ʚ com @aguillar .
ʚ em biblioteca .
Se havia uma coisa que Anastasia sabia fazer bem, era fingir que nada estava acontecendo. Quando alguém comentava a respeito da morte de Brooklyn, oferecia um sorriso polido e dizia que realmente sentiria a falta dele. Tentava não pensar no quanto ele faria falta nos ensaios do teatro ou como a presença alheia trazia certa luz para aqueles momentos em que estavam pensando em desistir. O mais preocupante para a filha de Afrodite era começar a perceber os mesmos padrões que tinham acontecido anos atrás durante a guerra. Foram tantas perdas para o Acampamento, mas, para ela, a pessoa que mais sentia falta era Silena. As lembranças da gentileza dela sempre reverberavam em sua memória como uma canção silenciosa de luto. O chalé tinha conseguido seguir em frente após anos, mesmo que soubessem o que tinha se revelado durante a Batalha de Manhattan. Eram apenas crianças que confiaram nas pessoas erradas. No final, a história era sempre escrita pelos vencedores.
Pegou da estante da biblioteca um dos livros favoritos: Wuthering Heights. Quando estava pretendendo distrair os pensamentos errôneos, confiava nas habilidosas palavras de autores de romance para a guiarem em mundos fantasiosos, nos quais o amor parecia prevalecer com constância. Intensos, apaziguadores e, ao mesmo tempo, repletos de caos e inconstâncias; eram através das histórias mirabolantes que encontrava um refúgio. Isso era o que acreditava até caminhar silenciosamente até a poltrona favorita que tinha no lugar, onde a luz batia perfeitamente contra o rosto dela, aquecendo e iluminando, e encontrar a figura de Santiago, o que fez com que hesitasse um pouco sobre o que deveria fazer. Quando o semideus tinha dormido em seus braços na enfermaria, acariciando os fios escuros, percebeu que estava fazendo novamente no ciclo que achou que tinha quebrado. Por conta disso, foi embora antes que ele acordasse, deixando um bilhete avisando que voltaria depois e que tinha assuntos a serem resolvidos, o que não passava de uma mentira.
Desde então, Anastasia mandava uma ou outra mensagem. É claro que no aniversário dele se fez presente, mas estava ainda tentando processar o que tinha acontecido. "Não esperava te encontrar aqui." A voz saiu baixa, como se não soubesse o que dizer exatamente. Não era nada parecido com a filha de Afrodite, que costumava ter uma personalidade expansiva e direta. Costumava ser a pessoa que falava a verdade, independente do quanto doesse, mas temia perder a amizade alheia no processo. "Fazendo um pouco de pesquisa?" Os olhos percorreram os títulos que tinha ao redor dele, tentando obter alguma relação do que estava acontecendo.
# ʚ♡ɞ STARTER para @maximeloi em chalé de afrodite .
Não era uma pessoa que expressava-se facilmente, principalmente porque acreditava que existia essa fachada que deveria manter: a Anastasia irreverente e durona. Tinham a subestimado, inclusive ela mesma, desde que tinha sido reclamada filha de Afrodite e, por conta disso, demorou até que conquistasse o cargo que almejava. Haviam poucas pessoas para quais se abria e os irmãos eram uma delas. Bateu duas vezes na porta do irmão e, quando não obteve resposta, não hesitou em abrir a porta. Se não pudesse entrar, ele responderia, certo? Desde que vivenciaram os seus piores medos, Maxime estava... Sumido. Não que pudesse culpá-lo, já que ela mesma começou a dedicar-se quase exclusivamente no treinamento com a espada e a corrente, acreditando que poderia aliviar os próprios pensamentos com suor, assim como faziam os filhos de Ares. No entanto, não funcionava muito bem para si, já que ficar em silêncio fazia com que ficasse ainda pior. "Ei, quer conversar?" As palavras saíram baixas, deitando-se ao lado do irmão sem hesitação. Não tinha problema em demonstrar afeto e carinho por ele, já que, mesmo sendo competitivos, sempre estiveram um ao lado do outro. A mão dela foi até as madeixas dele, acariciando como uma forma de garantir que Max entendesse que, independente do que acontecesse, Anastasia estava ali por ele. O irmão era uma das pessoas que mais amava no mundo inteiro. "Porque acho que ambos estamos precisando."
