𝐟𝐢𝐧𝐚𝐥𝐢𝐳𝐚𝐝𝐨
Há muito que tinha prometido a si mesma que seria mais calma, mas paciente e compreensiva, todas essas eram virtudes que Daphne tentava alcançar, nem que fosse apenas para demonstrar que nem todos os filhos de Ares eram movidos à base da raiva, mas nesse preciso momento? Era difícil. Estava sendo difícil lidar com aquela perda, Flynn era das pessoas mais importantes para a loira naquele acampamento, e por mais que fosse forte, qualquer um tinha seu ponto de quebra. "Está sim, insinuando, quer admita ou não." Apontou com uma das sobrancelhas erguidas e o resto da feição fechada. Maeve insinuava isso quando afirmara que seu patamar para boas pessoas era baixo, ou pelo menos, era isso que transparecia para Daphne. "Tem pavio curto sim, especialmente quando me estou esforçando." A observando limpar as feridas que tinha nos dedos, quase que voltava a sentir seus próprios ferimentos, mas os ignorava, ou então apenas apreciava a dor, era bom sinal ela estar ali. Podia parecer masoquismo, mas precisava sentir algo mais que a dor sentimental. "Era sim, se isso fizer alguma diferença." Murmurou com um pequeno suspiro, se levantando já pronta para sair da enfermaria. Tinha as emoções à flor da pele, e preferia se afastar da filha de Hipnos antes de ter alguma atitude mais insensata. "E mesmo assim alguns não o fizeram, o que isso faz deles?" Perguntou, a atitude alheia a aborrecendo. "Não quero comprar briga com ninguém, já tivemos o suficiente por uma noite, não precisa de se preocupar." Pegando em um rolo de ligadura que tinha ali perto, deixou no colo alheio. "Não me parece precisar de grande ajuda minha, até porque sou péssima com essas coisas e você parece estar fazendo um ótimo trabalho." Piscou o olho com um sorriso forçado antes de se afastar.
Não podia dizer que não entendia a frustração do filho de Zeus, afinal, também a partilhava, mas não era de acordo que aquela abordagem era a mais certa. Não podiam simplesmente sair por ai tentando pegar o traidor, iriam ser óbvios demais, e quem quer que fosse, iria suspeitar, além de que já tinham uma ideia de qual a Deusa por detrás disto. "Então e qual é a sua sugestão?" Perguntou calmamente, parando o que estava a fazer para o observar. Também ela queria agir, na verdade o que mais queria naquele momento era degolar quem quer que estivesse ajudando esses ataques, mas precisavam de uma estratégia com pés e cabeça, e não de uma simples vontade. "Tem algum plano que seja digno de partilhar?"
@wrxthbornx: "listen to yourself. you’re acting like you’re giving up" + pista de corrida
Mesmo os alongamentos naquela manhã executava com preguiça. Depois daquela maldita noite, e daquela maldita visão, era difícil encontrar algum ânimo para os treinos mais básicos, como se a vida deles, no momento, se resumisse a esperar pela próxima desgraça – ou melhor, peça guerra que se anunciava. Nikandros cerrou os dentes enquanto tentava ignorar a dor nos músculos. Em razão da adrenalina no meio da noite, não tinha sentido nada nas horas imediatamente seguintes. Agora, contudo, a história era outra. Com as constantes reclamações, que ele julgava que ninguém estava ouvindo, deixava bem evidente seu desgosto por ter de seguir vida normal depois de tudo o que vinha acontecendo. Era enervante que Daphne não compreendesse o motivo de sua insatisfação. Não estava óbvio? “Dessa rotina inútil, você quer dizer? Pode ter certeza que estou desistindo. Deveríamos estar caçando o traidor e não agindo como se não estivéssemos sendo atacados dentro dos nossos portões. Será que não percebem que ele está caçoando de nós?”
“If you’re so sure it’s not haunted, why don’t you go over there and ring a doorbell?”
