, que sorri como se tivesse entendido o que você falou.
"Ah, tem mais uma coisa." Ele diz, pegando a garota do seu colo. "Vem." Ele equilibra a garota em um braço, o outro se estendendo na sua direção para segurar a sua mão.
Enzo te leva até a varanda do apartamento, nada acontece por um tempo. Você fica confusa, mas não questiona, apenas fica brincando com a neném que está no colo do pai. Poucos minutos se passam antes dos primeiros fogos estourarem no céu, fazendo você se assustar, mas entendendo a surpresa na mesma hora.
"Os fogos de São João." Você pensa alto. "Amor..."
"Feliz São João, mamãe!" Enzo diz com voz de bebê, balançando a neném no colo. Você volta a chorar e envolve a cintura de Enzo com os braços, o braço livre dele te envolve, te puxando para mais perto.
Enzo tinha contratado um cara para estourar os fogos, não era tão grande quanto os fogos de São João da sua cidade natal, mas o que importava era o simbólico. Vocês três assistem os fogos da varanda, Enzo segurando a neném e te abraçando de lado, você solta seus braços dele, mas permanece perto, deixando que ele te envolva com o braço.
"Olha, neném!" Ele diz pra filha, que estava hipnotizada com o show de luzes. Enzo sorri para criança enquanto você vê a cena, o coração quente. Nunca sentiu tanto amor. Enzo olha para os fogos de volta, mas quando sente seu olhar nele, te encara.
"Eu te amo muito." Você diz.
"Eu também te amo." Trocam um beijinho. "Prometo que ano que vem veremos os fogos no Brasil."
Bom dia! Como vai? Hoje meu pedido vai ser um pão de queijo bem quentinho acompanhado de uma limonada grande! O Gabriel Leone, isso, aquele ator, tá me acompanhando hoje e vai querer o mesmo pedido! É só pagar no caixa e esperar na mesa? Ah, tá bom! Obrigada e tenha um bom dia!
Boa noite, poxa peço desculpas pela demora. O refrigerador estragou e eu passei um dia inteiro chorando por isso e só dai fui arrumar :/
Mas aqui está seu pedido, espero que goste! Volte sempre (e traz o Gabriel junto viu)
Pão de queijo + Limonada (Groupie's Bakery)
Seu corpo tremia devido ao frio. Não sabiam como o resto da equipe não se incomodava com o clima desagradável de São Paulo.
"O lado ruim de fazer a piriguete do filme" Gabriel comentou enquanto você se encolhia no canto do sofá.
Em resposta apenas revirou os olhos e foi até a cadeira para ser maquiada.
A verdade era que, desde que começaram a gravar esse filme, Gabriel sabia te irritar e incomodar da melhor maneira possível. Mas ao mesmo tempo não conseguia negar, as vezes que ele brincava de fazer cosquinha, sentava perto de ti ou até quando te abraçava, fazia você sentir um leve arrepio no corpo.
"Menina você tá gelada!" A maquiadora falou assim que te tocou para iniciar o trabalho.
"Eu sei! Esse clima de São Paulo tá horrível, desde quando faz tanto frio aqui?" Questinou realmente indignada
"Vai se acostumando boneca, vai se acostumando" Leone brincou indo até você e bagunçado seu cabelo recém arrumado
Saiu da sala sorrindo e foi lá fazer sabe lá o que.
"Vocês dois, vocês dois..." A mulher do seu lado comentou com um sorriso de lado.
"A gente o que?"
"De verdade (seu nome)? Vocês ainda tentam esconder?"
"Ai meu Deus, até você com essa história da gente estar se pegando?!"
E assim a conversa continuou. Falaram sobre Gabriel, sobre o filme, sobre seu talvez desejo de ficar com a ator, sobre o clima da cidade e o fato de que a cada cinco minutos, Leone voltava para o camarim com alguma desculpa boba.
O dia na gravação passou rápido. Logo pode retornar até o hotel onde toda a equipe estava e se trancar no seu quarto, tentando se esquentar.
A melhor maneira que achou, foi tomar um banho quente, colocar seu moletom e acender um beck. Afinal, usaria fogo pra isso e fogo esquenta, não é?
Enquanto fumava e olhava alguns tiktoks, ouviu uma batida na porta. Devido a mente já nublada, o pensamento de quem era nem se passou na sua mente ou te impediu de abrir a porta sem desterro.
"Gabriel?" Era realmente uma surpresa. O rapaz em um mês de gravação nunca havia feito aquilo, por que hoje? "Aconteceu algo?"
"Eu tive a idéia de te trazer algo pra te alegrar e ajudar a esquentar e conversar um pouco" Disse mostrando um pão de queijo quentinho ainda no pacote da padaria "Mas pelo jeito você achou outra maneira" Completou apontando para o beck em sua mão.
"O meu Deus" Agitou sua mão e foi até a janela do quarto, apoiando o cigarro e o deixando lá "Entra vai, fica a vontade"
O rapaz sorriu e entrou no quarto, fechando a porta logo em seguida.
"Então, ta se recuperando de hoje?"
"Você me zoa, mas tenta passar um dia inteiro nesse frio gravando com shortinho beira cu" Revirou os olhos e voltar a fumar
"Pelo menos tava gostosa pra caralho. Isso deve contar algo"
Se virou e encarou Gabriel. Sentado na sua cama, te olhando com um sorriso nos lábios.
"Você quer me comer você fala em" Brincou virando seu corpo para ele, enquanto se apoiava na janela.
"Eu quero te comer" O tom sério de Gabriel trouxe um frio (além do que já sentia) para o seu corpo. Sorriu como se aquilo não tivesse mexido com você e foi andando para o outro lado da sala, passando na frente dele.
"Ai Gabriel" Finjou achar graça e soltou a frase enquanto passava na frente do rapaz
"Você que mandou" Sentiu a mão dele no seu pulso, e logo seu corpo voltou para frente dele "Eu quero, e eu sei que você quer" Sentia os dedos dele passando pelas suas coxas, fazendo você suspirar imaginando o quão bom seria aqueles mesmos dedos dentro de ti.
"Desde quando isso?"
"Não sei. Acho que sempre quis, só a vontade que foi crescendo com o tempo"
Aos poucos Gabriel foi te puxando para o colo dele. Se sentou mais próximo do meio da cama e te colocou sentada nas coxas deles.
"Se você não quiser eu paro" Prometeu fazendo carinho em sua coxa esquerda
"Eu quero. Muito" Respondeu puxando o rapaz para um beijo.
As mãos exploravam o corpo de cada um. Enquanto Leone deixava apertos fortes em suas coxas, você puxava o cabelo dele e rebolava no colo do mesmo.
"Puta merda, não sabe quantas vezes eu imaginei isso acontecendo" Confessou enquanto levava as mãos agora para dentro do seu moletom.
As mãos quentes de Gabriel relaxavam seu corpo e faziam você amolecer conforme sentia ele subindo as digitais até finalmente chegar nos seus seios.
Sentindo eles brincar com os bicos de ambos os seus seios, jogou a cabeça para frente e escondeu na curva do pescoço dele. Distribui beijos e lambidas, até uma idéia surgir em sua mente.
Escolheu um ponto específico. Deu alguns beijos e então mordeu. Não muito forte, mas certamente deixaria uma pequena marca.
"Garota..." Leone gemeu puxando seu cabelo obrigado-a a encarar ele "Se você me morder, eu mordo de volta".
"E isso deveria me deixar com medo?" Provocou torcendo para que houvessem consequências.
