Katherine McNamara photographed by Catherine Powell
xblessedxbe:
leonid-zherdev:
-Vovô! Vovô! - dizia um garoto que corria pela pequena e rustica, mas aconchegante cabana, em direção ao seu avô, um senhor de cabelos brancos e óculos redondos
-Meu pequeno Bóris, o que foi? - dizia alcançando o garoto e o pegando no colo com um sorriso que só um amável avô poderia ter
-O senhor me prometeu ler uma história de natal! - protestava o pequeno, apesar que não aparentava estar chateado, estava muito mais animado pela história que seria contada pelo seu avô
-Prometi, não foi? Melhor eu cumprir então - respondia o avô, mantendo o mesmo sorriso, deixando de lado o trabalho de marcenaria que ele realizava, para levar o seu neto até a sala daquela casa, a sua casa.
A sala, pequena, ainda conseguia comportar uma lareira, acesa para aquecer aqueles russos no tempo de frio que fazia, assim como uma árvore de natal decorada atenciosamente com enfeites de vidro e madeira, além de luzes que brilhavam como pequenas estrelas coloridas. O Avô se sentava numa poltrona, deixando o neto permanecer sentado em sua coxa, enquanto alcançava um livro do lado do seu acento, era um livro velho, daqueles que tem as páginas costuradas, capa marrom de couro e paginas amareladas pela idade
-Hoje vou te contar uma história de natal muito mais do que especial, Bóris
Os olhos do garoto brilhavam ao ouvir aquilo, estava muito ancioso
-Hoje vou te contar como um Shadowhunter, uma Warlock ( @xblessedxbe ) e uma Lobisomem ( @xyllxxd ) salvaram o natal - dizia abrindo o livro, começando a ler
Era uma manha fria na véspera de natal em Moscou. Havia nevado na noite anterior, então mais uma vez seria um natal branco. As crianças da cidade inteira estavam ansiosas pela data,pelos… Presentes, afinal, que criança não gosta de ganhar algo? Havia por acaso alguma criança que não ganhava algo? Bom, havia uma, mas que havia deixado de ser uma criança por muito tempo, mas que de sua família, nunca havia ganhado presente algum, alguém cuja as memórias de festas foram todas com aquele que ele chamou de mestre por anos. Leonid estava sentado na beirada da cobertura de um dos prédios de Moscow, tomava um copo de café de uma dessas lojas que vendia para viagem, enquanto olhava lá para baixo, para um pequeno parque público, para as crianças que jogavam bolas de neve umas nas outras, construíam bonecos, faziam anjos da neve, elas nem imaginavam o que acontecia na cidade, faziam meses, mas Lilith ainda estava a solta e ninguém havia conseguido uma pista sequer sobre o paradeiro da mesma, pelo menos até ali. Leo se sentia não só culpado, como angustiado, sedento por justiça e atividade, mas não sabia mais o que fazer. Leo terminava o café e amassava o copo na mão, ainda sério, continuava a pensar nos seus problemas
Infelizmente, ele não estava a vendo, mas entre as árvores do parque onde as crianças brincavam, um par de olhos brilhavam laranja como brasas, enquanto observava as crianças sem ser notado somente esperando uma chance, uma oportunidade de fazer aquilo que queria fazer
As coisas estavam mais calmas em Moscou mas isso não significava que tudo estava tranquilo de fato, só por que não viam não queria dizer que tudo ia ser mais simples e fácil. Lilith ainda estava solta e desde o Halloween nada sabiam dela, o que deixava Morrigan bem mais agitadas do que o normal. Embora a viagem com Guilhermo para o Caribe tivesse a relaxado e a reconectado com uma parte dela que estava voltando a tona agora, havia muito tempo que ela não ia a sua casa original e ter feito isso em uma viagem a deixou em paz, embora não soubesse o motivo de não ter feito isso antes. Agora já era natal e ela apesar de estar inquieta, havia uma aura de paz em seu interior que antes não tinha acesso, ela preparou então dois presentes um para Aylla que havia aparecido em sua vida de repente e ela havia acolhido e outro para Leonid um amigo que havia aparecido em sua vida depois de algo muito ruim que havia acontecido com ela e com o coven. Havia pedido que ambos a encontrassem no parque, a cidade estava completamente enfeitada e colorida, havia neve caindo ao chão, logo tudo estaria coberto e perfeito, embora já estivesse acostumado ao clima frio da Russia, agora sentia falta do calor de seu povo, mas precisavam mais dela ali do que em Nassau e ela sabia bem disso. Não demorou a chegar ao local que havia combinado com eles.
