Se o arco e a flecha uma de suas armas preferidas? Pelos Deuses não, provavelmente era a que menos gostava de todas as que tinha disponíveis, talvez à exceção do chicote, essa era a que realmente detestava. Mas Daphne tentava treinar com todas as armas possíveis, afinal não sabia quando um arco e flecha poderia ser útil, e mesmo que não matasse o inimigo, serviria para o machucar e ganhar algum tempo. Olhando para outro semideus e para a tiro certeiro dele, a loira baixou o seu arco e analisou. "Tenho a dizer que realmente não foi nada mau. A não ser que sua arma seja o arco e flecha, porque se for, não se pode gabar assim."
with: open starter
O filho de Perséfone estava no campo de tiro ao alvo, entretendo-se com aquela atividade. Dylan pegou mais uma flecha, encaixou a peça no arco e depois de mirar por breves segundos lançou. Um sorriso de satisfação abriu no rosto de Haites, tinha acertado em cheio no alvo. Ele estava se preparando para atirar outra flecha, mas sua atenção se voltou para o outro semideus que também estava praticando no local. “Até que não foi nada mal”, disse de forma analítica.
#unbothered - musing: daphne coming to camp after a mission
"Pode aproveitar enquanto existem e me estou sentindo caridosa. Já você nem foi capaz de dizer o quão bem esse vestido me fica." Alfinetou dando mais um gole na bebida que tinha em mãos. Não costumava pescar elogios, pelo contrário, mas o efeito da bebida já começava a se fazer notar em si, embora não fosse difícil, tinha uma péssima resistência ao álcool. "Acompanhar no desacompanhamento? Sou assim tão má companhia?" Perguntou, erguendo uma das sobrancelhas enquanto olhava para o filho de Poseidon, embora ele não estivesse longe da verdade, tinha vindo completamente desacompanhada ao baile, sua solução era encontrar amigos por ali. A relação dos dois era difícil de explicar, tanto conseguiam se dar bem e até trocar algumas palavras mais animadas, como ao mesmo tempo ele conseguia tirar a semideusa do sério e a única coisa que ela queria era tacar algo nele. Mas hoje ia tentar ser um pouco melhor, não queria arranjar mais confusão por isso ser cordial era sua melhor opção. "Só espero que não seja estragado por outro ataque, fendas ou coisas parecidas..." Não gostava de ser pessimista, mas a verdade é que era difícil estar completamente tranquila, e tinha a certeza que não era a única que se sentia assim. "Sinceramente? Não tenho muitos planos, comer e beber eram as únicas coisas na minha lista, embora não devesse beber muito mais." Murmurou com uma careta. "E você?"
Thomas recostou-se no balcão do bar, aproveitando para pedir que enchessem mais o seu copo antes de voltar-se para a loira com um novo sorrisinho no rosto, assentindo. "Vou levar isso como um de seus raros elogios." Disse de bom humor. Nem sempre Thomas se dava bem com a filha de Ares, mas havia decidido que pelo menos aquele dia iria mudar isso. "Sobre a companhia, acabei de arranjar uma. Sei que posso sempre contar com você para me acompanhar no desacompanhamento, Daph." Ele alfinetou só porque sempre tinha uma resposta engraçadinha na ponta da língua, o que contrariava seu pensamento anterior de que não iria instigar nenhum rolar de olhos entre os dois. Mas certamente Daphne poderia refutar o que Thomas disse, afinal, ele não se surpreenderia se ela tivesse vindo acompanhada ao baile. Até mesmo nos dias de treinos mais árduos, a loira permanecia bonita e cativava a atenção de muitos. Depois do brinde, Thomas deu um grande gole em sua bebida, soprando um riso sem muita animação. "Bem, se as coisas continuarem como estão, é bom a gente passar a aproveitar mais os momentos assim..." Thomas disse em um de seus pessimismos recorrentes nos últimos tempos, o que não era muito a cara do filho de Poseidon... mas era impossível pensar que estavam a salvos, imaginando que logo voltariam a ter perdas e mais dificuldades assim que Afrodite decidisse terminar aquele evento. Ajeitou sua postura então, voltando a observar Daphne. "Vamos lá. O que você planeja fazer pelo resto da noite? Só beber?"
A loira já tinha topado a filho de Poseidon a alguns metros de distância. Se aproximava com o intuito de aproveitar sua companhia para não parecer tão deslocada no baile, afinal, aquele não era um ambiente em que Daphne se sentisse completamente confortável, ainda mais com aquele vestido. No entanto, ao se aproximar, conseguia perceber que o moreno já estava adiantado no que contava ao álcool, ou pelo menos era isso que parecia. Tentava, por cima da música alta, dizer que ele estava com cara de quem já tinha bebido um copo a mais, mas a expressão que o semideus lhe retribuiu era um misto entre 'porque me está dizendo isso?' e 'eu não entendi nada', daí sua próxima pergunta. Essa Thomas já parecia ter ouvido e a resposta trouxe um sorriso quase despercebido ao canto de seus lábios. "Sim, você até está bonito hoje, e porque está bebendo sozinho? Não conseguiu arranjar companhia?" Perguntou, embora ela também não pudesse ser grande exemplo, também estava um pouco perdida ali. Pegando no copo, cheirou o conteúdo lá dentro antes de o elevar também, já tinha bebido dois copos de vinho e sua tolerância ao álcool ela péssima. "E que continuemos." Acrescentou dando um gole.