Sem que você previsse Gabriel a pegou em seu colo e te virou, resultando em seu corpo deitado na cama macia.
Sem falar uma palavra, ficou de pé na sua frente e começou a tirar sua calça, se surpreendendo quando viu que não existia outro tecido para ser retirado.
"Não é só personagem, você é mesmo uma putinha em" Disse dando um tapa forte em sua coxa.
"Gabi" Reagiu ao tapa de maneira manhosa apertando as coxas.
"Não não" Usou as mãos para abrir suas pernas e ter uma visão daquilo que tanto queira "Deixa eu ver bem essa sua bucetinha deixa"
Seus olhos reviraram por instinto quando sentiu ele passar o dedo por toda aquela parte. Desde sua entrada até seu clitóris que implorava pelo toque dele.
"Mal comecei e já tá tão molhadinha" Brincou passando o dedo mais algumas veze, finalizando com um tapa leve ali ma região, o que te fez pular e gemer fraco "Espera até sentir minha boca...meu pau dentro de você"
Aquela palavras era demais, mas não eram tudo. Gabriel se aviso subiu seu moletom deixando sua barriga a mostra e iniciou então, uma sessão de mordidas e chupoes naquela região.
Alternava entre sua barriga e suas coxas. As vezes no meio das suas pernas, região que te deixava mais louca ainda.
"Gabriel, por favor" Pediu perdida no prazer que a dor das mordidas lhe causavam
"Por favor o que princesa?"
Porra, como uma simples frase podia mexer tanto com você e te deixar ainda mais excitada?!
"Me chupa, só um pouquinho vai" Pediu enquanto senti ele aumentar a força das mordidas "Aí!" Gritou com a dor que veio da sua coxa esquerda.
"Agora sim" Olhou para o rosto dele e o viu sorrir, orgulhoso das inúmeras marcas que deixou no seu corpo.
Gabriel desceu ficando de joelhos na frente da cama e iniciou seu pedido. Te chupava como se dependess daquilo para sobreviver. A língua passava por toda a extensão, e as vezes brincava com seu clitóris te fazendo gemer mais ainda.
Foi quando sentiu dois dedos dele entrando em você que um gemido mais alto saiu da sua boca.
"Vai gozar nos meus dedos? Me responde vai!" Ordenou deixando um tapa estralado em sua coxa direita
"Prefiro no seu pau" Confessou fechando os olhos com força, sentindo o nó em seu estômago começar a se formar "Gabriel por Deus, me come vai!"
Se aquilo fosse o fim da sua dignidade, lidaria com isso sem problema. Só precisava dele dentro de você, te fodendo e te fazendo se sentir uma verdadeira vagabunda.
Leone se levantou e de maneira lenta levou os dedos até sua boca. Sentir sua boca chupando os dedos dele fez o rapaz ficar doido, imaginando como seria se em vez dos dedo fosse o pau.
Se pensar ele voltou a beijar sua barriga deixando um rastro de saliva nela. Levantou o rosto e segurou firme o seu usando a mão, apertando suas bochechas.
"Abre a boca vai" Suavizou o aberto dando liberdade para você fazer o que foi mandado "Abre princesa"
Sem saber o que aconteceria, abriu lentamente a boca e por instinto colocou a língua para você.
Gabriel sorriu vendo aquilo e fez o que desejava.
Cuspiu da maneira mais erótica possível na sua boca e mandou que você fechasse a boca.
Você obviamente obdeceu e engoliu.
"Você..."
Gabriel nem terminou de falar. Não conseguia acreditar no quão submissa você estava. Na putinha obdiente que você era.
"Engoli" Afirmou com a voz doce.
Aquilo foi o ápice. Gabriel se levantou e abaixou a calça acompanhada da cueca.
O pau dele tinha as veias saltando e a cabeça molhada pelo pré-semen.
"Sem segurar os gemidos, escutou?"
"Sim senhor"
Se esperar mais um segundo, Gabriel se deitou em cima de você cuidando para não depositar o peso em cima de ti, e em uma estocada só enfiou todo o comprimento dentro de ti.
Sua reação de apertar o corpo dele e arranhar as costas ainda por cima do tecido camiseta, enloqueceram o ator.
Em reação ele tirou a camiseta a jogando longe, iniciando finalmente as estocadas.
Eram fortes e rápidas. Seus gemidos preenhciam o quarto e certamente eram escutados de outros quarto.
"Geme vai, geme pra mim sua putinha" O tapa que se seguiu em seu rosto após essa frase, serviu apenas para que você ficasse ainda mais enlouquecida. Aquela sensação era tudo que precisava.
Leone metia em você e gemia sentindo o quão apertada sua buceta é. As estocadas desleixadas enloqueciam os dois, e ambos notavam que não durariam tanto tempo.
"Deixa eu ir por cima" Sua voz saiu embargada por conta dos gemidos. Mas queria tanto aquilo, precisava daquilo.
"Não tá bom assim?" Gabriel perguntou com uma pontinha real de preocupação.
"Ta ótimo, mas..." A frase foi interrompida quando Gabriel atingiu seu ponto G, te fazendo gemer agudo "Gabriel me deixa sentar em você, por favor" Implorou gemendo jogando erguendo seu torço e apertando a cintura de Leone.
O maior parou então com os movimentos e te ajudou a se virar para ir por cima.
E de verdade, aquela foi a melhor decisão.
Retirou o moletom e deixou seus seios a mostra, enlouecendo ainda mais ele.
Começou a quicar no pau de Gabriel, fazendo com que agora ele fechasse os olhos perdido no prazer. Gemia seu novo, te chamava de todos os nomes deploráveis e sexuais possiveis e estapeava sua bunda e coxas.
"Vai deixar eu te encher de porra?"
"Faz isso vai, goza em mim Gabi" Jogou devagar seu corpo para frente ficando com o rosto colado com o dele. Enquanto Gabriel comandava os movimentos com a cintura, levando vocês dois ao ápice daquele prazer todo, você usou seus dedos para abrir a boca dele e dessa vez ser a sua saliva.
Gabriel sorriu como quem sorriu satisfeito.
Aquilo foi como um gás a mais para ele. Começou a ir com mais força. Seus gemidos era súplicas para que ele não parasse. E não tenha dúvida, ele não faria isso nem com uma arma na cabeça.
"Isso... ai isso, eu vou gozar" Levantou seu torço e jogou a cabeça para trás
"Goza no pau vai minha cadelinha" Gabriel seguiu seu movimento e se levantou fazendo vocês ficarem de frente mais uma vez.
Você foi quem ditou o ritmo final. Rebolou algumas vezes no colo do rapaz até sentir seu orgasmo te atingir como um raio, seguindo pela porra de Gabriel que encheu você e escorreu por sua buceta sujando as coxas de ambos.
As respirações pesadas e o cheiro de sexo (e maconha) entregavam o que havia acabado de acontecer.
Não poderiam negar. As marcas em seus corpos não deixariam.
"Puta que pariu mulher" Foi a única coisa que ele falou.
Quando saiu, sentiu o vazio e o formigamento no meio da sua perna. Se deitou ao lado de Leone e lutou para controlar a respiração.
"Espero que não tenha sido a única vez" Disse olhando para ele que ainda encarava o teto desacreditado.
"Não vai, por Deus que não vai"
que saudades viu, que saudades
ninguém pediu,mas eu voltei 😝
Y fuiste tú mí baile inolvidable...