Havia crianças ao redor brincando e não pode deixar de reparar na felicidade de todos. Avistou Leo mas não via Aylla ainda mas se aproximou mesmo assim. - Feliz natal Leo.- disse se aproximando e tirando o presente da sacola e estendendo para ele.- A Aylla ainda não apareceu?
Não era apenas a data, era tudo que ela representava, as vezes era difícil mas Aylla sentia que precisava tentar, tentar apenas aproveitar o momento e tirar o melhor dele, só porque as coisas eram diferentes do seu passado não significava que eram ruins. Dessa vez ela sentia algum tipo de calmaria em seu mar turbulento talvez pelo convite que tinha recebido da sua feiticeira favorita, Morrigan havia sido mais do que ela poderia imaginar, um súplica de ajuda concedida e agora se não fosse ela não conheceria tanto do Mundo das Sombras, sem ela não teria voltado a vida normal tão rápido, mas claro outras pessoas tiveram o mesmo papel importante, Leonid era uma dessas, desde a primeira vez que se falaram, ela sabia que teria alguém com quem contar e agora ela sabia que era para qualquer coisa, desde os trabalhos a dar algumas risadas, era sempre ela que tentava ajudar e alegrar as pessoas com ele era o oposto. Então é, aquele Natal seria melhor por ter aquelas duas pessoas ao seu lado, porque agora era seus amigos e ela tinha parado de temer tanto chama-los de uma possível família, com todos os prós e contras, isso queria dizer que ela nunca os abandonaria ou esqueceria.
Tinha se atrasado alguns minutos, além de ter arrumado o quarto de Kaspar com as decorações natalinas teve que passar na delegacia, mas agora já estava apresentável. As orbes esverdeadas procuravam os dois parceiros aquela noite enquanto caminhava pelas ruas cobertas por neve e se sua pele não estivesse um pouco rodada era quase de se confundir, ela realmente queria que eles não a vissem para pegá-los de surpresa mas era um pouco difícil com aquela cabeleireira. Os lábios enfim se curvando ao avistar Mor e Leo, acelerando os passos. - Feliz Natal! - Ela dizia com um sorriso radiante dando um abraço em cada um antes de se afastar e ajeitar o vestido. - Não demorei muito né? Os policiais me prenderam na delegacia mas então… o que estão aprontando?
kaxpar-m:
“Então já parou de ter pesadelos? Isso é bom.” perguntou, já um pouco mais aliviado por ver que a outra estava bem melhor. “ Isso é o básico, não vamos dar conta de mais do que isso, e só isso parece já muita coisa.”— não fazia questão de esconder o quanto desprezava algumas coisas no mundo em que tinha crescido, mostrando-se saudoso de coisas que nunca lhe pertencera. A verdade é que uma vida normal estava muito longe do alcance do Matveet.“É claro que lembro” riu, como se fosse óbvio. “ Isso é ruim de muitas formas, mas somos fortes e vamos conseguir lidar com isso.” — era como se estivesse a falar consigo mesma para criar forças e, de fato, não diferia muito, considerando que ele sempre ficava apreensivo com aquelas situações, algo que, de regra, causava uma adrenalina grande no rapaz. “Você consegue.” ele continuou fitando a arvore em sua calmaria tentando analisar a situação de todos os lados e em como poderiam agir. “ Pode deixar, vou tentar descobrir algo. Vou continuar jogando pedras.” Pegou algumas pedras de diferentes tamanhos e jogou em direções diferentes para tentar provar uma teoria que já tinha em sua cabeça, várias raízes se movimentavam ao mesmo tempo assim que sentiam movimento perto de si, mas a arvore não tentava levar nenhuma das pedras para baixo da terra ao contrário do que fazia com seres vivos. “ Deve servir.” ele pegou o facão, sabendo que como era ela que tentaria se aproximar precisaria ainda mais que ele se defender. “ Sempre.” ele estava ao lado dela e mesmo que não fosse ser a isca em um primeiro momento estava pronto pois já havia analisado os possíveis pontos fracos da arvore.