@silencehq
FLASHBACK : verão de 2022 . Sorriu com a visão alheia. A chuva caía ao redor delas, pingando suavemente do toldo acima, mas o mundo parecia ter se contraído a esse pequeno espaço onde apenas as duas existiam. Os olhos dela, profundos e intensos, refletiam as gotas de chuva que caíam, e você podia sentir o ar mudar, como se a temperatura ao seu redor aumentasse apenas por causa da proximidade de Antonia. "É engraçado..." Começou, a voz baixa semelhante a um sussurro, como se fosse uma confidência apenas para ela. "A chuva tem um jeito de nos fazer parar e prestar atenção nas pequenas coisas." Ela deslizou o olhar lentamente pelo seu rosto, uma análise cuidadosa que parecia tocar cada ponto que ela observava. "Como o som que ela faz ao cair, ou… Como alguém parece." Um sorriso brincou nos lábios dela, um toque de diversão se misturando ao tom sério. Anastasia estava perto o suficiente para que pudesse sentir o calor de pele alheia, apesar da umidade que as cercava. Inclinou a cabeça de leve, deixando os fios molhados caírem para o lado. O tempo parecia desacelerar ainda mais. A forma como ela olhava para Antonia — uma mistura de curiosidade, brincadeira e algo mais profundo — fazia com que a chuva ao redor fosse apenas um detalhe. Aproximou-se um pouco mais da semideusa, os olhos brilhando com a visão que tinha. Permitiu que os olhos passeassem pelo corpo alheio sem nenhuma vergonha, demorando-se em cada detalhe como se quisesse capturar com precisão. “Eu não me importaria de esperar… se você também não se importar.” Anastasia desviou o olhar por um momento, como se estivesse ponderando, antes de retornar com um brilho no olhar, uma espécie de desafio silencioso que só ela poderia oferecer. "Afinal, o que é um pouco de chuva quando podemos nos divertir mesmo assim?" Havia algo naquele momento que parecia sagrado, como se fosse uma pequena bolha de tempo roubada de tudo o mais — e Anastasia, com todo o charme e mistério que ela carregava, parecia perfeitamente ciente disso. Ela deixou o silêncio pairar, os pingos de chuva a única trilha sonora.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀[ flashback ⸻ verão de 2022 ]
perdeu-se em meio a conversa com anastasia enquanto o assunto ia para os mais diversos lados que não percebeu a mudança do tempo. estava tão focada no pequeno vinco que a testa dela fazia quando comentava algum assunto animada que tudo ao seu redor parecia supérfluo. o cheiro de chuva não deixou negar e estavam atrasadas se quisessem não se molhar. antes mesmo que pudesse tomar alguma ação, sentiu o agarre da menina e a seguiu. os pingos gelados já havia transpassado o tecido da camisa cinza que usava e agora ela teria que torcer para não pegar um resfriado. não pensava em outra coisa sequer que deveriam se proteger antes de tentar voltar para a área dos chalés. pelos deuses, como ela podia ser tão angelical mesmo correndo na chuva? sua parte lógica queria atribuir toda a responsabilidade a mãe dela — somente afrodite tinha o poder de produzir algo como aquilo e parecer tão etéreo. assim que estavam cobertas, tentou tirar o máximo das gotas presas em sua bermuda. esperava que a chuva passasse em seguida, afinal, chuvas de verão eram passageiras, ou deveriam ser. puxou os fios encharcados para o lado e torceu um pouco o cabelo. sua visão periférica pegou os olhos de anastasia sobre si, dando um sorriso. ⠀⠀"⠀⠀o que foi?⠀⠀"⠀⠀indagou entre risadas, até a menina se aproximar e instintivamente se recostar em uma das madeiras que segurava o toldo. sua cabeça pendeu para o lado, com um sorriso brincando no rosto.⠀⠀"⠀⠀você não precisa usar a desculpa da chuva para ficar a sós comigo.⠀⠀"⠀⠀virou a cabeça para o lado assim que ouviu a pergunta, a balançando e voltando seu olhar sobre ela.⠀⠀"⠀⠀acho que não. deve demorar mais alguns minutos só.⠀⠀"
ʚ com @misshcrror .
ʚ em salão de beleza .