Era uma tradição você e Enzo saírem para dançar em todos os aniversários de casamento de vocês. Lembrava como se fosse ontem da primeira vez que ele te levou para dançar, no primeiro aniversário de casamento. O restaurante antigo que tocava salsa e tinha uma espécie de pista de dança já era mais do que conhecido por vocês, o ambiente pouco iluminado e os rostos já conhecidos tornavam o lugar aconchegante e confortável, isso até o quinto ano de casamento,onde você sentia Enzo distante de você mesmo dormindo na mesma cama todas as noites. O casamento não era perfeito, vocês não acreditavam em perfeição matrimonial,mas sempre foi algo saudável e tranquilo.
Enzo sempre foi muito franco em relação a tudo,sempre conversavam sobre tudo e por tudo, exceto nesse quinto ano, onde você sentia que estava morando com um estranho,um estranho que um dia foi o grande amor da sua vida, na verdade ainda era ou melhor sempre será. Manter uma relação fria não era o seu forte , então com a intenção de se resolver com seu marido,chamou Enzo para uma conversa afim de descobrir o porquê da mudança repentina. E foi naquela noite, faltando 2 semanas para completarem o quinto ano de casamento que Enzo admitiu que tinha outra , jogando toda aquela bomba em seus braços sem dó e nem piedade.
A separação foi inevitável,jamais conseguiria viver ao lado de alguém que foi capaz de te trair, porém todas as noites quando passava pelo restaurante que uma dia foi o lar das danças de vocês, a caminho de casa pensava, Enzo (in)felizmente será sua dança inesquecível.
esse foi curtinho pq eu ainda tô tentando voltar ao ritmo, beijinhos
eu fico exatamente assim esperando as divas postarem migalhas aqui
Niall Horan
February 7 2024
A noite em que tudo mudou.
Warnings: Sexo desprotegido, threesome, palavrões e sexo oral.
*Nao revisado
A festa acontecia como o planejado.
Pessoas com suas fantasias dançando, bebendo e fazendo outras coisas ''para maiores''.
Você andava pela festa depois de pegar uma bebida acompanhada da sua amiga, e se apressava para ir para a pista da dança.
Do outro lado da festa Blas fantasiado do famoso Edward Mãos de Tesoura, conversava com Matías sobre um assunto em específico.
''Ela não vai te morder Blas! É só chegar nela''
''Não dá Matias, certeza que não vai rolar nada. Que ela não vai querer'' Recalt apenas revirou os olhos com o comentário do mais novo ''A gente passou um dia inteiro juntos, e não teve nada. Nem selinho''
''Mas foi um dia trabalhando, aqui é festa. Se solta Blás, arrisca. Hoje tudo pode''
Se despedindo do amigo, Recalt foi ao encontro da namorada dele, deixando Polidori em um dilema.
''Chego ou não chego nela?''
Do outro lado da festa, Esteban(fantasiado de Charada) e Della Corte (fantasiado de Júlio Cesar) conversavam sobre o recente término de Agustin.
''Esquece isso cara'' Esteban deu um gole de sua bebida e olhou para o amigo ''Acha alguém pra afogar essas magoas''
''Eu já tentei, mas ninguém é o que eu procuro'' Mas antes mesmo que Della Corte pudesse continuar a falar, ele te viu passar.
Sua fantasia de Lady Loki te deixava ainda mais bonita, gostosa e tentadora. Passou de mãos dadas com sua amiga, e apenas sorriu educada para os rapazes que conhecia de outros rolês, e de perfis do instagram.
Assim que chegou na pista começou a dançar e beber.
Enquanto isso acontecia, Blás tomou a coragem necessária e foi de encontro com você. Sua amiga que percebeu o rapaz alto se aproximando de vocês pegou seu copo e deu a desculpa que pegaria mais bebida para as duas.
''Oi oi''
Se virou e deu de cara com os olhos de Blás, que se dividiam em olhar para seu rosto e para seu busto marcado pelo decote.
''Oi Blas'' Sorriu e o abraçou carinhosamente ''Dança comigo?'' Pegou a mão dele e foi puxando ele para dançar com você.
Conforme o tempo ia passando, vocês se aproximavam cada vez mais. Os corpos iam se colando e a mão dele que antes se mexia enquanto dançava, agora estava na sua cintura.
''Tá muito linda hoje'' Polidori disse baixinho, aproximando a boca da sua orelha
''Você também, tá um charme Blasito''
Com o ritmo da música você se virou e começou a dançar de costas para ele, que com uma coragem desconhecida, te puxou para mais perto dele, e começou a dar alguns beijinhos no seu pescoço.
''Sabe que desde o dia do ensaio, que não paro de pensar em você...'' Com toda delicadeza do mundo Blás deu uma leve mordida na sua orelha e te virou pra ele. ''No teu corpo, teus olhos...''
Sem dizer mais nada vocês foram se aproximando um do outro até finalmente se beijaram.
Diferente do que você imaginava, o beijo de Blas era forte e com pegada. As mãos dele se firmavam cada vez mais no seu corpo, e como se seu corpo fosse uma partitura que ele conhecia de cor, foi fazendo o que era decente de se fazer no local que estavam, te deixando ainda mais tentada.
Quando o folêgo acabou, deu uma leve mordiscada no lábio dele e sorriu (sem saber direito se ela pelo desejo que já sentia só com o beijo ou devido ao álcool).
Antes que Blas pudesse dar um último passo sentiu o celular vibrar no bolso. Pegou e viu a notificação.
Otaño está de ligando...
''Eu já volto'' Deu um selinho em você e foi ver o que o amigo queria.
Sem mais escolhas voltou a dançar. Checou seu celular e viu uma mensagem de sua amiga, falando que havia encontrando um peguete dela na festa, e perguntava se você se incomodava dela ir pra casa com ele...
''Aproveita a noite!'' Foi o que voce respondeu sorrindo e se distraindo com a música.
Quando fechou os olhos e suspirou, sentiu uma mão no seu ombro.
Se virou e colocou a mão de automático no ombro dele...
Achava que era Blas, mas não era....
''Agustín! Foi mal, achei que era outra pessoa''
Mesmo com o susto continuou com a mão no ombro dele, enquanto sorria sem graça.
''Decepcionada que sou eu?'' Perguntou fazendo uma cara pidonha
''Não, claro que não''
Sentiu então aos mãos de Della Corte em suas cintura, e em reação colocou sua outra mão no ombro dele.
Foram então assim dançando juntos e conversando.
A partir daquele momento sua mente se dividia. Entre os olhos de Blas que dentro deles guardavam um ardente e forte desejo, que você acompanhava com seu corpo. E a outra parte pensava nas mãos de Della Corte passando pelo seu corpo, fazendo ele arder e tirando a sanidade da sua cabeça de pouco em pouco.
''Adorei a fantasia'' Aproximou seu rosto do dele e passou a mão esquerda pela coroa de raminhos que ele usava.
''Obrigado, era pra ter a Cleopatra mas não deu boa''
''Sinto muito'' Respondeu já sabendo do que se tratava
''Tudo bem. Mitologia nórdica sempre me interessou mais mesmo''
E com todo charme que existia no corpo daquele homem, o mesmo pegou sua mão que aindava estava mexendo na coroa dele, e com a beijou.
Enquanto ia subindo os beijos, Della Corte olhava nos seus olhos.
Antes que se desse conta estavam se beijando. Suas mãos agarradas nos braços dele, e ele segurando seu corpo puxando no dele.