It Takes Two (1995) dir. Andy Tennant
𝐜𝐥𝐨𝐬𝐞𝐝 𝐬𝐭𝐚𝐫𝐭𝐞𝐫 - for @littlfrcak
Por muito revoltada que Daphne estivesse com tudo o que havia acontecido e em especial a morte de Flynn, não podia se resguardar no seu chalé para sempre. Uma das pessoas com quem tinha ficado mais preocupada no dia do baile e que depois não tinha tido a chance de ver, era Sasha. Conhecia bem o pavor do semideus com fogo, e não queria sequer imaginar como tinha sido quando o pavilhão tinha começado a arder e eles pareciam encurralados. Chegando ao chalé do amigo bateu à porta, sendo aberta por um dos irmãos de Sasha que logo indicou onde ele estava. Chegando mais perto, Daphne fez notar sua presença com duas pancadinhas na ombreira de madeira. "Hey... Trouxe chocolate para a gente." Tinha trazido a última missão e ainda o mantinha guardado para uma ocasião especial, e essa sentia que merecia. "Como você está? Não o vi mais depois do baile."
"Vou fingir que você falou 'irmã favorita e mais poderosa', já que posso escolher claro." Apontou com um pequeno sorriso e aceno de cabeça. Tinha ouvido muito bem o que ele tinha falado, na verdade apenas queria que o mais velho repetisse o pequeno insulto. Aidan era das poucas pessoas com quem Daphne tinha aquele à vontade e relação leve, que não se importava se o que poderia dizer soasse idiota ou não, e claro, raramente se insultava com sua língua afiada. "Eu não sei quem pegou, mas este chalé parece que é habitado por porcos!" Se havia algo que a loira detestava era sujeira e desorganização, e cada dia que passava o chalé estava ficando pior e poucos realmente se pareciam importar. Olhando para o irmão e a blusa, franziu o nariz ao ver que realmente estava nojenta, nem queria imaginar como estava o resto da roupa que havia colocado no saco para lavar, iria precisar de um bom banho depois daquilo. "Que nojo, acho que qualquer dia precisamos de uma intervenção sobre higiene, e sou eu mesma que a vai fazer." Teria que arranjar uma ameaça que fosse forte e realizável o suficiente para assustar os irmãos e os fazer limpar, pelo menos, o espaço de cada um. "Espero seriamente que não me esteja incluindo nesse grupo de bocó. E quando à liderança, o melhor é eu nem comentar, antes que diga algo de que me vá arrepender." Murmurou revirando os olhos. "Espero que sim!" O saco com a roupa foi deixado a um canto e Daphne pegou em sua garrafa de água, dando um gole na mesma antes de se aproximar do irmão. "Todos menos você? Hm... Espero que esteja lidando bem com essa realidade." Assentiu com um sorriso de canto, adorava o provocar e quem os ouvisse perceberia isso. "Uma amiga do chalé de Hades e a Pacifica? As duas ao mesmo tempo é isso? E quem seria essa amiguinha?" Perguntou curiosa, os olhos erguidos e postos nele, afinal com a diferença de alturas, Daphne sempre parecia que tinha que erguer a cabeça para olhar para as pessoas. "Ora aí está mais um contra para essa sua opção de poção. E não sei se reparou mas não falei nada sobre elas, apenas disse 'suas musiquinhas' não precisa ficar na defensiva." Soltou uma gargalhada nasalada com aquilo antes de se sentar também. "Como estão seus machucados?"
