hoje acordei com vontade de chorar. então deixei que as lágrimas escorressem e toda dor e agonia fossem junto com um choro há muito guardado.
o que temos, ninguém consegue explicar. nem mesmo nós.
pare de viver para os outros e comece a viver por você.
eu te registrei na minha alma para que eu pudesse me lembrar sempre do seu sorriso.
escrevo porque falar me doeria até a alma.
você me enfeitiçou feito sereia e pescador.
a sensação de poder tocar teus lábios é o meu desejo diário.
teu corpo, um templo que eu não me canso de admirar.
talvez você não esteja preparada para a imensidão de sentimentos que eu sou.
não se recebe mais amor. não importa o quanto se doe ao mundo.
existe uma contagem regressiva num trem de ida para o fim dos tempos e tudo que fazemos é chorar.
jogar uma alma inocente, num mundo imprudente e displacente de empatia foi a pior escolha do destino.
e escolher viver com isso piora a cada manhã.
almas são corrompidas de tristeza pela ingratidão,
e continuar tentando salvar quem não procura uma cura acaba transformando esperança em amargura.
então, quem pôs os planetas em minhas mãos? elas já não aguentam mais, calejadas, seguram a anos o peso de viver - o peso de não pertencer.
- porque o mundo e você é um relacionamento unilateral, amor.
por você eu fui
humilhada, xingada, desprezada, calada.
e em vez de me transformar em revolta,
fechei minha porta,
chorei por horas
e agora nada mais importa.
isso porque
por ser sempre bem regada,
minha tristeza vence qualquer sentimento entre meus elementos,
e agora, com um breve lamento,
te deixo ir.
então você chora,
mas escondido
e baixo.
no seu recanto, encolhida no canto da sua própria cama, por dentro sangrando, mas ainda aguentando.
calada.
eu juro que tem vezes que a única coisa que me acalma é a sua voz.
[me dizendo que tudo vai ficar bem.]
obrigada por cuidar de mim.
vocês não entendem né?
meu único inimigo sou eu.
a única pessoa que me diminui,
que me faz entristecer,
que me diz palavras frias e duras,
que me odeia,
sou eu mesma.
é tudo culpa minha.
sou triste por quem eu sou.