“open the fucking door!” closed starter for @misshcrror
Era de estranhar mas era verdade, o chalé de Ares estava estranhamente tranquilo e Daphne não sabia explicar se era graças aos acontecimentos da noite passada ou porque ainda era de manhã cedo. Tinha se levantado da cama por já não conseguir dormir mais, acabando por se sentar em uma das poltronas no espaço comum, apenas olhando para as armas meio desarrumadas à sua frente. Parecia estar meio que num transe, pensando em nada enquanto os olhos focavam ali mas sem realmente observar nada em particular. No entanto, esse momento fora interrompido ao ouvir alguém bater com força na porta, e logo a voz de Yasemin fora reconhecida. Se levantando, abriu a porta à amiga com uma expressão preocupada. "Hey está tudo bem? Está batendo há muito tempo?"
Daphne estava com o martelo nas mãos, tentando perceber com quanta força tinha que acertar na balança para fazer o coração subir até ao topo. Se era para jogar naquela barraquinha, que pelo menos deixasse seu nome na tabela, se não, nem valia a pena tentar. Estava concentrada, ou pelo menos, até ouvir o comentário de Tadeu questionando sua força e logo depois dizendo que parecia fraquinha hoje. Deixando o martelo apenas em uma mão, se virou para o mais velho com a outra apoiada na cintura. "Está com amnésia, Basir? Não me diga que é minha blusinha de cerejinha que o está fazendo ficar com dúvidas." Murmurou, estendendo o martelo para ele. "Mas vá, faça você as honras." Ofereceu com um sorriso provocador nos lábios, agora com certeza não queria ser a primeira tentando aquele brinquedo.
JEANS.
lá no teste de força, @wrxthbornx foi perturbada !
as vezes sentia que estava integralmente preso a relações típicas de escritório: onde alguém com na casa dos trinta, de repente, se torna amigo próximo de alguém com vinte e poucos. após levar uma surra que mudou sua vida há alguns anos atrás, o respeito que adquiriu por daphne os aproximou, e agora, na maior parte do tempo não costumava duvidar de sua força e nem capacidade. ❛ consegue alcançar o topo? ━━━━━ perguntou, parado ao seu lado. ❛ você é bem forte, mas eu não tô botando muita fé, você tá parecendo meio fraquinha hoje, não tomou seu café da manhã? ━━━━━ atiçou de propósito, esboçando um sorriso brincalhão.
Daphne tinha aprendido que resorts, spas e atividades na água não eram de todo suas coisas preferidas. Claro, tinha conseguido relaxar um pouco, ainda que sua mente se mantivesse preocupada com todos os acontecimentos das últimas semanas, mas por mais que fisicamente conseguisse relaxar ali, continuava preferindo o acampamento. Sentada na espreguiçadeira, fechou o livro que tinha em mãos e voltou a pegar no copo para dar mais um gole na bebida com pouco álcool, que continuava se enchendo sozinha quando terminava. "Está insinuando que desejo a morte de muitas pessoas?" Perguntou olhando de soslaio o mais velho, apoiando o livro na mesinha ali perto, mas virado para baixo. Não era totalmente mentira, desejava a morte de algumas, mas não tantas. "A pobre alma achou por bem entrar na sauna com uma pistola de água e molhar todo o mundo que estava lá, não sei o que lhe deu, mas achou muito engraçado. Já eu não achei graça nenhuma como pode imaginar."
𝐰𝐢𝐭𝐡: @wrxthbornx
𝐰𝐡𝐞𝐫𝐞: terraço
"wishing someone is dead isn’t a crime"
Se permanecesse por muito mais tempo naquela ilha, acabaria ficando mole. Era estranho que seu copo se enchesse sem que nem precisasse pedir, e não fazia nem tanto tempo assim que ele estava sentado numa das espreguiçadeiras do terraço. Sabia que a intenção de Circe não devia ser prover conforto para homens, então, devia desconfiar de que alguma coisa havia por detrás daquilo. Foi por isso que Remzi acabou por afastar o copo depois de um último gole. ' Até porque se fosse, iam te prender e jogar a chave fora ' achava graça no temperamento da prole de Ares, contudo, não estava muito distante deles. ' Posso saber o que a pobre alma fez para que você deseje sua morte, Daph? '
"Bem, sendo assim não tenho como ajudar mais, era minha única ideia." Apontou com um pequeno suspiro, dando de ombros em rendição. Era péssima com ideias, ainda mais de desenhos, na verdade não sabia como se tinha decidido em tantas tatuagens. "Para quem queria apenas uma vai fazer três?" Perguntou surpreendida, deixando escapar um riso nasalado, mas ficava entusiasmada pela amiga isso era certo. Olhando também para o caderno, via alguns desenhos que também não se importava de tatuar, mas estava já decidida no martelo. "E quais vai fazer então?" Estava curiosa, adorava tatuagens e ainda mais de ir com os amigos fazê-las. "Se ainda estiver indecisa, posso ir primeiro sim." Assentiu começando a despir o casaco. "Você fazer em mim? Yas, te adoro, mas não sei se confio em você com uma máquina de tatuagens."