“Sim, só acontece quando eu não consigo aceitar de vez algo fora do "normal" tipo quando eu vi um demônio pequeno ser morto por um shadowhunter ou quando eu me transformei pela primeira vez e não consegui me lembrar de nada.” deu de ombros tentando levar aquilo como se fosse algo normal, Aylla não costumava ter medo, teve que aprender a lidar com eles desde sempre mas agora se sentia um pouco fora dos eixos. Deu um riso contagiada pela risada de Kaspar. “Sempre conseguimos lidar com qualquer coisa, não sera agora que isso vai mudar.” tentou com todas as forças acreditar naquelas palavras. Aylla gostava da emoção e realmente pisar em um terreno desconhecido lhe causava isso, ela sentia uma confusão imensa entre o medo e a fascinação mas suspeitava que era normal pra um novato sentir isso. Deixou um sorriso brotar em seus lábios com a confiança que a amigo tinha sobre si, as vezes nem mesmo ela conseguiu ter tanta algo confiança e precisava ouvir Kaspar, ele era como um anjo em sua vida e não sabia o que seria de si mesma sem ele. “Certo, mas tome cuidado.” Disse apreensiva depositando um rápido beijo na bochecha do mesmo antes de sair.
Assim que voltou sentia o corpo um pouco mais agitado. “Descobriu mais alguma coisa?” segurou o machado verificando com os dedos se estava afiado o bastante. “Então vamos.” disse um pouco mais confiante, estavam lado a lado como sempre e ela sabia que dariam o melhor para saber o que tinham alí, e sem deixar de proteger um ao outro. Aylla puxou o ar com força antes de lançar um olhar para o colega e avançar em direção da árvore, seu olhos brilhando como os de um lobo, assim que chegou perto do território tentou defender com a arma os golpes mas "machucar" a árvore parecia só deixa mais irritada, sentiu as pernas serem puxadas, usando toda a força que tinham pra cortar os ganhos que lhe prendia, não desistiria tão fácil.
Aylla não gostava de estar naquele lugar, se sentia desconfortável e uma parte sua sentia pena daquelas pessoas, ela sabia que nem todas estavam alí por que queriam mas era tão ruim, tão ruim que ela não entendia como alguém poderia viver daquela forma, sinceramente ela tinha sorte, sim não foi uma vida fácil e não seria mas não se tratava disso realmente, ela teve pais que a amava, teve carinho, todo o apoio do mundo e amigos que poderia levar pro resto da vida, em sua memória pelo menos. - Sem sentimentos, por favor, só desligue - Murmurava pra si mesmo e então podia abrir os olhos novamente, ela não gostava de apagar sua humanidade mas tornaria o trabalho mais fácil.
Deixou que Leonid entrasse e fizesse o que tinha que fazer, ela estava mais como um suporte, era nova em casos de submundanos então preferia que fosse assim. - Eu vou dar uma olhada lá em cima - Sussurou quase apenas movendo os lábios, em passos calmos e lentos para não fazer barulho, afinal a escada estava tão decadente que rangia mesmo com todo cuidado que tinha. Sem demorar muito chegava ao corredor, erguia a arma na altura do ombro e apontava para a primeira porta, por sorte ou não, não havia ninguém, respirou fundo sentido o peso do nervosismo apertar seu coração. Não havia nada alí de interessante, o quarto tinha vários entulhos e... um grito escapou dos lábios da mesma ainda que abafado pela mão livre, do nada sair algumas ratazanas e não que fosse fresca mas ela estava com muita adrenalina e qualquer barulho a perturbava. Esperava que Leo não tivesse escutado ou até mesmo o Ogro. Tratou de ir aos outros quarto, neste tinha um mural, cheio de fotos e era até um pouco impressionante para toda a bagunça alí, a ruiva chegava mais perto e podia ver que eram fotos do juíz, alguns jornais e documentos de um caso. Pressionou os lábios antes de descer o mais rápido possível para falar com o shadowhunter, se esbarrando com o mesmo. - Desculpa, bom eu achei algumas coisas estranhas lá em cima, pode nós dar pista do que está acontecendo, o motivo do assassinato apesar de eu não achar que isso vá mudar algo - Encolheu os ombros a feição se tornando um tanto horrorizada, ela não conseguia entender porque tanto ódio, porque ser tão monstruoso. - Eu... eu preciso de um tempo - Balbuciou se afastando, ela sentia que ia vomitar e provavelmente o faria, se não tivesse escutado um barulho vindo do segundo andar. - Temos... temos que subir eu não olhei tudo - Murmurou tentando se recompor.