Terminando aquele momento, deram alguns selinhos sorrindo e voltaram a dançar.
Agustín te virou e te puxou para dançar próxima dele.
Batida vai, batida de música vem, olhou para sua frente e viu Polidori novamente.
Parecia tímido, como se toda a coragem de chegar em você tivesse ido embora.
Com carinho, ergue sua mão e ele a pegou.
Foi então que aquela noite começou a tomar outro rumo.
Enquanto Della Corte dançava agarrado a sua cintura, atrás de ti, você e Blás trocavam olhares, até finalmente se beijarem.
Ele segurava seu rosto como se quisesse ter certeza que aquilo não era sonho. Já você se deliciava com tudo que sentia. As mãos dele passando pelo seu torço, e acompanhado disso tudo os beijos e mordidas de Della Corte em seu pescoço.
''Matías e o resto da galera já foram, já era minha carona'' Polidori disse em meio ao beijo
''A minha também'' Respondeu jogando a cabeça para trás apenas para encontrar o rosto de Della Corte te encarando com um sorriso de lado ''Minha amiga foi embora com um peguete'' Virou o rosto para o homem e sua frente e soltou um ''fazer o que?' apenas para ele
''Bem, tem a minha casa'' Della Corte disse gentilmente te virando, para ficar de frente com ele ''Podem dormir lá. Melhor que pegarem um uber nesse estado, ou até ficarem sozinhos em casa assim''
''A gente nem ta tão bebado Agustin'' Blas riu tentando se defender
''A é? Cadê sua mãos de tesouras?'' Apontou para Blas que apenas deu um sorriso de lado ''E você. cadê seu elmo em?'' Apontou para você que sorriu envergonhada e escondeu o rosto no peito de Polidori
''É, acho que não tenho argumentos'' Blás pegou seu rosto e levantou para que vocês se encarassem ''O que acha gatita?''
Nem é preciso dizer que menos de cinco minutos depois, vocês já estavam a caminho da casa de Della Corte.
O caminho com vocês três no uber, no banco de trás do carro foi um teste de fogo.
Suas mãos apertavam as coxas dos rapazes, que faltavam revirar os olhos devido o tesão que crescia neles.
Assim que chegaram na casa de Agustín, ele abriu a porta, tiraram os sapatos e como se não planejasse nada disse com formalidade onde era o quarto dele, e que vocês poderiam ir se preparar para dormir que ele já ia, apenas tomaria uma água rapidinho.
Quando chegaram no quarto, pediu toda delicada para que Blás te ajudasse a desamarrar o corset que usava.
Enquanto sentia ele soltar a corda que segurava a roupa, sentiu ele novamente dando beijos por todos seu pescoço.
''Puta que pariu, como você me deixa louco mulher''
Se virou para encarar ele, e foi empurrando o mesmo para a cama do dono da casa.
Assim que o rapaz se encontrou sentado na cama, tirou devagar o resto, ficando apenas com a lingirie preta que usava por baixo a maquiagem que completava a fantasia.
''Não acredito que perdi o showzinho inicial'' Agustin disse se encostando no batente da porta do quarto, o que fez você rapidamente virar o rosto e engolir seco, vendo ele ainda com a fantasia ''Continua gatita, continua vai''
Se virou para Blas e foi subindo no colo dele.
Com a ponta dos dedos foi desabotando a camisa social branca dele, e a retirou junto dos suspensórios.
Começaram a se beijar então. Algo muito mais erótico do que antes. De surpresa recebeu um tapa dele direto na sua bunda. Graças a força e o tamanho da mão dele, sentiu toda sua nadega direta arder, fazendo você gemer com a sensação.
Sentiu então alguém abrir seu sutiã e joga-lo longe.
''Agustín'' Gemeu sentindo ele brincar com seus seios, enquanto a mão de Blas descia direto para sua buceta, massageando ela ainda por cima do tecido da calcinha. ''Assim mesmo, continua...''
''Ta falando isso pra qual dos dois?'' Blás brincou colocando mais pressão na mão que massageava seu clitóris
''Foi para os dois''
Perdida no prazer que sentia, logo a sensação do pau de Blás em baixo de você, demonstrando o desespero que ele sentia.
Não sabe se os dois trocaram olhares ou o que, mas sentiu Agustin te puxar e pegar no colo, enquanto Blas ia mais para tras enquanto tirava a calça e a cueca.
Della Corte te deixou na cama novamente, e te guiou para ficar de quatro, com a bunda empinada para Blas.
Viu então ele, parecido com um deus romano tirar a fantasia, ficando completamente pelado na sua frente.
''É isso que você quer é sua putinha?'' Enquanto ele dizia, sentia os tapas de Blas aumentando a força aos poucos ''Queria ser fodida por dois é?''
Della Corte fez carinho no seu rosto, e se abaixou para dar um último beijo em você antes de colocar todo o membro dele dentro da sua boca, e ir estocando lentamente.
Os gemidos dele preenchiam seus ouvidos, te deixavam cada vez mais excitada. Mas tudo melhorou quando sentiu Blas abaixar sua calcinha até o fim das suas coxas e enterrar o rosto na sua buceta.
O rapaz chupava sua buceta, e de deliciava com o sabor dela como se fosse a última refeição dele.
Seus gemidos se misturavam com o barulho molhado do pau de Della Corte entrando e saindo da sua boca.
Tirou por alguns instantes ele então, apenas para gemer livremente, enquanto punhetava o membro de Della Corte.
''Blas por favor... eu vou gozar, continua vai'' Pediu tão manhosa, que chegou a dar pena e causar uma risada neles.
''Não'' Polidori se levantou e estapeou sua bunda mais uma vez ''Você goza'' Sentiu enquanto ele falava, o pau dele passar pelos seus lábios e todo o resto da sua região que pingava devido o tesão que sentia ''Mas goza no meu pau''
Para o descontento de Della Corte, Blas puxou seu cabelo e te deixou com as costas encostada no peito dele enquanto metia em você te fazendo gemer alto, cheia de prazer.
Agustín ficou um tempo vendo a cena, até perceber que não aguentaria mais de tesão e precisava te fuder.
''Espera Blas'' Disse em meio aos gemidos, fazendo ele parar com os movimentos ''Della Corte'' Chamo-o sendo correspondida com um sorriso de cheio de expectativa ''Você por um acaso tem lubrificante?''
Diferente do que eles pensavam essa noite iria melhorar. Agustín rapidamente foi até uma gaveta no armário e pegou o gel lubrificante.
Enquanto ele fazia isso, você e Blas se arrumaram.
O rapaz deitado com as costas encostadas na cama, e você no colo dele. Foi aos poucos sentando no pau de Polidori, que gemeu e agarrou sua cintura em uma tentativa de controlar a vontade que sentia de gozar.
Se ajustou e deixou sua bunda bem empinada para o mais velho, que um pouco cuspiu no seu buraquinho mais apertado, mas logo pingou o gel nele, espalhando com o dedo.
''Agustin, se apressa pelo amor de Deus...'' Blas gemeu mordendo o lábio inferior
''Paciência jovem, calma...''
Quando sentiu que você já estava preparada o suficiente, Della Corte aplicou um pouco mais de lubrificante dessa vez no pau dele. Passou bem por todo membro, jogou o frasco do produto e logo foi colocando o membro duro e melado dentro de você.
Sentir aqueles dois paus dentro de você era um ápice do prazer.
