MAJOR GODS & GODDESSES — according to percy jackson
Ainda não tinha falado com ninguém após a noite passada, sequer sabia como estavam os outros feridos que havia ajudado a levar para a enfermaria, afinal, sua mente apenas se ocupava com uma memória, e era o corpo de Flynn inanimado no pavilhão. Ao olhar bem para Yasemin, procurava alguma sinal de um ferimento grave, especialmente depois do que lhe havia acontecido com a coroa. "Eu estou sim, estava pensando em ir treinar, mas podemos andar um pouco, até ao lago se quiser." Treinar sempre era a melhor forma que Daphne tinha de descarregar toda a sua raiva e fúria, assim como frustrações, e os acontecimentos recentes estavam pensando bastante na loira, por isso era algo que estava precisando. Olhando para trás, fechou a porta. "Como você está? Se machucou muito?" Perguntou baixinho com os braços cruzados sobre o peito, obviamente preocupada com o bem-estar da semideusa.
Depois de ter fugido da enfermaria perto do amanhecer e dormir um pouco no dia anterior, ela ainda estava estressada. Claro que sim, como não estaria depois de todo aquele caos da madrugada passada? A falta de uma boa noite de sono mesclada ao estresse de um traidor apenas a fizeram ficar cada vez mais explosiva. Depois de uma conversa com Daph a respeito dos acontecimentos anteriores, logo depois do ataque na fenda, queria muito saber a nova opinião dela sobre as novidades recentes. E além de tudo, saber se a amiga estava bem, mas claro que isso ela não demonstrava. Nunca foi de demonstrava afetos. ❝ ― Um pouco! Você tá livre? Quer dar uma volta? Preciso conversar e espairecer um pouco. ❞ — Olhou para dentro do chalé como se estranhasse não ter brigas ou ânimos elevados ali.
Há muito que tinha prometido a si mesma que seria mais calma, mas paciente e compreensiva, todas essas eram virtudes que Daphne tentava alcançar, nem que fosse apenas para demonstrar que nem todos os filhos de Ares eram movidos à base da raiva, mas nesse preciso momento? Era difícil. Estava sendo difícil lidar com aquela perda, Flynn era das pessoas mais importantes para a loira naquele acampamento, e por mais que fosse forte, qualquer um tinha seu ponto de quebra. "Está sim, insinuando, quer admita ou não." Apontou com uma das sobrancelhas erguidas e o resto da feição fechada. Maeve insinuava isso quando afirmara que seu patamar para boas pessoas era baixo, ou pelo menos, era isso que transparecia para Daphne. "Tem pavio curto sim, especialmente quando me estou esforçando." A observando limpar as feridas que tinha nos dedos, quase que voltava a sentir seus próprios ferimentos, mas os ignorava, ou então apenas apreciava a dor, era bom sinal ela estar ali. Podia parecer masoquismo, mas precisava sentir algo mais que a dor sentimental. "Era sim, se isso fizer alguma diferença." Murmurou com um pequeno suspiro, se levantando já pronta para sair da enfermaria. Tinha as emoções à flor da pele, e preferia se afastar da filha de Hipnos antes de ter alguma atitude mais insensata. "E mesmo assim alguns não o fizeram, o que isso faz deles?" Perguntou, a atitude alheia a aborrecendo. "Não quero comprar briga com ninguém, já tivemos o suficiente por uma noite, não precisa de se preocupar." Pegando em um rolo de ligadura que tinha ali perto, deixou no colo alheio. "Não me parece precisar de grande ajuda minha, até porque sou péssima com essas coisas e você parece estar fazendo um ótimo trabalho." Piscou o olho com um sorriso forçado antes de se afastar.