"Se eu repetir vai dar confusão, então preencha a lacuna com algum elogio." O grau de intimidade que atingiu com a meia irmã garantia uma convivência repleta de momentos icônicos. Já tinha sido flagrado tantas vezes, já tinha sido alvo de retaliação por esquecer de comprar um bom presente de aniversário e até mesmo precisou que Daphne apertasse as intrigas dentro do chalé. Dificilmente era atingido pela língua rápida da loira, mas sua atenção se dispersou quando notou algo familiar. Seus olhos foram lentamente analisando as tralhas que a irmã carregava consigo e assim que identificou uma peça de roupa desaparecida de seu armário decidiu aproximar-se da mais nova e retirar a camiseta de seu ombro com a ponta dos dedos. "Essa blusa é minha, quem pegou? Eu tenho certeza que foi um dos gêmeos!" Se pôs a analisar o tecido aos poucos e uma feição de nojo passou a ser desenhada em seu rosto. Aidan era metódico e tinha um asseio invejável, fresco o suficiente para dispensar qualquer pequeno sinal de sujeira em suas roupas. Rapidamente embolou a camiseta em suas mãos e tornou a olhar para irmã com o cenho franzido em um desprezo perceptível. "Isso tá podre. Joga isso fora, destruíram minha camiseta. Eles não descobriram a invenção do desodorante ainda? Olha a mancha debaixo do braço, que coisa nojenta!" Logo lançou a camiseta em um saco de lixo que estava aberto no chão, sem muito tempo para repensar a decisão ou a sugestão de uma boa lavagem. "Não trabalhei sozinho. Trabalhei com um bando de bocó e uma líder que achou que estava encenando o novo filme do John Wick. Na próxima divido a honra com você, minha mascotinha favorita." Aos poucos distanciou-se da irmã e sentou em uma banqueta encostada no armário de recordações que mais parecia um pequeno arsenal. "Minha uvinha está bem longe de estar comigo. Na verdade, pelo andar da carruagem, ela quer qualquer um, menos eu, se é o que quer saber. No momento estou mais preocupado com uma amiga do chalé de Hades e com a Pacífica que não tem previsão de retorno para a Arena. Sabe como é difícil achar alguém que ganhei de mim? Pois é." Disse ao levar a mão direita para a testa como se naquele comentário da irmã existisse um dilema a ser desvendado. "Se eu ficar surdo não vou ouvir as suas fofocas quentíssimas, então é algo a se repensar. E nem vem falar das minhas músicas, tá bom? Moramos num país livre, o meu Spotify funciona pela demanda!"
“Não… Não é nada disso.” A loira começou, não era sobre a companhia em questão que ela não aceitava a bebida. Provavelmente a entoação usada não tinha sido a mais correta. É que já tinha bebido uns quatro cocktail e um par de cervejas, e sua tolerância era péssima, e isso já se começava a notar. “É que eu acho que já bebi um pouco mais que o que devia.” Daphne confessou com um riso nasalado, ora mais uma prova que estava um pouco bêbada, por norma não era costume sorrir tanto.
𓂅 ˙ ˖ ⠀ ⠀ ❪ 𝐂𝐋𝐎𝐒𝐄𝐃 𝐒𝐓𝐀𝐑𝐓𝐄𝐑 ❫
com: @wrxthbornx
ela disse: “ i do not mean to hurt you ”
no bar de Dionísio
" ei, isso foi uma ameaça? é assim que você responde quando te ofertam um drink? " indagou com um leve arquear de sobrancelhas e se afastando levemente da garota. " tudo bem, escolha sua... mas vai estar perdendo uma ótima companhia, a minha. "
MAJOR GODS & GODDESSES — according to percy jackson
𝐜𝐥𝐨𝐬𝐞𝐝 𝐬𝐭𝐚𝐫𝐭𝐞𝐫 for @tommasopraxis -> ‘ clever as the devil and twice as pretty ’
Sua preocupação com o irmão a deixava sem conseguir dormir. O pior de tudo não era o ele ter desaparecido, mas sim não saber se estava vivo ou morto sequer. Com a insônia cada vez se agravando mais e mais, e dando voltas na cama em seu quarto, eram seis da manhã quando Daphne decidiu se levantar e ir até ao arsenal, levando seu machado consigo para o polir e tratar um pouquinho dele depois do uso que lhe deu enquanto tentavam fechar a fenda. Sentada em um dos bancos e utilizado um pequeno pano para a limpar, o fazia devagar e com alguma concentração, pelo menos até ouvir a voz de Tommaso. "Está falando comigo?" A filha de Ares perguntou sem erguer os olhos do machado.