xyllxxd:
Aylla tentava conter a risada levando a mão a boca, não achava que o amigo ficaria tão embaraçado, ela tinha que parar de fazer isso… até parece, estava no sangue, era alguém livre demais e não podia deixar de ressaltar que gostava de causar aqueles efeitos, fazia tempo que não conhecia alguém assim, algo que parecia despertar algum tipo de cuidado com o outro, Leo precisava aprender um pouco mais sobre a vida, não precisa ser tão cauteloso com ela. - Não tem problema olhar, não vou te bater - Movia as pernas de forma descontraída, as vezes era melhor ser assim do que a polícia seria, aqueles casos eram exaustantes e nada melhor que algum tipo de “distração” não prejudicial. - Que bom, não gostaria de te ver machucado por minha causa - Dizia com um certo pequeno sorriso, havia um peso em suas palavras, odiava ser a causa de algo ruim e não estava acostumada a ter aquela atenção, proteção, tinha passado a vida tendo que se cuidar sozinha, tinha se acostumado a ser assim e agora com Leonid a ajudando, bom teria que se acostumar. Sacudia a cabeça distraída com os pensamentos e então pegava a calça com um sorriso sem graça, a vida na alcatéia estava a deixando desacostumada, até porque as outras espécies não aceitavam tão fácil toda aquela liberdade e vida mais “selvagem” e descontraída, lobos eram intensos de todas as formas então as vezes eram um pouco desajeitados quando se tratava de controle, não sabiam a hora de parar. De qualquer forma Ay tinha entendido o recado silencioso do outro e assim que o mesmo virava vestia a outra peça de roupa, arrumando o resto dos acessórios como a arma que voltava a ficar no suporte em sua coxa. - O que tá olhando? - Resmugava semicerrando os olhos e rosnando pro feiticeiro, certo gostava de olhos sobre si mas não quando estes tinha algum tipo de repúdio, não conseguia entender aquele tipo de pessoa, o pior era que aquilo havia em seus dois mundos, os do mundanos e os da sombras, era horrível saber que o preconceito estava tão presente nos humanos daquela forma, a vida se tratava de mais do que apenas rótulos, pelo menos para a ruiva.
De fundo era possível escutar algumas tosses, aquela insinuação foi um tanto inesperada e a detetive havia se engasgado com o próprio ar. - Como é? - o tom fora um pouco mais alto, incrédula com o warlock, talvez passar aquele tempo com Leonid a fez esquecer dos preconceitos que havia até mesmo nos submundanos, qual era o problema de um shadowhunter andar com uma loba? Ela estava um pouco embaraçada pelo simples motivo de que não tinha boas recordações de quando era chamada daquela forma por alguém mas pior ainda por alguém achar que era errado ela se envolver com alguém que não era da sua espécie, por acaso a existência do amor implicava com um DNA? Porque ela tinha sangue de demônio e ele de anjo? Aylla podia explodir de raiva como de costume, suas respiração estava acelerada junto com os batimentos e ela segurou com toda a força os punhos para não mata aquele desgraçado, provavelmente a única coisa que a acalmou foi a risada de Leo, ela sentia um alívio tremendo por ele ter levado aquilo de alguma forma como uma brincadeirinha. - Namorada? Acho que ele não é tão sortudo assim - Relaxava o corpo se jogando contra a parede com cuidado, ela era cabeça quente e sorte que o amigo não tinha perdido o juízo também, afinal porque levar as coisas tão a sério? Aquilo nunca aconteceria mesmo, não exatamente porque Leonid não poderia lhe conquistar de alguma forma, ele era muitas coisas que ela gostava mas relacionamentos tão fortes não era algo que ela queria agora, Aylla se entregava de corpo e alma aquelas coisas e agora como lobo podia ser bem pior. Respirou fundo apenas observando a cena a sua frente com um pouco de animação, Leonid sabia ameaçar alguém fácil, ela por outro lado precisava de um pouco mais, afinal ela conseguiu por medo em alguém? Riu fraco com os próprios pensamentos antes de sentir o celular vibrar no bolso e verificar que era um dos parceiros de polícia. - Eu vou deixar os dois homens resolverem isso, se precisar só chamar amorzinho - Ela dava dois tapinhas no ombro do shadowhunter e ria brincando com a ideia absurda do feiticeiro então ia para fora, atendendo a chamada para saber se tinham novidades, nada que ela já não soubesse.
