"Geralmente não sou eu a pessoa que faz isso." O que era verdade, já que estava acostumada aos outros tentarem conquistar o coração da filha de Afrodite. A maioria, na verdade, sempre estava mais interessado em ter algo belo do que em Anastasia em si. "Talvez eu seja algum dia, nunca se sabe. Acho que você terá que esperar para descobrir." A fala saiu misteriosa, mas um sorriso brincalhão apareceu nos lábios dela, evidenciando o humor. Ao seguir o movimento dele, no entanto, olhou o quão alto estavam e um enjoo apareceu. "Aqui é alto, né?" As mãos cerraram-se no moletom que ela tinha repousado em seu colo.
𓂅 ˙ ˖ ⠀ ⠀ ❪ 𝐂𝐋𝐎𝐒𝐄𝐃 𝐒𝐓𝐀𝐑𝐓𝐄𝐑 ❫
com: @ncstya
ela disse: “ what is that key? the key to your heart? ”
na roda gigante monte olimpo
" Não sabia que era adepta de cantadas como essas, Anastasia. " comentou com um sorriso, levando a mão até a chave que carregava em seu pescoço, uma lembrança boba de sua mãe. " acho que você precisa ser mais persuasiva do que isso para descobrir a origem dessa chave, quem sabe você descubra como chegar até meu coração. " soltou uma piscadela para ela, recostando-se no assento para admirar a paisagem abaixo.
"Eu não ousaria se fosse você. Tenho certeza que Dionísio provavelmente ficará irado caso tenha que servir algo assim." E não estava mentindo. A maioria dos apreciadores de vinho, que realmente se dedicavam naquela arte, pareciam abominar a existência de vinhos suaves, uma vez que tinha bastante acréscimo de açúcar. Mesmo que Anastasia gostasse bastante de vinho, não sabia tanto a respeito dele. Se fosse sincera, a sua bebida favorita sempre seria um gin martini, mas sabia que poderia ser uma péssima escolha dependendo da pessoa. Até mesmo a forma com que a outra confirmava que não tinha aqueles traços de personalidade eram algo adorável a ponto que ficasse enjoada. "Eu sei muito bem disso. Ninguém com esse tipo de mente é só fofinha e doce." O comentário saiu de forma despretensiosa, não desejando se aprofundar mais do que aquilo no significado. Dificilmente acharia que qualquer pessoa resumiria pelo que demonstra às pessoas. Talvez Kitty fosse uma daquelas malucas que já viu tanto por aí. "Eu escolho o drink e você me diz o que acha, pode ser?" Virou-se para o bar e pediu um mojito, acreditando que poderia ser algo diferente que a filha de Hades não tinha experimentado. Mesmo que não gostasse nenhum pouco da outra, evitando a presença alheia por quanto tempo fosse necessário, Anastasia também cultivava a necessidade de agradar as pessoas ao mesmo tempo. Assim que o drink ficou pronto, ofereceu para a mulher em sua frente, o rosto sem expressão. "Não envenenei nem nada do tipo, antes que você tente recusar. Prove e me diga o que achou."
Desde que Anastasia namorava Sasha, Kitty não gostava tanto dela. Não sabia explicar como ou porque, mas sentia uma vibe estranha. Uma sensação de animosidade que parecia se esticar entre ambas. Nunca tinha dedicado tanta conversa para ela, porque não sentia que a outra estava interessada também. No entanto, se surpreendeu com a presença da outra no bar. Estava tão envolta no cheiro de bebida e na música que quase se esquecia do ambiente ao redor. Esquisitinha. O apelido soava meio amargo para a garota, mas não estava disposta a brigar. "Bem, com Dionísio por aqui, acho que deve estar mesmo bom." Não tinha como algo ao redor do deus dos vinhos ser ruim, pensava ela. Kitty se acomodou ao lado de Anastasia, porque ela parecia entender muito bem de bebidas. A filha de Hades, tendo pouca experiência fora do acampamento, não conhecia muitos drinks. Não era o tipo de coisa que costumava pesquisar em livros ou na internet também. Ela conhecia o que envolvia os drinks e as bebidas, mas pouco sabia do sabor. "Vinhos suaves são mais doces, não?" Quase abaixou a voz, com medo de ofender Dionísio com sua falta de conhecimento. "Cosmopolitan é muito forte?" Havia uma afirmação real por trás da questão: não queria ficar bêbada. Estragar seu visual e o belo vestido com álcool? não não. "Eu não sou tão fofinha e doce como todo mundo parece considerar, sabia?" Apesar de bem, ser fofinha e doce, Kitty gostava de descontruir a ideia sempre que podia.