Olhar no espelho ainda era uma tarefa um tanto difícil para Anastasia, mesmo que estivesse fingindo que tinha superado isso. Claro que ficava um ou dois minutos, principalmente quando fazia algum detalhe na maquiagem no dia-a-dia ou quando precisava checar se estava tudo no seu devido lugar, mas era estranho encarar o próprio reflexo quando sentia-se tão desconexa com o seu novo eu. A cicatriz continuava sendo uma memória daquele evento traumático e, por mais que se esforçasse para esquecer completamente, ainda era difícil. Os pesadelos pareciam perturbá-la constantemente ainda, agora tendo diversos motivos. Quando achava que finalmente dormiria bem, vinha algo novo. Por esse motivo, mantinha o olhar fixo no trabalho da manicure, uma vez que tinha pedido algo extremamente complicado para as mãos. Foi quando lembrou de algo, um sorriso aparecendo automaticamente nos lábios quando voltou-se para Yasemin, sentindo o coração ser tomado por aquela onda de carinho e amor. "Então, é verdade mesmo? Você e o Joe...?" Mesmo que já tivesse escutado do outro (ou melhor, tirado dele praticamente de forma obrigada), queria escutar a amiga falar aquilo.
# ʚ♡ɞ Se você deseja um starter com a Anastasia, digite uma frase dessa lista + @ do seu personagem. (aberto para 4 personagens)
OBS.: Como a Anastasia se encontra de mal a pior, a maioria dos starters se passarão na enfermaria. Se deseja outro lugar, por favor, especifique na reply.
ʚ com @aguillar .
ʚ em ofurô (spa) .
Uma risada escapou dela naquela situação, mas logo ficou séria novamente. Estava acostumada com a proximidade com o semideus, então estar tão próxima enquanto permanecia concentrada enquanto passava a máscara que havia achado ali no SPA não causava nenhum estranhamento na filha de Afrodite. Talvez por terem passado tanto tempo juntos, a interação parecia completamente natural. "Fique quieto, estou terminando." A mão dela trabalhava sobre a superfície da pele, enquanto ambos estavam envolvidos pela água quente. Estava precisa daquilo, relaxando enquanto sentia as bolhas estourarem em contato com a sua pele. Só de estar na ilha parecia que o humor já tinha melhorado, uma vez que, desde os últimos acontecimentos, parecia que a cabeça parecia constantemente envolvida nos piores pensamentos possíveis. Massageava levemente o rosto do semideus, tomando cuidado com cada um dos lugares. Os lábios estavam curvados naturalmente para cima, demonstrando a leveza que o corpo dela estava experimentando. "Você não está se sentindo melhor aqui?" Uma risada escapou de Anastasia, tomada por aquele momento. Ignorava qualquer resquício do sofrimento que tinha, pensando que era um assunto para a mulher durante a noite, quando estivesse tomada pelos pesadelos. Precisava aproveitar aquele momento, porque parecia tão raro estar sentindo-se como Anastasia novamente.
# ʚ♡ɞ swallowed by a vicious , vengeful sea , darker days are raining over me . in the deepest depths, i lost myself. i see myself through someone else !
Trigger Warning : Crise de ansiedade e depressão
Procurou o canto favorito do chalé de Afrodite, que sempre parecia estar envolvido em um aroma de La Vie Est Belle. A poltrona, no canto, era a mais confortável e extremamente convidativa para que deitasse e aproveitasse o momento. Pegou a caneta e começou a escrever as palavras que apareciam em sua mente, que, na época, estava excessivamente conturbada com os acontecimentos. Perder o pai tinha sido uma das coisas mais difíceis que tinha realizado e demorou anos para que pudesse finalmente falar desse momento sem sentir o bolo na garganta se formando automaticamente. As palavras que vieram em sua cabeça eram ansiedade e medo. A missão mais importante da sua vida tinha sido sua primeira, na verdade, quando finalmente entendeu o que significava ser uma semideusa. Havia tanto para ser aprendido ainda, mas o momento daquela missão tinha sido importante para que compreendesse o que era. Fechou os olhos, levemente sonolenta, uma vez que não tinha dormido muito bem aquela noite.
Ao abrir, foi transportada para aquele momento.