Assim que Leo saia da loja ela pegava o papel com o endereço escrito, um sorriso de deboche se formando em seus lábios porque era bem a cara de um Ogro viver em um lugar tão ruim como aquele, ela sentia o estômago protestar só de lembrar do cheiro que o homem tinha. - Sei exatamente onde é mas… - Ela se afastava um pouco com certa malícia e balançava a chave que havia pego sem permissão do mesmo, as mãos eram delicadas o bastante para passarem despercebidas pelo toque, bom pelo menos quando controlava a temperatura quente que tinha. - Eu dirijo - Deu de ombros, esperando que o outro não ficasse irritado e se ficasse bom seria só uma vez. Em poucos minutos, talvez por dirigir mais rápido do que devia, era uma ótima motorista e sabia disso mas as vezes precisava ser precisa e rápida em perseguições. Assim que chegavam ao local, parava um pouco distante, poderiam ter uma boa visão do local e tinham a vantagem de pegar o assassino de surpresa. - Precisamos verificar o perímetro, vamos nos separar, se precisar de ajuda tenta me chamar - Dizia não como uma ordem mas uma aviso então saindo do carro, a mão no revólver e os olhos mais fixos em qualquer movimento, precisaria se concentrar um pouco mais daquela vez, deixar seus instintos a frente. Ela ia na frente parando na porta e sussurava apontando pra Leo entrar. - Primeiro as damas. -
Leo ria, negando com a cabeça quando Aylla pegava as suas chaves, de fato não havia percebido, estava intenso demais depois da ação que havia ocorrido dentro do Baú do Caçador, mas também, não protestou de nenhuma maneira, se ela sabia como chegar no local é o que importava, afinal o carro era do instituto e não seu - Sem problemas, sem problemas - dizia com uma risada leve, entrando logo no carro e aguardando para ser guiado ao local pela policial.
Os dois podiam observar, conforme o veículo cruzava as ruas de Moscow, a paisagem ia se alterando, a cidade antiga ficava para trás e partiam para as periferias, o que cresceu em volta, mais aberto mais espaçado e muitas vezes, mais sujo. Os minutos se passaram, as rodas rodaram e a dupla havia chegado em seu destino, um dos piores bairros para se viver em Moscow inteira, Golyanovo. Descendo do veículo já viam mendigos, prostitutas, drogados, basicamente o pior tipo de gente da cidade, eram mundanos e Downworlders, em plena luz do dia, numa cena surreal. Os dois ignoravam as figuras, assim como essas pareciam ignora-los, mesmo em se tratar de uma ruiva com cachos em fogo e um caçador da sombras coberto de Runas
-Pensei que nunca ia dizer - respondia sorrindo para Aylla, entrando na brincadeira, enquanto desenhava uma runa na mão, “Anti-Fogo” e então “Fogo”, as ativando nessa ordem, fazendo com que a mão direita se tornasse uma bola de fogo. Tocando a maçaneta, ele derretia o trinco da porta e a abria lentamente, entrando logo em seguida. Punho fechado, instintos a postos, ele passava pela sala. A casa do ogro parecia realmente um pântano, por fora, no jardim, havia um vazamento do esgoto, deixando o gramado molhado e fedorento, a cara em si, de madeira velha e carcomida parecia quase metade de um tronco de árvore deformada no meio da vizinhança e dentro dela, se por fora já não fosse bonito, era pior ainda, com um cheiro podrido, as janelas velhas cobertas por cortinas sujas e rasgadas, os móveis cobertos de poeira, resto de comida e outras substâncias não identificáveis a primeira vista. Leo continuava a andar, olhando atentamente, após a sala, a cozinha estava vazia também, havia uma pilha de ossos num canto, de tantas formas e tamanho que pareciam até ser humanos ou de qualquer animal, restos de carne podre, lixo e muitas moscas por todos os cantos. O seguinte comodo que ele passava parecia ser uma oficina completa com instrumentos primitivos, como se tivessem sido feitos alí mesmo de madeira e pedras lascadas, além de dentes de animais, inclusive sobre a bancada havia algo esférico sobre um pedestal, iluminando com a mão em chamas Leo identificava o objeto, era a cabeça do Juiz,coma expressão de desespero e dor ainda estampado no rosto sujo de sangue e outras impurezas que lembravam as que haviam no local. No pedestal havia apenas uma palavra “inimigo”, um claro sinal do que poderia acontecer se falhassem. Leo deu meia volta, passou pelos outros dois cômodos que haviam ali, ao menos no primeiro andar e estavam sem nada, se não alguns caixotes e outros moveis sujos e um banheiro imundo e nojento demais para se descrever com palavras. Leo se aproximava de Aylla novamente -Primeiro andar limpo, mas achei a cabeça do Juiz. Ele…empalhou ela - dizia desconfortável