"Meus pêsames. Tenho certeza que deve ser difícil perder algum amigo." Mesmo que não conhecesse ele, se compadecia pela perda de Kitty. É claro que, constantemente, tinham suas diferenças, principalmente pelo incômodo que sentia na própria mente quando estava perto dela. Era estranho que, ao mesmo tempo que sentia-se tão desgostosa e com raiva dela, havia aquela parte também que desejava abraçá-la e consolá-la pela perda que tivera. A filha de Hades tinha aquele tipo de energia que fazia você desejar proteger e manter, talvez a mesma que tenha feito pular na frente das pelúcias para salvá-la do destino. Não tinha arrependimentos, porém permanecia curiosa sobre o porquê as sombras que protegiam a outra pareciam flertar com a conexão que Anastasia mantinha com as outras mentes. Na menção da queda, os olhos buscaram no rosto dela os hematomas, que já estavam bem melhores. Por um momento, a invejou por aquilo; desejava mais que tudo estar naquele nível. Apenas alguns machucados que melhorariam em questão de horas ou, no máximo, dois dias. Desejou, por um momento, apertar a região para verificar se doíam e, confusa na própria mente, quase levantou a mão para seguir as ordens automáticas que a cabeça proferia. Segurou o impulso, no entanto. "Deve ter doído bastante." Não sabia ao certo o que dizer. De repente, parecia desajeitada com as palavras, culpando as poções e magias para aliviar a dor. "Você não precisa ficar aqui se não quiser. Não é como se o que aconteceu comigo importasse para você."
O não de Anastasia deixou Kitty meio desconcertada. O que deveria fazer então? Parecia não haver muitos motivos para ficar ali do lado dela, visto que sequer se davam bem. No entanto, havia algo que a compelia a permanecer, os pés firmes no chão enquanto sentia o silencio amistoso da outra pinicar sua pele. Baixou os olhos para os próprios dedos, cheios de pequenos ferimentos proporcionados pelos ursos. Deveria ir embora. Não gostava da enfermaria. Kitty abriu a boca para se despedir quando a pergunta veio, fazendo com que fechasse e abrisse novamente os lábios. "Estou." A mentira saiu alta e clara, como muitas vezes tinha repetido durante o dia. Contudo era uma péssima mentirosa, portanto suspirou, se rendendo a verdade. "Mais ou menos. O inicio do e o final do dia parecem pertencer a dois dias diferentes, tantas coisas aconteceram, boas e ruins. Acima de tudo, perdi um amigo." Parecia esquisito ressentir-se da morte quando era uma filha de Hades, mas havia um egoísmo pequeno e presente em seu peito. Flynn era seu instrutor de necromancia, algo que deveria ser natural, mas que Kitty não dominava. E agora ele havia partido sem ensinar seus segredos. Kitty não poderia mais vê-lo por causa disso, porque sem seu instrutor, não sabia invocar espíritos. Flynn, o filho de Thanatos, estava para sempre fora do alcance de Kitty. Ela, que sempre gostou de pensar em mortes gloriosas, odiou o fato de perder um amigo. "Uma estrela caiu em minha cabeça, acredita? Em algum momento eu caí também." Tocou o próprio rosto, onde sabia que os hematomas estavam clareando. "Também fiquei aqui na enfermaria, mas foram apenas algumas horas." O tom deixava explícito quão pouco apreciava o local.