Enquanto Della Corte socava todo o pau no seu cuzinho e dava tapas na sua bunda, Blás impulsionava a cintura dele para ir mais fundo na sua bucetinha.
Os gemidos dos três se misturavam, os palavroes entravam no meio e o som dos três corpos deixava tudo ainda melhor.
Diferente dos tapas que Blas que mais ardiam do que causavam dor, os de Della Corte diretamente doiam. Mas eram tão bons...
''Eu vou gozar...'' Blas disse, muito mais como um aviso
''Goza vai Blas, enche minha buceta com a sua porra vai''
Depois de mais algumas estocadas sentiu Blas gozar dentro de você. Se beijaram enquanto ele arfava e sentia você aperta-lo melhorando toda a sensação. Sabe-se como, o membro dele continou duro e ele assim continou a meter em você, até sentiu sua buceta apertar o pau dele mais uma vez enquanto você gozava e gemia o nome dele.
Alguns segundos depois, Agustin parou de meter em você e tirou o pau de dentro do seu cuzinho. Logo te virou fazendo ficar de frente para ele, deitada ao lado de Blas.
''Minha vez''
Poderia morrer com o sorriso de Della Corte.
Mas em vez disso apenas abriu seus pernas e puxou ele pela parte de trás do pescoço, para que ele finalmente metesse em você.
O prazer que já era incrivel melhorou quando Blas lambeu dois dedos e começou a te tocar enquanto Della Corte ainda metia em você, dessa vez com as pernas nos ombros dele.
''Ah isso...'' Revirou os olhos e segurou bem nos pulsos do mais velho.
Gemia perdida no prazer, logo sendo calada por Polidori que novamente te beijou, tendo a companhia das estocadas de Della Corte que aumentou a força das estocadas até finalmente sentir você gozando no pau dele, enquanto gemia uma bagunça do nome dele com o de Blas.
Foi então que ele deu mais algumas estocadas e gozou dentro de você.
Sentia porra dele se misturar com a de Blas, te causando um desvaneios de pensamentos.
Os três então se deitaram na cama (que graças a Deus cabia os três).
''Que noite'' Foi a única coisa que você conseguiu dizer depois de se acalmar.
Os dois rapazes riram e se viraram.
Enquanto Agustin te engolia em um abraço gostoso, você e Blas faziam carinho, ele no seu corpo ainda nu, e você no rosto dele.
a parte br do tumblr escondidinha
— aviso: fingering, menção à sexo.
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— notas: queria q simón hempe tirasse meu cabaço.
Simón odiava as férias no interior. era um garoto da cidade e na cidade gostava de ficar. queria férias repletas de festa, praia, mulheres bonitas e jogos de futebol organizados pelos amigos que, quase sempre, premiavam o time vencedor com uma caixa de cerveja.
em vez disso, tinha sido arrastado para o sítio dos avós em um fim de mundo qualquer da Argentina. gostava de visitar o sítio quando era pequeno. geralmente, ele e os primos ficavam até tarde nadando no rio perto da chácara ou subindo em árvores para roubar os frutos. mas, agora, não tinha nada muito interessante para que ele ou os primos fizessem. o rio batia nos seus joelhos e estava velho demais para roubar fruta nas árvores das outras pessoas.
teria odiado a viagem se não fosse por você. ah, você com aqueles vestidinhos de pano que apertavam os lugares certos e esvoaçavam à cada brisa. você com aquele sorriso de menina, pronta para ajudar os avós de Simón sempre que eles pediam. com os cabelos longos e lábios bonitos, com a pele bronzeada do sol do verão. Simón estava apaixonado por você desde que chegara.
a avó de Simón tinha te apresentado como neta da vizinha. acontece que a vizinha havia falecido há pouco tempo e a sua mãe tinha te abandonado desde os dois anos de idade. dessa maneira, você tinha virado neta de consideração da avó de Simón e estava sempre por perto caso sua ajuda fizesse necessária.
você era um anjo. tão bonita e educada que conseguia arrancar qualquer coisa de Simón. havia o convidado para passear no pomar, para ajudá-la alimentar as galinhas e o convencera até mesmo a consertar uma goteira na casa dos avós dele que já estava por lá havia meses.
e o melhor de tudo, você fazia tudo sem segundas intenções. era tão inocente que o Hempe se perguntou se você não estava mentindo. não falava palavrões, não bebia, não entendia as piadas de duplo sentido que ele e os primos faziam e, um dia, quando ele estava sozinho com a avó, ela confessou que você nunca tinha beijado ninguém.
"ela é muito bobinha, Simón... tem medo de homem. vários já quiseram casar com ela, mas ela não quis nenhum." a senhora explicou.
saber daquilo tinha deixado tudo mais interessante. você nunca tinha tido um homem na vida, nunca tinha tido as primeiras vezes. Simón ficava louco em pensar que, se tivesse sorte, poderia ser o seu primeiro. no entanto, isso também era um desafio enorme. se você não tinha tido ninguém durante toda a sua vida, como é que você saberia que Simón estava dando em cima de você?
o garoto tentou ignorar o desejo que sentia por você. encontrou outras meninas na cidadezinha, meninas experientes e que sabiam muito mais das coisas da vida do que ele. sempre as levava para o quartinho que ocupava na casa da avó, tomando cuidado para não fazer muito barulho. elas sempre já tinham ido embora quando Simón acordava.
mas, quem ocupava os sonhos dele era você. era o seu nome que ficava na ponta da língua dele quando estava dentro de outra garota. era seu sorriso que estampava os pensamentos dele quando estava fazendo qualquer coisa e aquilo estava se tornando impossível de lidar.
era um dia quente quando Simón decidiu sair da casa da avó para ir nadar. tinha ouvido dos primos que, ao pegar uma trilha pequena perto do rio, encontraria uma cachoeira e um poço profundo onde poderia se refrescar. saiu sozinho, de bermuda, tênis e nada mais.
demorou para que ele encontrasse a cachoeira. deu voltas e voltas, perdeu-se no caminho, mas conseguiu se reencontrar e chegar ao seu destino. a cachoeira era de fato maravilhosa, mas nada se comparava a visão de você embaixo dela, completamente nua.
Simón sentiu que iria desmaiar. era bom demais para ser verdade. tinha saído de casa sem nenhuma pretensão e ganhado o maior presente que poderia imaginar. abriu um sorriso largo, observando você tão absorta entre os jatos de água pesados.
seu corpo era tão bonito quanto todo o resto. tinha uma cintura fina, quadris largos, pernas grossas e bonitas. o bumbum empinado e os seios arrebitados faziam o coração de Simón errar as batidas. sabia que era feio espiar, então pigarreou para que você se desse conta da presença dele.
a reação não foi nada do que Hempe esperava. você abriu um sorriso, o convidando com um aceno para que ele se juntasse à você. quando era pequena, sempre nadava pelada no rio com as crianças da sua idade. com o passar do tempo, todos foram deixando o interior para estudar na cidade e o rio foi secando, até virar uma pocinha. na cachoeira, você tinha mais água para se refrescar, além de mais sombra.
sem saber o que fazer, Simón retirou o tênis e a bermuda. não iria se aproveitar de você sem que lhe desse algo em troca. sentiu-se um idiota por estar tão duro, mas rezou para que a água estivesse gelada e acalmasse um pouco dos seus ânimos.
"você costuma à fazer isso com frequência?" Simón perguntou ao se aproximar de você. estava mergulhado na água até a cintura.
"sempre que sinto muito calor." você assentiu, tirando água dos olhos. "por que?"