Yas ouviu a sugestão da amiga e fez uma careta. A ideia não era ruim, mas não era bem o que estava desejando. ❝ ― Nahh, pensei em algo menor e com menos detalhes... ❞ — Pensou a respeito novamente, voltando a caminhar e entrar na barraquinha. ❝ ― Mas acho que vou acabar fazendo três de uma vez... Vou aproveitar que eu virei conselheira e gastar algumas dracmas a mais. ❞ — Sorriu animada enquanto pegava por um caderno de desenhos apenas para ver as sugestões que ali tinha, embora soubesse como desejava as duas. Ou quase isso. ❝ ― Quer começar com você primeiro? ❞ ― Apontou para uma das cadeiras vagas. ❝ ― Se você for corajosa o suficiente eu mesma faço a tatuagem em você, hein. ❞
flashback
Tadeu tinha razão naquilo que dizia, embora Daphne nem sabia se poderia dizer que tinha tido uma infância. De todos os que conhecia, era a única que basicamente tinha nascido no acampamento, sem uma família tradicional, sem uma mãe e um pai para a educarem, darem amor e carinho. E não podia dizer que todos os campistas tinham vivenciado isso, sabia perfeitamente que não, mas sabiam como era o mundo fora do acampamento, enquanto a loira vivia para o acampamento, era tudo o que conhecia, e por vezes ficava se questionando se isso não teria sido deteriorante para si. Talvez conhecer um pouco do mundo mortal tivesse sido algo benéfico, mas a verdade é que antes do chamamento, não tinha qualquer curiosidade sobre o mesmo, e agora, essa curiosidade crescia de dia para dia. O que conhecia era o que tinha visto em missões, e embora já tivesse ido em muitas, se calhar mais que a maioria dos semideuses ali, não podia dizer que era suficiente para compreender o que se passava lá fora. "E acha quinze anos pouco?" Perguntou quando Tadeu falou sobre correr perigo. "E que tipo de perigo era?" Não sabia se o mais velho quereria elaborar sobre isso, mas precisava de se distrair daquela dor, e se ele pudesse falar, ajudava bastante. "De animação ou normais? Porque de animação acho que apenas assisti o Rei Leão, o Shrek e... Qual aquele que tem uma princesa com o cabelo loiro muito comprido?" Já havia esquecido o nome. O gesto alheio de bagunçar seus cabelos, em um dia normal tinha sido o suficiente para aborrecer a filha de Ares, mas agora? Sequer se importava. "Voltaria? Também não está gostando daqui?" Murmurou, não querendo que Circe se apercebesse que Daphne não gostava daquele lugar. "Não me interprete mal, mas não vejo nada de bom em termos vindo para a ilha. Talvez apenas para os filhos da magia e pela hipotese de fechar a fenda, mas de resto? Me sinto uma inútil, sinto que não tem nada que eu possa fazer nesta situação e por mais que queira relaxar, eu não consigo, não fui feita para passar os dias num spa, num parque aquático ou numa sauna. Não confio em nenhum deles e quanto mais tempo passo aqui, menos consigo confiar."
Mais uma vez se via surpreso com a falta de conhecimento alheio sobre filmes e, mais uma vez, precisava se lembrar que não era comum que semideuses tivessem acesso a esse tipo de coisa, em especial filhos de deuses grandes. Olhando para Daphne, havia a dualidade de possuir tanta juventude pela frente, que batia diretamente com sua experiência em batalhas vinda desde tenra idade. Em momentos assim se recordava de que a maioria deles não tinha uma vida "normal" embora a sua, de certo modo, também não tivesse sido, mesmo tendo vivido vinte e nove anos do lado de fora, sem sequer saber sobre o acampamento. ❛ Eu me esqueço que a infância de vocês foi mais... Prática. Perigosa, na verdade. Só comecei a correr perigo aos quinze. ━━━━━ Não se lembrava se tinha contado à filha de Ares sua história, agora que refletia sobre. Ter sido "criado" por Nêmesis oferecia outros tipos de perigo, já que era basicamente um espião de suas vinganças, além de um executor. ❛ Enfim, o que interessa mesmo é que você precisa de conhecimento mortal. Que filmes você já assistiu? ━━━━━ Estava genuinamente curioso. A reclamação foi o suficiente para deixar escapar um riso suave, novamente se compadecendo. Com uma das mãos, a levou até o topo da cabeça de Daphne, bagunçando os fios loiros. ❛ Por mim, se você quiser voltar pro acampamento eu volto com você, ainda mais com tanta alegria por todos os lados, mas eu não acho que você vai manter essa opinião depois que parar de sentir dor.