MAEVE ERA VORAZ – filha de uma mãe que nunca lhe demonstrou nenhum tipo de amor e a ensinou apenas uma coisa : ganância . a ganância era um rei, e nós ? seus servos humildes. então aprendeu que seu pai era um deus , e resolveu que iria se curvar , sempre com um pé no reino da ambição & outro no monte divino. de qualquer forma, ela não era algo que podia ser parado. imaginou até mesmo, por vezes em febre , em segundos que viraram minutos e então se transformaram em anos - que voltaria do reino dos mortos se assim quisesse. porém agora, duvidava.
enquanto olhava entre seu trabalho nos dedos feridos, ainda tirando pedaços de vidro como podia & as vítimas em dor irreconhecível nas camas - duvidava. seria viver - apenas isto, viver - desafiar os deuses ? só podia ser, pensava ela, atordoada, mas com a face impassível - não deixando transparecer seu medo. uma maldição, e falta de sorte ; pensou que morreria pelo pai mas queria gritar : ' me de mais algum tempo. ' ; covarde.
❛ eu não estou tentando dizer nada, isso saiu da sua boca. ❜ respondeu, se inclinando nas costas da cadeira e sem cerimônia limpando sangue no vestido arruinado. ❛ sua simpatia tem pavio curto, não acha ? ❜ desta vez, virou-se a outra & como relâmpago, lá estava - em um momento um sorriso forçado, pingando sarcasmo como mel quente e no outro, desapareceu, deixando suas feições novamente como uma folha em branco, desprovida de emoção. ❛ é um momento sensível, realmente. era próxima do falecido ? ❜ inquiriu, tanto quanto suavemente, o rosto se contorcendo e depois voltando ao zero, enquanto dirigia sua atenção para as próprias mãos.
❛ valeu, eu acho. mas duvido que muitos não teriam feito o mesmo. você fez. ❜ talvez fosse ela, a ingênua - em querer acreditar que ninguém ali teria coragem de enfurecer ainda mais os deuses. ❛ garota, ❜ suspirou , tombando a cabeça para trás e fechando os olhos por apenas um instante. ❛ se quiser uma briga, arrume com outra pessoa. por enquanto fica na boa, e me ajude a enfaixar as mãos, vamos. ❜
Daphne tinha guiado vários semideuses para fora do pavilhão, e passado grande parte da noite lutando com aqueles ursos de pelúcia idiotas de modo a comprar um pouco mais de tempo para que os outros semideuses conseguissem escapar. Se isso fazia dela a melhor pessoa do mundo? Não, mas sabia que uma pessoa realmente má, sequer se tinha preocupado com os outros ali também encurralados. Podia muito bem apenas ter fugido para seu chalé, se resguardando na segurança que o mesmo parecia oferecer, mas não o fez, sequer conseguia. Mas Maeve também esteve ali ajudando, por isso sim, naquele momento, a considerava uma boa pessoa, embora a resposta que ouvira trouxesse algum desagrado para Daphne. "Está querendo dizer alguma coisa? Ou talvez de me chamar de ingênua?" A filha de Ares perguntou com uma das sobrancelhas arqueadas. Se considerava o contrário, por norma tinha alguma dificuldade em confiar nas outras pessoas, mas naquele momento? Qualquer ajuda tinha sido bem-vinda. "Seria uma má pessoa de muitas outras maneiras. Mas eu também estava apenas tentando ser simpática, nesse momento sensível." E ali sua simpatia e paciência parecia se esvair, e naquele momento sua raiva parecia mais volátil que o normal. "Não fez mais que sua obrigação em trazer semideuses mais feridos que você para a enfermaria, mas acredite que muitos não o teriam feito. Mas pense o que for que a faça dormir bem de noite, boa pessoa ou não."
A FILHA DE HIPNOS ERA MAGRA E PEQUENA - mas enganosamente forte. foi como conseguiu ajudar a quebrar as janelas, e liderar alguns dos semideuses por lá, o tempo todo tampando o nariz e semicerrando os olhos contra a fumaça. quando finalmente escaparam todos, estava com pedaços de vidro preso as mãos elegantes, os dedos - que podiam ter sido de pianista se ela tivesse tirado tempo para aprender algo que prestasse - , agora sangravam, mas foram deixados desta forma ; os curandeiros não tinham tempo de cuidar de seus delicados dígitos no meio de tanto caos - tanta dor. portanto, depois de deitar o último meio sangue que guiou em uma maca, se retraiu para um canto, achando ela mesma algumas bandagens, e começando a cuidar do ferimento ; nem sequer registrando que na perna, havia uma queimadura querendo fazer bolhas.