"ninguém acha ruim de você nadar nua?" a curiosidade do argentino seguia aumentando. bom, se todo mundo fosse um pouco como ele, provavelmente não se importavam.
"por que achariam?" você ergueu uma das sobrancelhas, confusa.
"porque você já é uma adulta." Simón riu, desacreditado. "os adultos, geralmente, não saem mostrando o corpo por aí."
"e por que você 'tá mostrando o seu? você é um adulto também, não é?" você cruzou os braços, observando Simón olhar para os seus seios.
"sim. mas, eu mostrei o meu porque você mostrou o seu primeiro." os olhos cor de avelã voltaram a encarar os seus. "e porque eu tenho segundas intenções."
"como assim segundas intenções?"
Simón suspirou. era um desafio conversar com alguém que sabia tão pouco sobre a vida. nunca tinha pensado em como era difícil explicar as coisas para alguém que não sabia nada.
"você sabe o que é sexo, né?" ele decidiu tentar.
"sei... é a coisa que as pessoas fazem depois do casamento para ter um bebê." suas bochechas esquentaram. estava tímida com o novo rumo da conversa.
"sim, sim. mas, as pessoas que fazem sexo não precisam estar necessariamente casadas. e o sexo não serve só para fazer bebês." Simón riu, um pouco encabulado com a própria explicação. "sexo é uma coisa que adultos fazem e que é gostoso. faz a gente se sentir bem."
"e por que você 'tá me falando isso?" você suspirou, tremendo devido a água gelada da cachoeira.
"porque eu quero fazer sexo com você." Simón confessou, pegando uma das suas mãos. seu corpo esquentou de imediato, as bochechas esquentando ainda mais.
você estaria mentindo se dissesse que não achava Simón interessante. ele era bonito, forte e muito educado. tinha o estilo diferente de todos os meninos do interior, mas ainda era a coisa mais linda que você já tinha colocado os olhos. seus braços se arrepiavam perto dele e o seu baixo ventre se contorcia em um sentimento inédito.
"e como é que se faz isso?" você perguntou, curiosa. se era uma coisa que adultos podiam fazer e fazia você se sentir bem, você gostaria de experimentar. ainda mais com Simón.
"tem várias maneiras." ele se aproximou, te puxando pela cintura. o corpo dele era quente e os braços eram firmes ao seu redor. os olhos a encaravam com muita devoção e, lentamente, ele se inclinou para te beijar.
você já tinha visto muitos beijos na televisão, mas nunca tinha beijado ninguém. ficou nervosa por não saber o que fazer, mas Simón a guiou muito bem. os lábios dele eram macios e estavam gelados devido à água, mas a língua era quente e acariciava a sua com muita maestria. as mãos fortes alisavam a sua cintura, apertando sua bunda e os seus seios. em segundos, aquela sensação entre as coxas e no baixo ventre voltou a aparecer.
"eu não posso te ensinar tudo aqui... você é virgem e provavelmente iria doer muito em pé." ele explicou, arrancando uma careta sua. não queria fazer nada que doesse. "mas, a gente pode se divertir de outras maneiras. eu prometo que vou ser muito cuidadoso. e se você quiser parar, a gente para."
você assentiu, um pouco tímida. os olhinhos de Simón eram capazes de te convencer à fazer qualquer coisa.
quando ele deslizou uma das mãos entre suas pernas, você arfou. foi como se ele tivesse tocado no centro de toda a confusão que ocorria abaixo da linha do seu umbigo. o argentino sorriu, contente por sua reação positiva. deslizou os dedos ágeis pelos seus lábios, circulando o seu clitóris com muito cuidado. a nova sensação arrancou um gritinho baixo da sua boca.
investido em te causar prazer, Simón continuou estimulando o seu pontinho sensível, sempre com cuidado para não abusar da sua sensibilidade. você se contorcia, as mãos agarrando os ombros largos com força enquanto as pernas lutavam para ficarem firmes.
ele deslizou os dedos até a sua entrada, aproveitando da sua lubrificação atual para deslizar um dos dedos para dentro. você gemeu, mordendo o lábio inferior de uma maneira tão deliciosa que fez o pau de Simón pulsar violentamente, imerso na água.
com a mão livre, ele ergueu uma das suas coxas para um melhor ângulo. deixou que o dedo mergulhasse nas suas paredes apertadas, indo e vindo, se enrolando dentro de você para achar o seu ponto G. quando fez o movimento de gancho e você estremeceu, arregalando os olhos e ficando muda por alguns instantes, ele sabia que tinha achado.
brincou com aquela região por um bom tempo. deixou que suas paredes se contraíssem e relaxassem, que você aproveitasse das sensações maravilhosas que o dedo dele causava dentro de você. quando estava relaxada o suficiente, Simón acrescentou um segundo dedo. esse doeu um pouquinho, mas você aguentou sem reclamar.
você estava tão apertada ao redor dos dedos dele, que ele imaginou como seria afundar o pau dele dentro de você. seria deliciosamente dolorido, além de uma imensa satisfação em vê-la aguentar tudo como estava aguentando agora. as bochechas vermelhas e o peito subindo e descendo em excitação, tudo era como uma paisagem para ele.
você não avisou que iria gozar. afinal, você nem sabia o que era isso. Simón conseguiu identificar quando você fincou as unhas no ombro ele e as suas pernas ameaçaram a parar de sustentar o seu peso. ele agarrou a sua cintura, te mantendo firme enquanto a dedilhava habilmente. você gemeu, jogando a cabeça para trás enquanto se contorcia em um prazer colossal jamais sentido antes.
"eu sei... é gostoso, né?" a voz de Simón estava grave, necessitada. "espera até me sentir dentro de você."
"tem mais que isso?" você perguntou, voltando a encarar os olhos avelãs. Simón gargalhou, retirando os dedos de você antes de colocar na própria boca para limpar o seu fluido. inconscientemente, você conseguiu captar que aquilo era, provavelmente, algo muito sujo de se fazer.
"você não faz ideia, chiquita."
que delicia esse homem ta
n/a: uni! au; diferença de idade legal; menção a sexo; talvez um pouco de dumbification?; um pouco de angst que não mata ninguém mas é quase fatal.
Retornar aos corredores da universidade depois de já estar formada há cinco anos é, no mínimo, muito esquisito. Afinal de contas, agora você está na qualidade de professora; um pequeno estranhamento com a realidade é esperado e, quem sabe, até mesmo considerado charmoso. Você tem dificuldade de se reconhecer neste novo lugar que ocupa; não mais uma jovem graduanda iniciando a vida acadêmica, mas sim uma grande profissional e colega de departamento dos seus antigos professores.
Talvez seja por isso que você se sinta tão bizarra e tão intrusa nesse jantar do corpo docente; cinco anos atrás você era apenas uma garota, terminando a graduação. Não parece fazer o mínimo de sentido que você esteja ocupando o mesmo espaço que os melhores e maiores intelectuais que já conheceu, principalmente não depois de tão pouco tempo da sua formatura.
Entretanto, no fundinho da sua alma, você sabe que a origem do nó que se forma na sua barriga não é propriamente o estranhamento com o novo cargo. Quem sabe? É bem possível que esse seja o menor dos fatores influenciando os seus nervos.
Quem você quer enganar? Este nervosismo tem nome e sobrenome. Tem cara, endereço, voz. Você sabe disso. Está com medo de se deparar cara a cara com ele desde que chegou nesta droga de jantar de boas-vindas ao departamento, oferecido pelo diretor em sua honra.