Os olhos permaneciam aterrorizados o tempo todo, olhando ao redor com grande medo. Era a primeira missão desde que o mundo dela tinha desabado, quando os pesadelos eram tão frequentes que as olheiras, algo tão incomum para uma filha de Afrodite, permaneciam embaixo dos olhos como lembranças indesejadas. Lembrava do coração batendo acelerado a cada passo que dava para longe do limite do Acampamento Meio-Sangue, do bolo na garganta combinado com a vontade indescritível de chorar. Não tinha sido reclamada naquela época, mas já estava treinando com a espada fazia algum tempo. Temia encontrar, a qualquer momento, um monstro que teria que enfrentar. Ela não era capaz. Ela não era capaz. Jamais seria capaz. Fraca, era tudo o que era. Uma criança abestalhada, que não conseguia fazer nada além de chorar. Poderia não ter sido sua missão mais perigosa, mas tinha sido ela que fez com que Anastasia não quisesse ser mais se sentir tão mal todos os dias. Acordava chorando, dormia chorando. Todos os dias, por mais que todos tentassem, não passava de lágrimas e angústia, sentindo saudades dos abraços apertados e dos sorrisos do pai. As memórias, mesmo depois de anos, continuavam dilacerando o coração dela. Era difícil não ter para quem voltar.
Estava em pleno mar, sentindo pena de si mesma a ponto de não ver a aproximação da criatura, apenas quando sentiu algo embaixo do barco, tentado a virá-lo para que seduzisse a pobre garota. O desespero, a fraqueza, a ansiedade... Tudo pareceu invadir o pequeno corpo ao mesmo tempo. Era só uma criança tentando lidar com a perda, mas ao mesmo tempo era uma semideusa prestes a batalhar com um monstro. Quando olhou para baixo, viu a sereia e foi quando o mundo ao seu redor pareceu girar. Não estava pronta para aquilo, talvez fosse mais fácil apenas aceitar a morte. As mãos suavam, os olhos lacrimejavam... Mesmo em tenra idade, aos 14 anos, Anastasia sentiu o mundo parar e pensou, por um breve momento, que morrer não seria uma ideia de todo mal.
Havia tanto a viver, no entanto. Mesmo que não soubesse muito bem o que estava fazendo, empunhou a arma que lhe foi dada, de ouro imperial com detalhes em rosé gold e simplesmente... Pulou. Não pensou sequer um segundo sobre aquela ação, agindo de acordo com os próprios impulsos. Afundou na água e não teve tempo de absorver o que aconteceu nos próximos minutos. Sucumbiu ao piloto automático, que conseguiu matar a criatura e voltar ao barco, trêmula e molhada. Sequer lembrava com clareza do que tinha acontecido, mas tinha, de alguma forma. Vendo o que tinha feito, uma semente de glória apareceu em seu peito, uma pequena parte de uma felicidade que ameaçava sair depois de semanas. Tinha feito algo bom, algo que se orgulhava. Talvez, de passo em passo, poderia continuar fazendo isso, certo?
Quando voltou para o Acampamento Meio-Sangue, não conseguia explicar o que tinha acontecido. As lágrimas corriam quando explicava para o Sr. D. e para Quíron o que tinha acontecido. Era uma grande chorona, mas que tinha matado algum monstro, de alguma forma. Não era uma lutadora, mas queria se tornar ansiosamente uma. Lembrava-se da sensação de triste e feliz e ansiosa e confusa e, finalmente, esperançosa. Mesmo que sentisse que a vida tinha acabado, que nunca mais voltaria a ser a mesma, no momento que pulou do barco, soube que algo estava prestes a mudar.
@silencehq
Os dedos tamborilaram a lateral da taça que ostentava na destra, as unhas promovendo um som fino. Ficou pensativa por um segundo, mas sabia que as ofensas ao Sr. D. poderiam ser levadas ao extremo. "Exatamente, eu não consigo saber sobre a sua mente. Mesmo que você seja transparente, de acordo com você, eu não tenho como ter certeza. Não acha isso torturante?" Era isso que constantemente parecia perseguir a filha de Afrodite, a ideia de que não conseguia ler alguém. É claro que sentia-se excessivamente em Crepúsculo, maltratando a pobre da garota porque não conseguia ler sua mente (ou seus sentimentos, nesse caso, mas tinha bastante similaridade), mas continuava incomodando-se com aquilo. Bem, pelo menos não tratava ela como se estivesse fedendo. Se fosse confessar, a outra sempre tinha um aroma envolvendo dela que era único e bom, mas seria estranho comentar aquilo, mesmo que o álcool começasse a fazer efeito. "Beba. Em algum momento, vai parar de sentir que é forte e vai começar a achar gostoso." Piscou para a mulher, uma vez que já estava acostumada com o gosto de álcool. Era o tipo de pessoa que, todas as sextas-feiras, delicia-se com um vinho no final da tarde para comemorar a finalização de uma semana. Ultimamente, a rotina andava um pouco bagunçada com os últimos acontecimentos, mas definitivamente ainda apreciava esses momentos sozinha. "Esse é um mojito. Rum, suco de limão, água com gás, gelo, açúcar e folhas de hortelã. Achei que gostaria de algo diferente." A sobrancelha arqueou-se suavemente, como se insinuasse que, no fundo, a escolha tinha sido de Kitty. Aproximou-se da outra o suficiente para que pudesse estender a mão e bater as taças. "Cheers, minha querida Kitty Cat." O canto dos lábios se curvou para cima em um sorriso.