eis o problema com o rescaldo da tragédia - ele faz com que pense. no momento onde sobrevivência é a única música tocando, ficamos no automático, buscando qualquer meio para apenas ficar vivos ; mas então - damos boa noite aos gritos, e entram os sussurros. os barulhos de todos os lados que falam da perda : ' ah ele era tão jovem ' , ' ah vamos sentir sua falta ' , ' ah morreu como um herói ' - o que maeve pensava ? morreu como um tolo. morreu para satisfazer a vontade dos deuses que não lutavam suas próprias batalhas. morreu - como o filho de apolo tinha morrido - em dor , por razão alguma. os deuses iriam pedir perdão ? iriam se ajoelhar e dizer preces por sua alma ? iriam sequer - lembrar quem ele foi ? tolos, todos eles em busca de glória.
❛ seu patamar 'pra boas pessoas é bem baixo. ❜ disse sem a encarar, focando nas mãos para ignorar o fato que alguém tinha ouvido seu pequeno deslizar da língua. ❛ seria uma má pessoa apenas se tivesse escalado nas costas deles 'pra escapar ? ❜ sibilou quando removeu mais um pedaço de vidro, e então engoliu em seco, antes de concluir : ❛ pessoas ruins nem sempre fazem coisas ruins. ❜
Aquilo estava se tornando insuportável, o semideus idiota podia estar achando aquilo tudo muito engraçado, mas Daphne ia perdendo a paciência a cada solavanco que o barco dava por sua causa. Segurou-se com um pouco mais força, na esperança de um dos outros passageiros reclamar com o adolescente e ele parar. Mas nem assim, nem com os resmungos coletivos o idiota parecia estar preocupado. "Ah eu duvido! E mesmo que seja, antes sendo ele caindo lá dentro que um de nós." Argumentou, não tinha a certeza se era um argumento válido, mas se realmente fosse lava, iriam todos lá parar se não fizessem algo. Com certeza era um filho de Hermes, só um deles para achar aquilo diversão. Tinha até ponderado não fazer nada e tentar ignorá-lo, mas começava a ficar enjoada e já que Sasha também a apoiava, não perdeu muito tempo. Pegando em um lenço de papel que tinha no bolso do short que usava, usou os poderes para o transformar em uma lança longa, sem lâmina na ponta e se virando para trás, deu com a mesma na lateral do corpo do semideus, o jogando borda fora. Ao ver que nada lhe tinha acontecido além de ficar molhado, Daphne deu de ombros, confirmando que era água. "Pronto, agora se divirta aí na piscina!"
⭑🕯️ʿ eles não eram os únicos incomodados com a brincadeira do idiota. havia apenas mais duas pessoas fora eles e o garoto, mas podia ver que as outras duas já se seguravam mais firmes no barquinho. impossível não repetir as ações e também segurar mais firme na trava, os jatos de lava subiam até o teto, nem conseguia prestar atenção no percurso, não quando sua atenção ficava meio dividida entre se manterem seguros e ver até onde aquele semideus iria os perturbar. sasha escorregou para mais perto da amiga para evitar a borda do barco, o cenho franzido. “ ━━━ isso... isso não pode ser lava de verdade, não é?" soltou um suspiro pesado. estava quente ali, o cheiro de enxofre pairava no ar. parecia lava. o barquinho deu um balançar extremamente desconfortável e tudo o que o filho de hades pôde fazer foi segurar mais firme na trava. se aquilo não fosse lava, era água. “ ━━━ claro que sim. nunca iria te entregar. ainda mais por fazer o que todo mundo está bem querendo."