Ao mesmo tempo, está querendo morrer só com a possibilidade de que ele não apareça, não é? Tem medo de que seja pior encontrá-lo já após o início do semestre letivo, no meio do corredor ou, pior ainda, enquanto você ministra uma aula.
Mas, para a sua sorte, a realidade é sempre pior do que aquilo que você imagina. Quando você finalmente revê SELTON MELLO, seu antigo professor, é depois de um esbarrão atrapalhado, enquanto você tentava levar uma bebida do bar até a mesa do jantar. Antes de perceber quem ele era e a forma com a qual ele estava ensopado pelo seu drinque, você conseguiu elaborar um pedido de desculpas, só para se perder na fala e ficar vermelha feito um tomate depois.
— Uma graça a sua maneira de cumprimentar um colega, querida, — Selton ri, sarcástico, mas de uma forma que você conhece bem, sem malícia, movida somente pela vontade de te provocar. Ele olha para a camisa preta que usava, molhada pelo conteúdo do seu drinque, e faz uma careta.
Vocês dois estavam a alguns metros da mesa de jantar do restaurante, onde o resto dos docentes engajava numa conversa animada. Rapidamente, seus olhos vão para a mesa e depois retornam ao rosto de Selton, se certificando de que ninguém estava prestando atenção em vocês.
No fundo, não importava muito. Ninguém sabia de nada. Ninguém poderia deduzir nada a partir de uma mera conversa entre vocês dois.
— Não foi a intenção, — é o que você consegue dizer, num tom comprimido e envergonhado, evitando o olhar de Selton.
Você consegue escutá-lo suspirando e detesta que ele tenha feito aquilo. Detesta porque, bem, reconheceria o som daquele suspiro mesmo num delírio de loucura. Afinal de contas, o que te garante que as noites que você passou somente escutando aqueles suspiros não foram em si delírios de loucura?
— Eu sei, — a resposta de Selton vem acompanhada de um dedo no seu queixo, que te obriga a olhar para ele. — Como vai você?
A sua resposta é uma risadinha nasalada que você se certifica de que ele pôde escutar. Com a sobrancelha erguida, Selton só faz te encarar como se nada compreendesse, diante do que, você sorri para ele um sorriso irritado.
— Você não tem vergonha na cara mesmo.
— Desculpa? Estou sendo educado, sabe?
— Quanta boa educação, Professor Mello. Aposto que a sua mãe está orgulhosa do filho que ela criou, — É impossível conter o tom irônico e irritado. Sem mais cerimônias, você vira o corpo de leve. — Se você me dá licença.
Com isso, você sai de perto de Selton, voltando para a mesa ainda segurando o copo vazio na mão. Ninguém estranha, ninguém fala nada. Você tampouco menciona qualquer coisa sobre o nome dele e também não repara mais se ele está ou não na mesa junto ao resto dos docentes. Apesar de ser estranho vê-lo agora, cinco anos depois, parece que você parou de se importar se Selton Mello vive ou morre, o que, definitivamente, é uma mudança radical.
Foi assim que tudo começou, não é? Com você se importando com ele. À época, Selton era o que você considerava um amigo, mesmo diante da explícita e ensurdecedora dinâmica de poder entre vocês; ele era seu professor, diabo. Não devia ter aceitado uma aluna petulante que perguntava numa voz baixa e sensual se ele havia dormido bem pois parecia cansado, ou se estava tendo muito trabalho corrigindo as avaliações, coisas assim.
Agora, anos depois do início desse problema, você sabe disso. Sabe o que Selton deveria ter feito. Principalmente, você sabe o que ele não deveria ter feito, e essa, essa é uma lista longa.
Primeiro, ele não deveria ter te chamado para uma reunião depois da disciplina optativa que ele ministrava nas noites de quinta. Não deveria ter te enganado dizendo que aquele tête-à-tête que vocês teriam era uma reunião. Não deveria ter sentado perto o suficiente para que você pudesse escutá-lo respirando, suspirando; simplesmente existindo. E definitivamente, Selton nunca, jamais deveria ter olhado no fundo dos seus olhos e dito, baixinho: “Te chamei aqui porque tem outras coisas que eu quero te ensinar.”
Mas nada disso importava agora. Principalmente não a prazerosa educação sentimental e erótica que Selton te proporcionou. Em retrocesso, você reconhece que ele realmente fazia valer a alcunha de professor, mesmo quando estava contigo na cama. Era sempre um “deixa eu te ensinar, querida,” quando ele propunha testar algo diferente. Às vezes, ainda, você brincava, provocava; “vou receber uma boa avaliação por hoje?” e Selton respondia “uma nota dez e uma estrela dourada.”
Nitidamente, foi um caso sensual. Certo, foi imoral e antiético também, mas quem se importa? Você se divertia e sentia prazer, tinha um homem mais velho sempre disponível para você e não tinha do quê reclamar. O canalha, em toda a sua maliciosa e sádica glória, ainda te deixava fazer dele o que quisesse, te proporcionando a deliciosa e falsa sensação de que você tinha algum tipo de poder sobre ele.
Assim, Selton nunca recusava nenhum dos seus pedidos, por mais caprichosos que fossem. O título dele, professor, era frequentemente utilizado por você, como forma de provocá-lo, de pedir que ele te ensinasse a sentir prazer. Frustrado, ele suspirava, mas sempre fazia o que você queria, sempre acabava com a língua nos lugares mais quentes do seu corpo ou com a boca no pé do seu ouvido murmurando, suplicando, pedindo que você gemesse o nome dele mais alto e mais uma vez.
Se apaixonar por ele não estava nos planos. Gritar que o amava no meio da noite enquanto ele metia em você também não estava nos planos. Mas, o que era mais uma linha, mais um limite a ser cruzado? Não era você que estava tendo um caso proibido com um professor da faculdade que tinha idade para ser seu pai? Que classudo. Aposto que ele teria orgulho da filha que tinha criado. E Selton, bem, teria orgulho da aluna que tinha, de mais de uma maneira, estimulado.
Por um tempo, essa história de amor, orgulho e paixão até tinha funcionado. Às vezes ele falava sobre família e filhos, e quando ele dizia isso estando fora de você, era mais fácil acreditar. Os dois riam pensando no escândalo que seria na faculdade, mas não se importavam. Selton beijava a sua mão e dizia que ia te fazer a mulher dele. E você? Bem, você gostava do som daquelas palavras, do som daquela ideia.
Perguntava, na cama, sempre quando estava perto de chegar no seu ápice, o que ele faria com você, se ele seria bom com você. E Selton ria, te beijava molhado, ajustava o ritmo e ria. Você, literalmente estúpida pelo prazer de ter um homem em ti cujas mãos apertavam os seus seios e a boca marcava o seu pescoço, resmungava baixinho, miando, pedindo uma resposta, talvez. A sua tática nessas horas era atacá-lo no ponto fraco, você sabe disso. O apertava um pouco mais entre as suas pernas e chamava, baixinho: “Tontom…?”. Era o suficiente para fazê-lo perder o controle, a compostura e a cabeça: “Já não estou sendo bonzinho contigo, meu bem? Não tenho intenção nenhuma de parar agora.”