"Não entendo nada sobre vinhos. Seria vergonhoso ganhar um castigo ou maldição por conta disso." Ainda que não achasse justo. Como iria saber sobre vinhos suaves e secos? Parecia um tipo de conhecimento muito específico. E os conhecimentos específicos de Kitty se resumiam a assuntos que não eram agradáveis para a maioria, considerados mórbidos demais. De qualquer maneira, decidiu que não queria o vinho suave mais. Talvez o provasse em outra oportunidade. O comentário de Anastasia tirou a atenção de Kitty sobre vinhos, que balançou a cabeça de leve. "Você não tem como saber sobre a minha mente, mas acho que não é tão difícil de adivinhar." As pessoas sempre falavam sobre como a filha de Hades era fácil de ler, com os sentimentos sempre claros em suas expressões e na forma de agir. Não conseguia não ser autêntica e honesta em suas maneiras, portanto era fácil que todos ao redor soubessem como estava se sentindo. Kitty olhou com atenção quando ela pediu mojito, com mais atenção ainda quando fora colocado a sua frente. Verde, quase reluzente, parecendo delicioso. Kitty pegou o copo com certa desconfiança, imediatamente sentindo o cheiro de álcool na bebida. A filha de Hades deu um gole mínimo, o gosto forte de rum e limão explodindo em sua boca e queimando a garganta, deixando um rastro de fogo por onde descia. Kitty deixou o copo de lado e torceu o nariz, fechando os olhos enquanto as sobrancelhas escuras se uniam. "Pelos deuses, Anastasia, isso é bem... forte." Um eufemismo, porque ainda sentia os lábios arderem. "Qual o nome? Acho que nunca experimentei desse. Caipirinha?" Era a sua sugestão, visto o limão. Caipirinha era uma das poucas que conhecia pelo nome, visto um amigo brasileiro que tinha no acampamento.
O esbarrão, que veio do nada, fez com que ficasse subitamente confusa. Mesmo que tenha pressentido alguém se aproximando de maneira esquisita, Anastasia não teve muito tempo para reagir, desviando o suficiente para que não caísse. Demorou cerca de dois segundos para processar quem era e, ao fazê-lo, não soube muito bem o que falar. A situação entre as duas não estava das melhores, mesmo que antigamente costumavam ser inseparáveis. É claro que, ao longo dos anos, houve um estranhamento da filha de Afrodite com alguns amigos que nutria, ainda mais em decorrência do último rompimento. Olhava para eles como se não soubesse quem realmente gostava dela, não sabendo o que era verdade. Será que tinha implantado tudo aquilo inconscientemente? Não sabia ao certo ainda. "Certo." Desviou os olhos, a fala saindo esquisita. "Você se machucou?" Havia um leve tom de preocupação na voz, mesmo que fosse mais imperceptível, sendo mascarado pela uma grossa camada de indiferença.