Fechou os olhos por um segundo, absorvendo as palavras alheias. Poderia não estar tão diferentes, mas, ainda sim, sentia os olhares, curiosos em saber como poderia uma filha de Afrodite ostentar uma cicatriz. Algo que poderia ser superficial, mas que ainda assim impactava na percepção alheia sobre quem era. Talvez não de Raynar, pelo que demonstrava, mas sim de outros campistas. Mesmo que soubesse que não deveria se preocupar com a opinião alheia, Anastasia preocupava-se até demasiadamente. Um suspiro escapou dela, quase como se estivesse cansada. O corpo continuava recuperando-se do que tinha sofrido naquela noite, sendo explícito nas bandagens que colecionava. Alguns hematomas ainda desabrochavam em suas pernas principalmente, sendo a área que tinha sofrido mais com o ataque. "Por que as coisas tem que mudar?" Não perguntava para o filho de Zeus e sequer para si mesma. Por um momento, perguntou ao próprio destino, que amarrava o mundo como ele era, que decidia quem se machucava e quem ficava impune. Deuses poderiam ser deuses, obviamente, mas os acontecimentos ainda eram punidos pelas ações que não tinham controle. A semideusa ficou em silêncio conforme o braço alheio a segurava, não esperando que aquilo fosse acabar assim. Era confortável, no entanto, uma vez que costumavam fazer aquilo frequentemente antigamente. Não tentou afastar-se ou sequer fez grandes movimentos, apenas um ou outro para que não acabasse em cima de algum ferimento mais grave.
Escutar as palavras alheias foi como levar um soco merecido. Sabia que o ex-namorado tinha razão, mas não quer dizer que era fácil escutar aquilo. Não era o tipo de pessoa que gostava de pena ou que os outros se preocupassem com ela, mas lá estava ela, lamentando por algo que já tinha acontecido. Por um momento, sentiu-se culpada, afinal tinham pessoas ainda piores que ela. Alguém tinha morrido. Ainda sim, ficava lamentando por ter sido tola e lutado com as pelúcias. "Talvez eu devesse. Vou falar para Max para colocarmos um sino em nosso chalé. Deixe Esmeralda saber onde estou." Tentou brincar para que a situação não ficasse tão pesada, mas não havia tanto humor nas suas palavras. Ficou em silêncio novamente, afundando-se um pouco mais no abraço alheio. O próprio braço desvencilhou da mão alheia, indo para as costas dele. Deslizava os dedos pela região, perdida nos próprios pensamentos e sentimentos. Mesmo que não fosse confessar em voz alta, era estranhamente reconfortante e familiar estar ali. Fazia com que pensasse mais claramente e conseguisse pensar em uma rota de o que poderia fazer para melhorar. "Obrigada, Raynar." Era estranho escutar a própria voz falar o nome dele depois de tanto tempo sem dizer, tanto que permaneceu com os olhos em lugar nenhum quando falou, sabendo que provavelmente ficaria envergonhada. Eles jamais falavam um nome um do outro, exceto em momentos íntimos. Não falá-lo naquele momento, no entanto, parecia errado. Ao mesmo que sentia-se aliviada, Anastasia sentia como se estivesse mais pesada do que nunca. Sempre houve certa expectativa que envolvia seu nome, que geralmente era carregado por uma ideia de beleza eterna e, ao mesmo tempo, uma guerreira, principalmente devido à reputação que tinha construído com a instrução de espada. Em uma noite, tudo parecia ter escorrido dela. Todas as certezas evaporaram com rapidez e continuava naquela inconstância de humores. Levantou o rosto, encarando as orbes claras alheias. "Vou melhorar em breve, acho que só... Não sei. Parece que tudo que eu era simplesmente mudou do nada." Gostava da imagem enrijecida e perfeita que carregava, mas era cansativa. Talvez fosse esse o motivo de estar vestidos mais soltos e não estar preocupando-se em passar maquiagem (além de, é claro, não suportar se olhar no espelho). "Fui derrotada de novo. Não importa quanto treino eu passei todos esses anos, sucumbi a pensamentos tolos de heroísmo e movidos a uma necessidade de me provar de alguma forma. Pelo menos, consegui ajudar alguém, mas... Eu fui derrotada." Mesmo que soubesse que provavelmente levaria outro sermão, Anastasia achou que era um bom momento de desabafar e depois fingir que nada tinha acontecido. Provavelmente nem ela nem Raynar tocariam no assunto assim que saísse daquele quarto, voltando na rotina de trocarem mais provocações do que qualquer coisa, então não tinha com o que se preocupar.