kaxpar-m:
Kaspar estava na floresta perseguindo uma seelie que levava uma criança quando aconteceu. O tremor, primeiro ele achou que aquilo poderia ser coisa da Seelie, depois veio a epifania. A arvore saiu do meio da terra, as raízes se embrenhando nas rachaduras causadas pelo terremoto, se expandindo ate se erguer por cima das outras. Ela possuía um cheiro putrido, intenso que fez o policial torcer o nariz. Um rebento da arvore agarrou em sua perna, como se ela tivesse vida própria. Ele parou para desenredar um rebento de uma das raízes quando. Franzindo o cenho, ele rasgou a raiz ao meio e a rasgou do chão, liberando um odor pungente e desagradável. A arvore continuava lá com seus tentaculos fétidos. Ele precisava pegar o telefone, e ligar para um shadowhunter, ninguém mais iria detêr aquela coisa. Ninguém mais poderia.Mas eles estavam tão longe e ele estava ali, conseguia tocar nas raízes, se não o fizesse, ninguém faria. Ele correu e adentrou o quartel dos lobos esperando que houvesse algusn deles lá, abriu a porta com facilidade mas não havia ninguém, subiu as escadas que levavam ao sotão do lugar. Isso não demoraria muito. Ele tomou cada passo com cuidado, estremecendo em cada rangido até que ele finalmente estava no topo. “Aylla?” Ele perguntou em um sussurro áspero através da porta rezando para ela estar ali.
Quando o chão abaixo dos seus pés tremeu, Aylla se sentiu a pessoa mais insegura do mundo e sem entender muito tentou encontrar alguém de sua matilha mas não obteve sucesso.Não sabia o que fazer, deveria se esconder? Procurar ajuda em outro lugar? Lutar? A ruiva parecia uma criança assustada após um pesadelo e os sons vindo das escadas do sotão só pirou as coisas, seu coração batia de uma forma que ela achou que sairia do peito e seus olhos marejavam um pouco, não queria fazer parte daquilo, não era justo. Primeiro tremeu achando que seria um demônio que a mataria e agarrou um dos tacos de basebol e subiu com cuidado para atacar seja lá quem fosse, mas então após se concentrar um suspiro aliviado escapou de seus lábios ao perceber o som da voz e o cheiro familiar. “Kaspar?” Balbuciou sem esconder o quanto estava abalada e se aproximou do mesmo, correndo até seus braços, dando graças por ser ele e não qualquer outro monstro que a machucasse. “O que tá acontecendo?” Murmurou abafado pelo rosto entre o peito do mesmo, não sabia se estava segura com ele mas pelo menos não estava só, estava com um amigo.
leonid-zherdev:
Chovia e trovejava naquela noite de Moscou, um mundano trancava a porta de seu apartamento, seu nome era Ivan e ele tinha um compromisso importante aquela noite, alias, tinha quase toda noite, era um juiz de leis mundanas, um dos bons, havia perdido a conta de quantos criminosos já havia colocado atrás das grades por crimes horríveis. Ivan estava ansioso e atrasado, tinha uma audiência aquela noite e tinha que chegar ao tribunal rápido, distraído pelo som da chuva ele não percebia a pessoa que se aproximava dele a passos firmes, passos pesados, raivosos e confiantes, que pareciam ficar mais pesados conforme se aproximava do Juiz. Ivan derrubava a sua chave quando a tirava da porta e se abaixava para pegar a mesma sem sequer perceber a grande figura que se posicionava atrás dele, forte, robusta e imóvel, punhos fechados de raiva e mesmo com a meia luz dos postes russos o banhando de uma forma que seus olhos ficavam ocultos, podia-se sentir que ele fuzilava o mundano com um olhar de ódio
Ivan se levantava e se virava, pronto para continuar a caminhar, mas esbarrava na figura, dando de cara com o tórax deste. O juiz apenas olhava para cima e a sua expressão se tornava de pavor ao reconhecer a figura. ele caia sentado, largando o guarda chuva que levava consigo - N… N… Não você!
