O peso da ressaca moral afundava Maria no colchão como uma bigorna. Seu estômago enfraquecido ainda doía, tendo acabado de botar pra fora tudo o que ela tinha ingerido nas últimas 12 horas, na forma de líquidos fluorescentes de todas as cores do arco-íris. Suas atitudes bizarras da noite anterior se repetiam sem parar em sua mente, com maior ênfase nas partes vergonhosas. Graças a elas, Maria não queria nunca mais sair do quarto.
"Não foi tão ruim assim." uma voz doce disse no ouvido dela.
Maria se virou na cama, todo o quarto pareceu balançar. "Eu não tenho tanta certeza, Flip. Eu fiz tanta merda ontem... As consequências podem ser horríveis".
Ele afastou algumas mechas de cabelo que cobriam seu rosto, em seguida beijou sua testa com ternura.
"Não serão, meu anjo... Mas eu estarei ao seu lado não importa o que aconteça. Agora vem mais perto, me deixa cuidar de você".
Maria se aconchegou a ele, aproveitando o calor que ele oferecia em um abraço de corpo inteiro, grata por poder permanecer assim até tudo isso passar.