"i’m sorry we haven’t spoken in a while, i forgot i exist" for @misshcrror
Depois da aparição do Drakon, Daphne ainda não tinha tido a oportunidade de conversar com Yasemin. Na verdade, agora que pensava sobre o assunto, fazia alguns dias que não falava com a amiga e isso a preocupava. Além de que, também achava estranho a semideusa não a ter procurado para falarem sobre o acontecido, mas na verdade, também Daph andava tão alheia a tudo que também não tinha ido falar com ela. Com esse pensamento em mente, foi atá ao chalé de Deimos e perguntou por ela quando um dos semideuses mais novos abriu a porta. "Hey..." Murmurou com um pequeno sorriso ao avistar a figura conhecida. "Não tem mal, acho que por alguns momentos eu também esqueci que existia. Mas como você está, ainda não falámos desde esta algazarra toda."
Se havia um safe space para Daphne além de seu chalé, e esse com toda a certeza era a arena de treinamento, ainda mais sabendo que podia moldá-la à sua preferência. Por norma não gostava de áreas escuras, mas a forma como estava configurada para aquela floresta, parecia combinar com o seu estado de espírito naquele momento, além de ser perfeita para não precisar de se encontrar com outros semideuses. No entanto, seu foco foi desviado do manequim que estava prestes a derrubar, para a semideusa um pouco mais à frente. Precisando de um ponto onde a ver melhor, a filha de Ares tentou não fazer barulho enquanto escalava uma enorme pedra e se sentou observando os movimentos da outra campista. Seu lado de instrutora estava vindo ao de cima, avaliando o que a filha de Melione fazia em relação àqueles manequins, avaliava também a forma como segurava a arma e balanceava o corpo. Tentou ao máximo ficar calada, mas aquilo a estava aborrecendo e teve de falar assim que a viu se desequilibrando e cambalear. Com um suspiro se levantou, prendendo a arma que mais usava às costas e se aproximou de Cassandra. Aquela era a questão usual quando reparavam no tamanho do machado em comparação a ela, por isso não se surpreendia. "É tudo uma questão de equilíbrio, e alguma força." E confiança, pensou, mas acabou por deixar para si. Dizia aquilo como se fosse simples, como se não tivesse quase se matado a treinar para empunhar aquela arma com orgulho.
─ 𝒕𝒉𝒊𝒔 𝒊𝒔 𝒂 𝒄𝒍𝒐𝒔𝒆𝒅 𝒔𝒕𝒂𝒓𝒕𝒆𝒓 𝒇𝒐𝒓 @wrxthbornx
Repleta de árvores mortas e arbustos frondosos, a arena de treinamento estava magicamente configurada para se parecer com uma floresta naquela noite. Cassandra estava em busca de um momento em que o local estivesse pouco ou nada movimentado e sem testemunhas para a vergonha que talvez passasse. Depois de uma década vivendo no Acampamento, suas habilidades de combate tinham se desenvolvido de forma satisfatória, mas por algum motivo, armas grandes e pesadas ainda a irritavam profundamente. Entretanto, após os últimos ocorridos, parecia razoável que a semideusa aprendesse a matar coisas através de todos os meios possíveis. No lugar de monstros, manequins em tamanho humano a cercavam. Era necessário começar de algum lugar, afinal. Finas linhas de suor escorriam por suas têmporas enquanto as duas mãos tentavam balancear uma espada longa. Cassandra golpeou o ar de forma questionável, já que seu equilíbrio parecia tê-la abandonado. Cambaleando de volta à posição inicial e xingando em voz baixa, a filha de Melinoe finalmente percebeu a presença da outra campista no recinto. ❝ make it look convincing. ❞ As palavras da filha de Ares ecoaram pelas paredes de pedra e, para a irritação de Cassandra, atingiram seu ego como flechas certeiras. Ela acabara de ser surpreendida pela pior pessoa possível em um momento como aquele. Cassandra ignorava a maioria dos feitos dos colegas, mas era impossível negar a proficiência de Daphne com armas em geral. — Quer saber? — arfou, com a voz carregada de frustração enquanto tentava recobrar seu fôlego após o susto. — Que tal você me contar como diabos alguém consegue segurar uma arma desse tamanho? — Acenou com a cabeça, indicando o enorme machado preso às costas da outra.
#unbothered - musing: daphne coming to camp after a mission
𝐃𝐚𝐩𝐡𝐧𝐞 𝐆𝐫𝐚𝐜𝐞𝐰𝐨𝐨𝐝Daughter of 𝕬𝖗𝖊𝖘; cabin counsellor born from 𝒘𝒓𝒂𝒕𝒉 𝒂𝒏𝒅 𝒓𝒂𝒈𝒆
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