A figura sequer respondia, apenas abaixava para alcançar o mundano, mas por sorte, talvez pela adrenalina, o juiz rolava no chão rapidamente, se arrastando e saia correndo pela rua, sem sequer olhar para trás, sabendo que seria seguido, na verdade… Seria caçado. O Juiz corria com toda sua força e fôlego, virando sempre que podia nas ruas, tentando despistar o seu perseguidor e após um tempo, acabava por entrar em um beco sem saída. Ofegante e desesperado, ele olhava desesperado para o beco reconhecendo o seu erro e então ouvia um som de uma lata de lixo sendo derrubada, que o fazia se virar apenas para ver a grande figura logo a frente do beco, parado, olhando diretamente para ele
-Não… Espere… Eu não… Eu só… - Ivan mal conseguia falar, tremia de medo, havia urinado nas calças, sabia muito bem quem era aquele. Mesmo se soubesse o que falar, a figura não ouviria.
A figura, sem demonstrar nenhuma expressão, entrava no beco com os mesmos passos firmes, derrubando o que estivesse em seu caminho, como se nada o parasse ou desacelerasse. Ele levantava os braços, direcionados ao Juiz e avançava para cima dele, que só tinha tempo de gritar em desespero, gritos que ecoavam por aquele beco junto do som que seguia de ossos quebrando e carne rasgando
No dia seguinte, a policia de Moscow havia sido chamada para atender as ligações preocupadas dos moradores do bairro, afinal naquela manha o corpo do Juiz Invan havia sido encontrado, sem a cabeça, restando apenas nacos de carne e pele rasgada, assim como uma grande poça de sangue seco. Seja lá o que fora, havia cortado a cabeça do juiz a dentadas, seja lá o que fez aquilo, não era humano. A unidade que chegava ali era nenhuma se não a de @xyllxxd tomara que ela tenha estomago para aquilo.
- Até quem fim mulher! - um dos policiais gritava no fundo assim que a ruiva entrava na delegacia, finalmente vestindo o uniforme. - Temos noticias quentes pra você, parece que temos um assassino ou animal a solta em Moscow, recebemos uma ligação, parece que o Juiz Ivan morreu ontem a noite, apenas reconheceram por causa da carteira pois o corpo foi totalmente dilacerado. Acha que pode dar conta? - outro disse com uma empolgação e certo medo afinal casos assim não eram tão comuns, deixavam todos apavorados e a policia não gostava nem um pouco de ser chamada de incompetente. - Você esqueceu quem eu sou? Vamos logo com isso, vou precisar que chame a legista e... ah você já sabe o que fazer me encontre no local do crime - Aylla apenas disse, firme e confiante em uma ordem antes de sair novamente, seria mais fácil se Kaspar estivesse alí para irem de carro mas já que o mesmo estava ocupado em outro caso tratou de pegar uma das motos.
Assim que chegou no local se aproximou da área restrita colocando as luvas descartáveis e tentar analisar a cena. - Então o que temos? - Disse um pouco mais alto para os outros policiais já presentes. - Não muita coisa, os moradores não viram nada apenas escutaram os gritos e quando vieram ver o que acontecia, bom viram isso - era de deixar qualquer um com estomago embrulhado mas pra aquelas pessoas era um pouco mais fácil, mas não evitava o enjoo, Aylla sentia o cheiro do sangue podre três vezes mais forte e era insuportável. - Não foi uma animal, é violento demais, animais não atacam assim, a legista já deu uma olhada? - a mesma tinha quase certeza que era um submundano mais não conseguia decifrar pelo cheiro que tinha ali, ainda não conhecia todas as criaturas daquele mundo. - Sim e disse a mesma coisa que você - aquilo não ajudaria muito, precisava de uma equipe extra. - Me mantenham informada - se afastou pegando o telefone mas antes que pudesse discar nos números para pedir ajudar seu parceiro Kaspar, avistou e bom uma ajuda dele seria melhor ainda e ainda mais pratico já que ele já estava ali, se aproximou. - Oi Leo, se você tá aqui quer dizer que foi um downworlder, não é?