A expressão fechada segurava o revirar dos olhos, um sentimento crescendo no peito que misturava os dois opostos de uma escala pré-estabelecida. A raiva de si, por não saber colocar em palavras a resposta que parecia clara em sua mente. A frustração dela em não seguir adiante, não pegar para si o papel de tentar resolver aquela rusga entre eles. E era um absurdo pensar daquela maneira, como se pudessem adivinhar o que passava em sua cabeça só olhando nos olhos. Você esconde muito, filho de Zeus. A realidade caindo naquele nicho com a mesma facilidade com que outras explicações surgiam. Esconder ou não saber? Colocar um filtro tão confuso quando suas demonstrações de falta de controle nas luzes ao redor do pescoço. O baile o provocava, à distância, cutucando em lugares que não gostava de ser perturbado. Tanto tinha feito, tanto tinha ido além dos limites, e tanto tinha conseguido de dor de cabeça ao analisar cada um daqueles desvios de caráter. Raynar se pegava em conflito, o passado com o presente. O que tinha feito para garantir a sobrevivência com a esperança de que continuar sobrevivendo talvez não seja mais a palavra ideal. Anastasia tinha um pezinho nisso, assim como seu grupo da missão em busca da poção de Asclépio. Daquele com lágrimas nos olhos e da garota insistente de olhos azuis. Não se apegue, siga sem ninguém. E sua mão enroscava no cabelo macio da ex, envolvida pelo calor da feminina que pousava por cima.
Dois pesos, duas medidas. Tudo provocado pela criação de pais divinos com tantos erros quanto os mortais. Era hipocrisia colocar-se em tão alto lugar na cadeia de poder e cometer os mesmos desvios daqueles que desconsideravam na maior parte do tempo. Humanos. Descartáveis até a segunda página, quando eram excelentes em suas características e os deuses se enamoravam. Distrações de uma vida sem fim. “ 🗲 ━━ ◤ Você não mudou. ◢ Começou de cima, ainda sentado na cama e olhando para baixo (grande surpresa!), o polegar acariciando a lateral da mão entrelaçada de Anastasia. “ 🗲 ━━ ◤ Mas mudou. ◢ O rosto virou uma careta imediatamente. Falar em forma de enigmas eram tão fora de personagem. Expressar era tão difícil. Raynar soltou um resmungo audível ao desistir de tentar ser o racional, caindo para trás na cama. Escorregou para baixo, entrou mais nos cobertos e passou o braço por baixo, encaixando-a contra o peito. Só assim pegou a mão de novo, os dedos brincando no ar, na posição em que estavam erguidas. Olhar o teto riscado de negro acalmava. Seu poder criando veios escuros na tinta branca, descendo pelos pilares de mármore que enfeitavam cada canto do largo ambiente. “ 🗲 ━━ ◤ Você não está desfigurada, Anastasia. Seu rosto permanece o mesmo, com a cicatriz por formar. A mudança não é absurda. ◢ Sensibilidade? Eles tinham compartilhado a cama vezes demais para que algo assim ficasse no caminho. Quando ela perguntava sua opinião, não era buscando a cobertura açucarada de uma mentirinha inofensiva. “ 🗲 ━━ ◤ Essa incerteza só vai piorar se não encarar logo, de frente. Ver por você mesma o que foi lhe dado e, a partir daí, criar um plano para superar. Não ver não impede que ninguém mais veja. Pretende seguir a linha de Afrodite com aquelas roupas? De tirar os "defeitos"? Vai esconder como Quasímodo? Você sabe qual é a resposta certa e eu garanto, não é minimamente tão assustadora quanto pensa. ◢ Virou o rosto para pressionar os lábios na linha dos cabelos de Anastasia, logo acima da testa. Aquele tinha sido um discurso duro, mas necessário (em suas concepções). Seu braço a apertou com mais força, reassegurando. “ 🗲 ━━ ◤Você ainda é linda, firecracker. ◢