𝐜𝐥𝐨𝐬𝐞𝐝 𝐬𝐭𝐚𝐫𝐭𝐞𝐫 - (plot O3) for @lcianhale
Os olhos passavam de forma apressada sobre as letras do livro que tinha sobre a mesa na biblioteca, podia dizer que estava lendo na diagonal, apenas tentando encontrar algo que despertasse sua atenção. Não costumava ser uma grande frequentadora da biblioteca, mas desde a profecia e agora todo o drama com um suposto traidor, Daphne tentava encontrar nos livros algo que a guiasse até à verdade. Distraída, apenas deu pela presença de Lucian quando o semideus se sentou na mesa onde ela estava, a fazendo erguer o olhar para ele. "Ainda bem que conseguiu vir!" Murmurou com um pequeno suspiro. Toda a ajuda era bem-vinda e o poder do campista era bastante útil naquela espécie de missão que a filha de Ares tinha tomado para si. "Estava lendo sobre uma outra profecia, bem antiga, em que algo semelhante aconteceu." O informou enquanto empurrava o livro aberto na direção do filho de Apolo.
EMILY ALYN LIND via Instagram
Normalmente Daphne não interferia nas desavenças do irmão, não por achar que não devia ou que não estava no seu direito, mas simplesmente porque não lhe interessavam de todo. No entanto, não podia dizer que não acharia extremamente engraçada a reação do mais velho ao achar que a irmã mais nova tinha alguma coisa com o melhor amigo. “Ok, estou a perceber. Você quer lhe dar provas concretas, é isso?” Perguntou já prevendo a resposta, afinal, porque outra razão estariam ali? Se afastando no colo do maior, passou o braço sobre os ombros alheios. As lâmpadas acendendo ao redor do pescoço de Raynar não lhe passando despercebidas, nem o olhar que o filho de Zeus parecia ter sobre si. As bochechas da loira se tornavam um pouquinho mais quentes ao ter o braço dele em volta de sua cintura, mas esperava que não se notasse sob a leve maquiagem que usava. “Sendo assim acho que ele está precisando de um bocadinho do próprio veneno.” Neste caso seria um pouquinho mais. “Tem ideias para essas fotos? Ou não chegou a pensar sobre elas?” Queria perceber pelo menos que tipo de fotografias ele tinha em mente, se fosse algo tão simples como apenas os dois ao lado um do outro, duvidava terem o efeito desejado.
Explicar a história exata de como chegava ali, com suas minúcias e reviravoltas, levaria mais tempo do que tinham disponível. Um espectador de fora, por exemplo, teria um resumo muito prático e rápido, mas... Raynar Hornsby era homem e, consequentemente, detentor da mentalidade que tudo era muito simples e mulheres não entendiam. “ 🗲 ━━ ◤ Ele vive dizendo ter um casos com as minhas irmãs. Eu retruco, dizendo que também. Mas ultimamente... ◢ Ergueu os olhos para os dela, as íris claras cravando nos dela em aviso. Uma lâmpada acendeu ao redor do pescoço, depois outra. O poder acumulado sem que percebesse, porque ela estava em seu colo e a visão... A passagem do passo adiante em sua cabeça, já dava uma amostra do como seria a reação de Aidan. Raynar passou um braço por trás de Daphne, casualmente apoiado ao redor da cintura. “ 🗲 ━━ ◤ Ultimamente ele vem se mostrando muito convencido. Usando demais essa merda. E eu quero elevar o nível do jogo dando provas. Ai que você entra. ◢ Os fundos disponíveis eram péssimos. O último, numa paisagem parecida com o acampamento, acabou o agradando. “ 🗲 ━━ ◤ Se quiser me usar também, eu topo. ◢
𝐃𝐚𝐩𝐡𝐧𝐞 𝐆𝐫𝐚𝐜𝐞𝐰𝐨𝐨𝐝Daughter of 𝕬𝖗𝖊𝖘; cabin counsellor born from 𝒘𝒓𝒂𝒕𝒉 𝒂𝒏𝒅 𝒓𝒂𝒈𝒆
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