leonid-zherdev:
Leo só via na sua frente uma jovem teimosa e inquieta, não poderia a julga, imaginava como poderia estar sendo essa mudança de vida para a mesma, afinal, sabia o que era ser um excluído, não sabia o que era ser um submundano, mas sabia o que era ser tratado como um a partir do momento que aceitou ser treinado por um warlock e ser completamente ignorado pelo pai, mas já fazia tempos que não se importava com essas feridas - Não é uma prisão, você não vê? isso só pode ser pior para todo mundo aqui - Leo cruzava os braços - Eu já matei sim, sou um caçador das sombras, mas não sou racista… Infelizmente houve situações em que não tive escolha, coitados que ficaram ou tristes demais… ou nervosos demais… - o tom era sério, quase uma bronca, mas não chegava a ser uma ameaça, Leo não gostava nada de ver alguém agindo daquela forma inconsequente, arriscando os outros, sabia que ela poderia matar, mesmo que sem ser por querer - Não posso te deixar fazer isso, não com essa instabilidade - Leo alcançava o pulso da lobisomem
- É claro que é uma prisão porque agora eu pertenço a esse mundo e eu não pedi por isso, não vê? Eu sou um monstro agora como posso lidar com algo assim? - Aylla levava as mãos ao rosto esfregando nos olhos como uma forma de aliviar a tenção. - Pior? - retrucava, como podia ser pior? Morrer? Talvez fosse o que queria. - Pobres coitados... bom saber que estou me tornando um deles, era tudo que queria - dizia com clara ironia revirando os olhos com o tom que o outro usava, ele estava mesmo lhe dando um sermão. - Não toque em mim! - gritava atirando o mesmo com força contra parede, as garras surgiam nas mãos e agora ela via o que estava acontecendo, não era só um perigo pra si mesma mas pros outros. - Droga! Eu... não quis... - corria até o mesmo vendo se não tinha o machucado, sabia que shadowhunters eram fortes mas não indestrutíveis. - Você está bem? - sentia lagrimas escorem pelo rosto, estava chorando? Quando é que Aylla chorava e ainda na frente de alguém. - Entendi, eu preciso voltar pra matilha - dizia nervosa se virando e secando o rosto com as mãos.
“I know I’m not a shadowhunter and I know I’ll never have one parabatai, but if I had, I know he would be you."
IF SKY COMES FALLING DOWN, FOR YOU THERES NOTHING IN THIS WORLD I WOULDNT DO...
@kaxpar-m
vampirexprince:
Ele ainda ficava abismado com a inocência de algumas pessoas, ele podia sentir o cheiro a quilometros de distância, como ela não havia sentido o dele? Ou melhor não apenas o dele, mas dos outros vampiros que sempre estavam por ali já que a mansão ficava a apenas meio quarteirão do local. É claro, Petya era muito civilizado, qualquer outro vampiro já teria arreganhado os dentes para a loba. - Não pessoalmente, mas me permita fazer as apresentações me chamo Petya. E me pergunto o que uma loba faz muito perto da mansão dos vampiros. Não sei se sabe mas aqui não é muito seguro para sua especie.- achou por bem avisar, não queria problemas, não nesse momento nem para ela, nem para ele. Havia acabado de voltar de um sequestro e de uma tortura que foi ruim, até mesmo para um vampiro, não queria nenhuma briga ou problemas para seu clã.
Apenas assentiu a apresentação, temendo que se o fizesse ele saberia quem era, uma loba recém transformada e podia usar tal informação como vantagem então se manteve calada. - Espero realmente que seja um prazer conhece-lo - seu tom beirava o sarcasmo, afinal como poderia um lobisomem se sentir bem na presença de um vampiro? Talvez eles não incomodassem tanto Aylla porque está não via motivos pra odia-los... ainda - Suponho que vocês vampiros terão que me aturar por aqui por um tempo, infelizmente o Mercado das Sombras se localiza na mesma rua e tenho negócios a tratar por lá - pensou na desculpa mais plausível que podia, anos na policia lhe tornava uma ótima álibi para tais situações, o problema seria tornar aquela mentira uma verdade - Não é uma questão de saber, os acordos são claros vocês não se mete no nosso caminho e nós não mexemos com vocês, não estou fazendo nada de errado estou? E não acho que nossas especies precisem de mais problemas - o olhar ameaçador e a voz confiante lhe tornava aparentemente uma loba experiente, que era o que queria que ele pensasse, e esperava estar sendo direta o bastante com suas palavras.
Aylla Xerazade 25 eyers werewolf I'M DO WHAT I WANT, SAY WHAT YOU SAY.
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