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Não lembrava da última vez que tinha estado ali. Nunca foi muito próxima dos filhos de Zeus, exceto, é claro, aquele que estava procurando. Ainda assim, era estranho entrar pela porta que tanto conhecia, quase como se estivesse voltando no tempo, naquele pequeno momento que tinha sido um alívio da pressão que tinha sentido no peito. O momento que estava, no entanto, era muito diferente. Anastasia andava mancando, a perna ainda tendo algumas dificuldades de se movimentar como deveria, assim como o braço que permanecia enfaixado. Com a cura acelerada, todos aqueles ferimentos já eram para terem virado passado, mas era complicado lidar com eles. Quando bateu na porta do quarto alheio, não esperou sequer uma recepção antes de abri-la sem nenhum pudor. Mesmo estando completamente ferrada, Anastasia continuava sendo Anastasia, então não esperaria para conseguir o que desejava. Ficou parada na porta, sem saber muito bem como reagir quando os olhos azuis encontraram os dele. "Eles me contaram o que você fez." A voz saiu mais baixa do que estava acostumada, mas não queria esforçar-se muito para que fosse necessário movimentar mais os lábios. A bochecha permanecia com aquele corte gigante e, mesmo sabendo que era sem esperança, não queria ter uma cicatriz, por mais imperceptível que poderia ser. "Obrigada por não me deixar sangrando até a morte."
"O chalé não era o mesmo sem você." As palavras foram carregadas por uma emoção, mesmo que não tivesse passado tanto tempo assim. Lembrava-se quando recebeu a notícia do que tinha acontecido, o peito pesado com a descrença e com a incerteza do que tinha acontecido verdadeiramente. Mesmo que as dúvidas e possibilidades tivessem passando com velocidade pela cabeça dela naquele momento, agarrava-se na possibilidade que Maxime não tinha nenhuma relação com o que tinha acontecido ou, no máximo, havia algo que não estavam sabendo. Conhecia o irmão profundamente e sabia que não faria aquilo, mesmo que, uma vez ou outra, tivessem suas discordâncias. "Eu estou bem, ficou tudo certo. Não se preocupe com isso." A cabeça balançou, como se fosse um absurdo sequer ele pensar sobre aquilo. Uma vez conselheiro, sempre conselheiro, afinal. Acreditava que, para o Eloi, era impossível não se preocupar com os irmãos e ele recebia aquele mesmo tratamento deles. "Me conte o que aconteceu." Pediu para ele, querendo que tudo ficasse um pouco mais claro em sua cabeça. Não que tivesse qualquer desconfiança, mas ainda sim, estava um pouco impactada com o que tinha acontecido.
⭒ ๋࣭ 𖹭 ๋࣭ ⭑ o quarto estava vazio e o semideus agradecia mentalmente por isso. era ruim o suficiente ter que colocar uma fachada e pisar firme lá fora passando pelo meio de todos os semideuses, ter que fingir ali dentro do quarto que seria seu pelos próximos três dias parecia... um esforço além do que ele conseguia. não ouviu a porta até que a voz da irmã soasse e rapidamente piscou, os olhos claros procurando os mais escuros dela. fazia alguns dias que não via anastasia, desde que foi preso e afastado de seu cargo, não tinha conseguido ver a irmã. as visitas pararam porque as pessoas começaram a vir para tirar satisfações, para questionar em busca de respostas que ele não tinha; odiava barulho, odiava gritos, não conseguia se manter são com aquelas pessoas que um dia confiou ter uma amizade, lhe destruindo tão fortemente com palavras. sua linguagem do amor sempre foi quase inteiramente dominada por palavras de afirmação, receber o oposto disso era uma tortura. “ ━━━ acho que sim." concordou abaixo, oferecendo um sorriso cansado para a irmã. as poções de circe tinham restaurado sua força física, mas passear por entre os semideuses exigiu um esforço mental seu para parecer bem. “ ━━━ como ficou esses dias, hm? foi uma semana de merda, não é?"
MODERN FAMILY ( 2009-2020 ) 4x05 | “Open House of Horrors”
ʚ com @misshcrror .
ʚ em salão de beleza .