Conhecia bem a natureza da amizade entre Raynar e Aidan, e por vezes, se questionava como esses dois ainda se auto-intitulavam de melhores amigos, era uma dinâmica deveras estranha, mas que até lhe dava algum entretenimento. "Então e o que foi que meu querido irmão fez desta vez?" Perguntou com uma das sobrancelhas erguidas, afinal, se os planos do filho de Zeus fossem o que Daphne estaria pensando, algo tinha acontecido. Na fila para a cabine, agradeceu mentalmente por Raynar afugentar as pessoas na frente deles e entrou quando ele segurou a entrada para si. "Obrigada!" O sítio não era muito grande, e com a altura do mais velho, não seria muito fácil se acomodarem ali. "Me explique melhor então quais são seus planos, afinal se vou participar, pelo menos que saiba tudo não é verdade?" Provavelmente uma provocação para Raynar conseguir usar contra o filho de Ares, e mesmo que não fosse algo que a loira alinhasse frequentemente, não podia dizer que não estava curiosa para saber a reação irmão mais velho. Ao ver o joelho alheio sendo literalmente o único local para se sentar, tentou não mostrar a tonalidade mais rosada nas bochechas e simplesmente se sentou ali. "E eu achando que a vingativa era eu..." Brincou bufando um riso nasalado e baixo.
O sorriso discreto alargou-se mais um pouco, alcançando os olhos azuis tempestuosos. Só por não precisar se explicar mais, o filho de Zeus ficava mais tranquilo - e com a musculatura menos tensa. “ 🗲 ━━ ◤ Não maiores que as homicidas. ◢ O melhor amigo tinha esse título bem fixado, era verdade, mas não queria dizer que estava imune às consequências de seus atos. Aquela conversa ainda rodava sua cabeça e ganhar um trufo assim;;; Não era algo que ele deixaria passar com facilidade. Raynar adiantou-se, tomando a vez na fila e rosnando. Um chamar bem casual de atenção e uma ameaça silenciosa, para que saíssem. Do nada, esvaziou. “ 🗲 ━━ ◤ Muito simpáticos. Depois das damas. ◢ Sustentou a entrada para que a extremamente mais baixa entrasse primeiro. As costas protestaram quando curvou o corpo para entrar, já percebendo o primeiro dos problemas sem nem ter aberto a boca. Bufou, irritado, e sinalizou com a mão o melhor jeito. A estatura ficou melhor acomodada quando se sentou e ofereceu o joelho, o único espaço disponível para Daphne. “ 🗲 ━━ ◤ Já está mais do que na hora de Aidan provar das próprias brincadeiras. Não acha? ◢
Ouvindo a proposta de Evelyn sobre apostar alguma coisa, Daphne não pode recusar, seu espírito competitivo adorava uma boa aposta, mas apenas quando sabia que tinha chances de ganhar. "Então podemos...." Começou, mas tinha os olhos postos no jogo e quando viu a semideus pegar no arco e os alvos mudarem para mostrarem pessoas, a ideia morreu pelo caminho. Reconhecia algumas das pessoas ali mostradas, e embora não soubesse o que a maioria delas significassem para a loira, tinha uma leve ideia. Era um ótimo truque para desconcentrar quem estava atirando, ou não, vai que sentisse raiva das pessoas ali mostradas, poderia ser um incentivo. Tinha os lábios cerrados em uma linha reta, os dentes mordendo o lábio inferior ao ouvir Evelyn. "Olha eu acho este brinquedo um absurdo, Afrodite com toda a certeza fez de propósito."
Murmurou com os braços cruzados. Depois do resultado da amiga, Daphne não estava com muita vontade de jogar não, além de que não tinha a certeza de quem iria aparecer no alvo. "Bem... Não sei bem se quero, mas vamos, você jogou, tenho que jogar também., só é justo assim" Soltou uma gargalhada nasalada, esticando a mão para lhe passar o arco.