˛ ⠀ ⠀ ♡ ⠀ ⠀𝒄𝒍𝒐𝒔𝒆𝒅 𝒔𝒕𝒂𝒓𝒕𝒆𝒓 𝒘. @ncstya ;
o quanto valia a pena ser instrutora? claro que gostava dos recém chegados, eram ótimos e tinham uma sede por conhecimento que até podia ser descrita como invejável. o problema era quando as coisas saiam do controle, com adolescentes cansados e assustados com o que estava acontecendo. controlá-los era mais difícil do que encarar uma hidra. como se não estivesse cansada o suficiente, sua turma sugava o restante da sua energia. consequentemente, tornava-se mais distraída, ao ponto de tropeçar em uma raiz de árvore e esbarrar em alguém a sua frente enquanto entrava na área dos chalés. ⠀⠀"⠀⠀pelos deuses, mil desculp...⠀⠀"⠀⠀parou assim que viu a figura em sua frente. anastasia parecia bem, na medida do possível, se é que tinha como. limpou a mão na calça, com a expressão neutra.⠀⠀"⠀⠀foi mal, eu 'tava distraída com outras coisas.⠀⠀"⠀⠀
Quando percebeu que talvez tivesse cometido um erro, os olhos dela arregalaram suavemente, quase imperceptivelmente. Por um momento, sentiu-se insegura, sem saber ao certo como reagir, algo que não era muito ela. Anastasia frequentemente era vista como confiante, mas, desde o ocorrido, havia algo que a fazia ficar hesitante. Já tinha recebido alguns olhares, quase como pena, e não gostava de ser novamente o passarinho ferido. Tinha abandonado a vitimização excessiva anos atrás, quando decidiu que seria mais que apenas um rosto choroso e bonito. A espada tinha se tornado a melhor amiga, que permitiu que criasse coragem e força para encarar os problemas. Estava ali novamente, no entanto, com o cabelo levemente desgrenhado, as unhas imperfeitas e um vestido básico que não remetia nada a um conjunto perfeitamente pensado que combinava com os acessórios. "As coisas andam complicadas entre nós. Não te culparia se quisesse fizer isso." Desviou o olhar para os pés, como se sentisse vergonha daquilo, mas não era verdade. Desde que terminaram, mais por culpa de Anastasia, tinham adotado uma atitude provocadora e quase agressiva em relação um ao outro, principalmente em decorrência da natureza do relacionamento que tinham. Eles sempre foram um tanto explosivos em relação aos sentimentos, talvez por isso que sempre deram certo. O chamado dele fez com que levantasse o olhar e, novamente, hesitou sem saber o que deveria fazer. Estava até mesmo assustada com a possibilidade, olhando para trás e pensando se estava maluca em pensar em aceitá-la de verdade. Talvez pudesse simplesmente ir embora correndo, como uma adolescente surtando. Antes que pudesse perceber o que estava fazendo, os pés movimentaram-se em direção à cama, sentando-se com as pernas cruzadas e deixando o tênis ao lado. O corpo permanecia rígido, como se não ousasse chegar um centímetro mais perto dele. "Então, gosta do que vê?" Mesmo que tivesse tom de provocação, o corpo expressava o desconforto que era estar ali, tão perto. No baile, pelo menos, estava alcoolizada, o que facilitava um pouco.
Embaixo dos cobertores, Raynar Hornsby virava de um lado para o outro. O sono incapaz de alcançar a velocidade imposta por seus pensamentos, que pulavam de uma conjetura a outra. Um traidor da magia, começava sem grandes esperanças. Os rostos dos filhos de Hécate deslizando em frente, um por um, brilhando nos contornos. Tabelas de prós e contra, possíveis motivos, grau de periculosidade. Virava. Sentia os olhos pesando e voltava, piscando ativos na eletricidade baixinha ao redor do corpo. Raynar ficou sentado no milésimo de segundo seguido do bater na porta, a mão se fechando ao redor do cabo de sua lança de dois gumes. “ 🗲 ━━ ◤ Ah, olá para você também. ◢ A estranheza da interrupção abriu espaço para a familiaridade da cena. Se bem que, talvez um pouquinho diferente. Ela deveria estar de costas para isso, no sentido claro de sair do quarto em que tinha passado a noite. O filho de Zeus captou a incongruência naquela personalidade, a audição prestando mais atenção no que não era dito. “ 🗲 ━━ ◤ Como se eu fosse capaz de fazer uma coisa dessas. ◢ Ninguém tinha culpa de ser semideus, assim como não mereciam morrer em ataques daquele tipo. Mas era Anastasia. A mesma que tinha deixado entrar onde pouquíssimos conseguiam chegar. “ 🗲 ━━ ◤ Anastasia. ◢ O chamado veio com o mesmo tom alheio, baixo e rouco, o queixo indicando o espaço que ele abria perto de si na cama. Raynar puxou o cobertor mais para a cintura, cobrindo o inevitável estado que estava por baixo - de pouquíssima roupa. “ 🗲 ━━ ◤ Venha aqui. Deixe-me ver. ◢ Porque ele sabia... Ele sabia o que aquele corte significava para ela.