Talvez fosse por isso que a tragédia grega que se sucedeu não fazia sentido algum. Depois da formatura, você saiu do Brasil para fazer o mestrado na Europa, com a promessa de que Selton iria tirar uma licença, iria ver você. Vocês brincaram, falaram em casar por lá e dar aos filhos um passaporte europeu de nascença. Era romântico, bucólico, feliz. Você se sentia sortuda, tinha escapado de uma maldição. Selton te amava. Não era somente um homem mais velho que havia se engraçado com uma aluna, como as suas amigas tinham acusado. Por Deus você nem era mais aluna dele. Era certo que ele te amava.
Ou quase certo. Talvez fosse errado. Também era possível que desde o início ele tivesse te enganado, mas você duvidou desta última hipótese. Se ele não te amasse, ele não teria arriscado a carreira para viver um casinho contigo, certo? Não teria te jurado tanto amor ao pé do ouvido, ou te tirado todo ousado para dançar no baile de formatura, como se ninguém estivesse ali para olhar. Aquela droga de mensagem de texto dele, que você leu já em outro continente, não mudava nada do passado, certo? Não importava o quão duras e frias eram as palavras dele, as acusações de que você havia o deixado e desistido dos planos, escolhendo a carreira ao invés de tudo que poderiam ter construído.
Não, você não era uma mulher egoísta. Tinha somente sido… tola. Feito planos com um homem quase trinta anos mais velho, numa relação que desde o início só te oferecia coisas a perder, não é? Foi isso. Você perdeu; um pouco da dignidade, os planos e sonhos, mas não perdeu o amor e o carinho por Selton. Certo, isso é ridículo, e algo que você detesta admitir, um pensamento que mesmo após cinco anos você bloqueia no fundo da mente, mas é a verdade.
Diabo, você já perdeu as contas de quantos homens já chamou pelo nome dele, mesmo que nenhum fosse remotamente próximo ao Selton. O seu Selton, o verdadeiro, que você não conseguia odiar e principalmente, não conseguia esquecer. Mesmo após o ataque de raiva no jantar, você não conseguia odiá-lo. Nem mesmo um pouco. A raiva era só a forma que você conhecia de não se deixar levar pela paixão. Caso o contrário, você seria capaz de beijá-lo bem ali naquele restaurante, em frente a todo o corpo docente, mesmo enquanto Selton estava todo molhado com o seu drinque.
Mas, para o seu próprio bem, você fingiu não se importar quando ele voltou à mesa, a mancha na camisa social preta ainda secando. Canalha, ele escolheu o lugar vazio bem à sua frente. Ao menos, Selton foi cortês, fingiu também que mal te conhecia, que nunca havia te visto nua, e perguntou sobre o mestrado e a Europa, juntando-se aos colegas do departamento num estranho ciclo de bajulação à sua pessoa.
Foi de repente, contudo, que você se viu sozinha com ele. Estavam, novamente, afastados do mundo como nas noites de conversa que dividiram no passado, regadas a vinho e a sexo. Os outros professores do departamento já havia ido embora, mas você estava tão entretida por aquele homem que não havia nem notado, ou fez questão de não notar.
Agora que estavam a sós, a raiva inicial havia passado. Algo em você te obrigou a sorrir, bobinha, pensando que finalmente estava saindo em público com ele, agora que isso era permitido. A idiotice do pensamento não importava; você amou Selton o suficiente para não ligar ao efeito emburrecedor que ele tinha sobre você.
— Do que você tá rindo, querida? — Ele levantou a sobrancelha e tomou mais um gole do drinque. Nitidamente, vocês dois estavam altinhos, felizes. Não se falava do passado ou qualquer coisa assim.
— Nada… nada não, — e a expressão dele te arrancou outra risadinha.
— Posso assumir que você está feliz em me ver, então? — A voz baixa dele foi estranhamente sensual.
— Professor! — Você exclamou, rindo, o corpo alcoolizado quase se debruçando sobre a mesa, tentando ficar mais perto dele. Selton realmente te transformava numa bobinha, não é? — Não seja egocêntrico!
— Não sou mais seu professor, querida, você sabe disso…
E por alguma razão aquelas palavras, somadas ao álcool e ao ambiente, te fizeram ficar corada e evitar olhar muito para Selton. As memórias de todos as noites que passaram juntos invadiram o seu cérebro, e, num instante, você se entristeceu. Definitivamente, era a bebida, te fazendo passar por toda essa montanha-russa emocional assim de repente.
Selton, sempre perceptível e sensível contigo, parece ter notado a mudança brusca na sua face. Você sabe que ele vai perguntar. Você sabe que não quer responder. Não quer dar a ele nenhuma satisfação. Por que iria? Ele mal mal te deu uma também. Escolheu o caminho mais fácil, te pintar como egoísta e malvada. Escolheu te deixar sozinha, apaixonada, tentando descobrir o que fazer da vida sem ele do lado para te ensinar a amar; essencialmente, te ensinar a viver.
— Que cara é essa? Saudade? — Selton diz, finalmente, após alguns bons e sagrados instantes de silêncio. A pergunta lhe gera uma revolta. Como não? Certo, ele não é mais seu professor, mas age como se fosse, com um tom de malícia de quem tem poder sobre você, de quem te controla.
E não é que ele realmente tem esse poder? Não é que ele realmente te controla?
— Você é um canalha mesmo, só pode ser, — você é incapaz de mascarar a tristeza, fazendo com que as palavras saiam quase miadas. Ali está você de novo, a boba, fazendo papel de melancólica, estúpida e apaixonada.
— Tinha a impressão de ter partido o seu coração, querida, — o tom de Selton muda radicalmente e ele se inclina para pegar a sua mão em cima da mesa. Você repara nos olhos dele, que suavizam um pouco, tentando se fazer parecerem gentis. — Acho que agora tive a certeza… eu… não tive a intenção.
— Não se trata do meu coração, Selton. Antes fosse, né? — Você dá uma risada meio fungada de leve, tentando dissimular o que se passava na sua cabeça. Como dizer isso a ele sem fazer ainda maior papel de boba? Talvez, quem sabe, não havia como. — Foi sim uma cara de saudade. Mas já passou. Só não acho que te dá o direito de esfregar isso na minha cara, só para amaciar o seu ego.
— Desculpa.
— Aceitas, — um suspiro escapa os seus lábios e você olha para Selton, cujo olhar escureceu. Sabe bem quem vai sair junto às suas próximas palavras; é a boba, que nunca se contém dentro da competente profissional que você é nas horas em que a sua mente está vaga de Selton Mello. — Se posso fazer um pedido, professor, se desculpa pelo que fez comigo todos aqueles anos atrás, por favor?
E então, um sorriso. Aquele você conhece bem. Selton traz nos lábios um sorriso de glória. Algo em você fica feliz por saber que deu causa a ele.
— Desculpa pelo que fiz com você, querida. Pelos beijos… carícias. Por todo aquele prazer. Me desculpa, viu?
— Não! Você entendeu errado! Não é isso que eu quero! — As palavras saem da sua boca em meio a risadas frouxas, quase joviais. São estranhas lembranças dos outros tempos.
— Achei que você já teria aprendido que eu raramente te dou o que você quer.
— Tá certo… Essa é uma que eu não aprendi, — você morde o interior do lábio, em dúvida entre falar ou não o que seguiu. — Também não aprendi a te esquecer. É, Professor Mello, isso você não me ensinou.
uau²
uau.
GIRLS WHEN:
como me fascina este hombre.
Eu e meu camarada Louis Tomlinson agarradinhos assistindo Crepúsculo enquanto amassamos um pote bem grandão de miojo sabor tomate da turma da Mônica igual a dama e o vagabundo (ele é a dama)🎀
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