tinha certeza de que existia alguma pegadinha naquele brinquedo. com uma fila tão pequena e a possibilidade de um prêmio? suspeito. entretanto, como era uma regra pessoal sua, esse tipo de coisa não importava. seja lá o que fosse, ela preferia enfrentar. ❛ você quer apostar alguma coisa? eu adoro apostas! ━━━━━ exclamou, prestes a dizer algo comum e fruto de sua alta competitividade, como você vai perder, mas ou não estou muito preocupada, então... mas seja lá o que fosse sair de sua boca, morreu no instante em que pegou aquele maldito arco. os alvos a sua frente estavam seguindo uma margem muito estreita para ela, de pessoas que admirava e era próxima até pessoas que, bem, admirava (ou já havia, no passado) de um jeito diferente. entre os alvos reconhecidos, provavelmente daphne conseguia identificar elói, stevie, calista, leonardo e veronica. e com certeza não conseguia identificar vittorio, seu ex-noivo que, agora, relembrava ser ironicamente um meio-irmão romano de sua companhia. sério, que merda.
desconcertada, errou praticamente todos os alvos, apesar da visão melhorada pelo álcool ingerido. quando o tempo acabou e as figuras de seus amigos sumiram, cruzou os braços, incapaz de falar por alguns segundos. ❛ extremamente tendencioso, queria saber por que meus irmãos não apareceram também. ━━━━━ e aí, olhou na direção de daphne. ❛ você hã, quer tentar agora?
flashback
Tadeu tinha razão naquilo que dizia, embora Daphne nem sabia se poderia dizer que tinha tido uma infância. De todos os que conhecia, era a única que basicamente tinha nascido no acampamento, sem uma família tradicional, sem uma mãe e um pai para a educarem, darem amor e carinho. E não podia dizer que todos os campistas tinham vivenciado isso, sabia perfeitamente que não, mas sabiam como era o mundo fora do acampamento, enquanto a loira vivia para o acampamento, era tudo o que conhecia, e por vezes ficava se questionando se isso não teria sido deteriorante para si. Talvez conhecer um pouco do mundo mortal tivesse sido algo benéfico, mas a verdade é que antes do chamamento, não tinha qualquer curiosidade sobre o mesmo, e agora, essa curiosidade crescia de dia para dia. O que conhecia era o que tinha visto em missões, e embora já tivesse ido em muitas, se calhar mais que a maioria dos semideuses ali, não podia dizer que era suficiente para compreender o que se passava lá fora. "E acha quinze anos pouco?" Perguntou quando Tadeu falou sobre correr perigo. "E que tipo de perigo era?" Não sabia se o mais velho quereria elaborar sobre isso, mas precisava de se distrair daquela dor, e se ele pudesse falar, ajudava bastante. "De animação ou normais? Porque de animação acho que apenas assisti o Rei Leão, o Shrek e... Qual aquele que tem uma princesa com o cabelo loiro muito comprido?" Já havia esquecido o nome. O gesto alheio de bagunçar seus cabelos, em um dia normal tinha sido o suficiente para aborrecer a filha de Ares, mas agora? Sequer se importava. "Voltaria? Também não está gostando daqui?" Murmurou, não querendo que Circe se apercebesse que Daphne não gostava daquele lugar. "Não me interprete mal, mas não vejo nada de bom em termos vindo para a ilha. Talvez apenas para os filhos da magia e pela hipotese de fechar a fenda, mas de resto? Me sinto uma inútil, sinto que não tem nada que eu possa fazer nesta situação e por mais que queira relaxar, eu não consigo, não fui feita para passar os dias num spa, num parque aquático ou numa sauna. Não confio em nenhum deles e quanto mais tempo passo aqui, menos consigo confiar."