Olhar no espelho ainda era uma tarefa um tanto difícil para Anastasia, mesmo que estivesse fingindo que tinha superado isso. Claro que ficava um ou dois minutos, principalmente quando fazia algum detalhe na maquiagem no dia-a-dia ou quando precisava checar se estava tudo no seu devido lugar, mas era estranho encarar o próprio reflexo quando sentia-se tão desconexa com o seu novo eu. A cicatriz continuava sendo uma memória daquele evento traumático e, por mais que se esforçasse para esquecer completamente, ainda era difícil. Os pesadelos pareciam perturbá-la constantemente ainda, agora tendo diversos motivos. Quando achava que finalmente dormiria bem, vinha algo novo. Por esse motivo, mantinha o olhar fixo no trabalho da manicure, uma vez que tinha pedido algo extremamente complicado para as mãos. Foi quando lembrou de algo, um sorriso aparecendo automaticamente nos lábios quando voltou-se para Yasemin, sentindo o coração ser tomado por aquela onda de carinho e amor. "Então, é verdade mesmo? Você e o Joe...?" Mesmo que já tivesse escutado do outro (ou melhor, tirado dele praticamente de forma obrigada), queria escutar a amiga falar aquilo.
"Se ele não te conhecer de verdade, o amor nunca será verdadeiro." Para Anastasia, um amor verdadeiro é aquele que permitia que não houvesse segredos entre eles. Sempre tinha sido honesta em todos os namoros que teve e, para ser sincera, talvez fosse isso que a assustasse tanto. Como o poder dela permitia que lesse emoções, tudo parecia verdadeiro até demais, muito sensível. Com o medo constante de todos ao seu redor terem o mesmo destino que o pai tivera, era difícil se entregar para alguma tão sincera e real. Amar era uma atividade complicada, o que expressava em quão hipócrita era para falar para Yas não ter medo. "Vai dar tudo certo." Alcançou a mão da amiga e deu um leve aperto, um sorriso aparecendo nos lábios quase automaticamente. Entendia que tudo poderia dar errado, mas era bom ser positiva. Quanto mais incentivasse a outra, mais propensa seria em fazer o Joseph feliz, o que era o suficiente para a Anastasia.
"Eu pego um pouco para nós." Levantou-se do seu lugar, indo até a mesa e pegando um pequeno potinho separado. Sentou-se novamente logo depois de voltar à mesa, um pequeno sorriso nos lábios. Depois de muito tempo, parecia que tudo estava bem novamente. "Ela é muito boa, realmente, mas pegue mais batatas." Comeu mais um pouco, finalmente afundando as batatas no molho.
Entendia Anastasia e o que ela queria dizer. Sim, todos os semideuses tinham um grande problema, ou pelo menos grande parte deles tinha algo a ser resolvido visto que monstros sempre iriam persegui-los. O problema com Yasemin era que ela gostava daquela vida. Gostava de caos, anarquia e principalmente do pânico. E dada suas experiencias no acampamento, se nem mesmo os semideuses gostavam dos filhos de deuses com aspetos mais sombrios, que espaço realmente tinha para ela naquele lugar? Sempre se sentiu reprimida de alguma forma, especialmente pelo uso de seus poderes. ❝ ― Talvez. Será que ele realmente iria querer mesmo me conhecendo de verdade? ❞ — A resposta que ela esperava ouvir era que sim porque Yasemin era leal aos seus, mas entendia que talvez algumas coisas fossem demais para alguns. ❝ ― Honestamente? Eu espero que sim porque gosto muito dele. ❞ — Confessou, olhando para a filha de Afrodite quase como implorando para que ela acalmasse o coração temeroso de algo ruim acontecer.
Acabou suspirando aliviada quando ela trocou de assunto porque não deseja ir mais a fundo naquilo, não era o momento. ❝ ― Sério? ❞ — Ela perguntou conforme roubava uma do prato alheio e comia em seguida. ❝ ― Eles tem alguns molhos na mesa de delicias, deve ter algo lá... Mas ficaria grata já com um ketchup. ❞ — Respondeu logo que terminou de mastigar, pegando outra batata, saboreando da mesma. ❝ ― Sua mãe quis caprichar realmente em tudo hoje. ❞