Mais uma vez se via surpreso com a falta de conhecimento alheio sobre filmes e, mais uma vez, precisava se lembrar que não era comum que semideuses tivessem acesso a esse tipo de coisa, em especial filhos de deuses grandes. Olhando para Daphne, havia a dualidade de possuir tanta juventude pela frente, que batia diretamente com sua experiência em batalhas vinda desde tenra idade. Em momentos assim se recordava de que a maioria deles não tinha uma vida "normal" embora a sua, de certo modo, também não tivesse sido, mesmo tendo vivido vinte e nove anos do lado de fora, sem sequer saber sobre o acampamento. ❛ Eu me esqueço que a infância de vocês foi mais... Prática. Perigosa, na verdade. Só comecei a correr perigo aos quinze. ━━━━━ Não se lembrava se tinha contado à filha de Ares sua história, agora que refletia sobre. Ter sido "criado" por Nêmesis oferecia outros tipos de perigo, já que era basicamente um espião de suas vinganças, além de um executor. ❛ Enfim, o que interessa mesmo é que você precisa de conhecimento mortal. Que filmes você já assistiu? ━━━━━ Estava genuinamente curioso. A reclamação foi o suficiente para deixar escapar um riso suave, novamente se compadecendo. Com uma das mãos, a levou até o topo da cabeça de Daphne, bagunçando os fios loiros. ❛ Por mim, se você quiser voltar pro acampamento eu volto com você, ainda mais com tanta alegria por todos os lados, mas eu não acho que você vai manter essa opinião depois que parar de sentir dor.
𝐜𝐥𝐨𝐬𝐞𝐝 𝐬𝐭𝐚𝐫𝐭𝐞𝐫 - (plot O3) for @lcianhale
Os olhos passavam de forma apressada sobre as letras do livro que tinha sobre a mesa na biblioteca, podia dizer que estava lendo na diagonal, apenas tentando encontrar algo que despertasse sua atenção. Não costumava ser uma grande frequentadora da biblioteca, mas desde a profecia e agora todo o drama com um suposto traidor, Daphne tentava encontrar nos livros algo que a guiasse até à verdade. Distraída, apenas deu pela presença de Lucian quando o semideus se sentou na mesa onde ela estava, a fazendo erguer o olhar para ele. "Ainda bem que conseguiu vir!" Murmurou com um pequeno suspiro. Toda a ajuda era bem-vinda e o poder do campista era bastante útil naquela espécie de missão que a filha de Ares tinha tomado para si. "Estava lendo sobre uma outra profecia, bem antiga, em que algo semelhante aconteceu." O informou enquanto empurrava o livro aberto na direção do filho de Apolo.
Ao ter o semideus atacando tão depressa e quase sem Daphne se aperceber, a tinha fazendo pensar que a amiga já estava fora do jogo. Não demorou muito a perceber que afinal, a mira do outro não era tão bom assim e Natalia tinha escapado ilesa. Com ele bem ali na frente das duas, Daphne já erguia sua arma para disparar contra ele quando sentiu o pulso sendo puxado, a levando atrás da filha de Hécate. "Ah! Foi por pouco que acertava nele, tínhamos conseguido o eliminar." Lamentou, ele estava mesmo ali e tinha demorado demasiado tempo a disparar e se não fosse Natalia a puxando, tinha a certeza que o conseguiria eliminar, um erro idiota. "Temos que os atacar, mesmo que a gente perca alguns, somos o dobro, tenho a certeza que conseguimos ganhar se formos todos juntos."
໋ Antes que pudesse responder, Natalia foi cegada por um flash brilhante e reconheceu o som característico das armas de laser. O semideus que havia atacado não conseguiu atingi-la, mas permanecia imóvel diante delas, pronto para um novo ataque. Sem hesitar, a filha de Hécate agarrou o pulso da amiga e a puxou rapidamente na direção oposta ao semideus. "Foi por pouco." Ela disse em meio a risos, cobrindo a boca com a mão para abafar o som. "Por uma fração de segundo, eu poderia ter sido eliminada, justo quando estamos em vantagem." Com a arma de brinquedo ainda em mãos, Natalia adotou uma postura furtiva. "Se estou certa, há mais três deles contra seis de nós. Devemos partir para a ofensiva?"
𝐃𝐚𝐩𝐡𝐧𝐞 𝐆𝐫𝐚𝐜𝐞𝐰𝐨𝐨𝐝Daughter of 𝕬𝖗𝖊𝖘; cabin counsellor born from 𝒘𝒓𝒂𝒕𝒉 𝒂𝒏𝒅 𝒓𝒂𝒈𝒆
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