bar de dionísio
com @wrxthbornx
❛ what else do you want me to say? ❜
Thomas suspirou, pensando seriamente em começar a beber mais até extrapolar o quanto seu organismo aguentava. A última vez que se permitiu beber até realmente cair foi provavelmente na festa do acampamento que gerou a fenda. E isso não acabou bem, e nem foi só por conta da fenda. As memórias que tinha antes disso também não eram muito gentis. Ele bebericou um pouco mais do seu copo, perdendo-se nos próprios pensamentos enquanto Daphne se aproximava para dizer alguma coisa. Com todo o barulho do evento e a mente cheia, Thomas apenas franziu o cenho na direção dela, sem compreender o que Daphne falou; o que gerou sua próxima pergunta. O que mais ele queria que ela dissesse? Bem, pra começar, queria que alguém dissesse que tudo no acampamento ia ficar bem depois que Thomas enchesse a cara e desse a Dionisio uma boa parte do sentimento de estar embriagado. Mas dizer isso não faria os problemas do acampamento se esvaírem como mágica. "Não sei. Que tal: 'Thomas você está muito charmoso hoje e você realmente não deveria ficar sozinho enquanto bebe, então vou me juntar a você'." Essa foi a resposta dele, tentando soar engraçadinho antes de estender um copo para Daphne, elevando o seu para brindar. "Vamos lá. Vamos fazer um brinde. A... ao fato de estarmos vivos por enquanto, eu acho."
"Suspeitas em concreto? Não. Acho que é um deles, e se não for, que teve que ter alguma ajuda de alguém de dentro, filhos da magia ou não." Não fazia sentido em sua cabeça ser alguém externo ao acampamento sem pelo menos ter tido alguma ajuda de dentro. Parecia ser alguém que conhecia o acampamento, e também as rotinas deles. Olhava para a forma como o semideus tratava da planta, tirando as mudas pequeninas e replantando. "Calvície?" Perguntou baixinho, duvidando que conseguisse ser tão milagrosa para um leque tão vasto de coisas. "Parece bastante valiosa então. E usa em chá, é isso?" Nunca tinha sido muito curiosa com plantas, até porque nem sequer um cacto tinha conseguido manter vivo, quanto mais aquele tipo de planta.
" e você tem suspeitas? eu não consigo suspeitar de uma pessoa só, estou receoso com todos eles. " confessou, pois ele não podia fingir indiferença aos filhos da magia quando o traidor poderia estar entre eles e podia causar mais caos ainda no acampamento. Tentou deixar o clima que tinha se instalado entre eles para lá e focar-se na planta a sua frente, ele não era um ótimo botânico, mas se esforçava para ajudar a todos. " é uma Ferula drudeana. Pode ser usada para quase tudo na verdade, desde dor de dentes, até a calvície, é o que diz a lenda. " explicou com um sorrisinho, enquanto fazia um enxerto na muda. " elas são bem raras e foram cultivadas com cuidado pelos botânicos do acampamento, na Grécia antiga, foram consideradas raras, já que era usada para quase tudo. " não era um expert no assunto, mas estava familiarizado com a planta.
A intenção de Daphne não era de todo interromper o mais velho, e muito menos ouvir o que estivesse dizendo. Perceberia se ficasse chateado ou desconfiado, afinal, também a filha de Ares gostava de seus momento completamente sozinha, e detestava mais que tudo ser interrompida por alguém. Também ela tinha ido ali para algum momento de paz, sem sequer ouvir outros semideuses, mas não se importava de encontrar outro lugar para apenas ficar e descontrair, era Kaito que já lá estava quando ela chegou. Ouvindo a resposta alheia, a loira assentiu. Conseguia ver que ele tinha ficado incomodado, ou pelo menos era o que lhe parecia. "Ah... Certo." Nem sequer sabia porque lhe tinha perguntava se estava fazendo um pedido, não era de todo da sua conta, mas talvez apenas não quisesse deixar o mais velho envergonhado ao mostrar que aquilo era mais que normal. "Eu? Não." Abanou a cabeça, tentando ser clara com alguns gestos e com os lábios para que o filho de Hefesto a entendesse. "Só queria um lugar silencioso, nem mais ninguém por perto. Mas posso ir embora, você pode continuar aqui." Esclareceu com um pequeno sorriso, mas logo o deixando ao ouvir o pedido alheio. "Não ouvi quase nada, por isso não precisa de se preocupar, o muito pouco que ouvi ficará guardado. E desculpe por isso, sério."
lugares sem a presença de outras pessoas eram os seus favoritos. antes mesmo de buscar o isolamento, sua introversão fazia com que praticamente flutuasse aos pontos mais calmos do acampamento. antigamente, gostava da cachoeira pela sensação de completude ocasionada do conjunto da coisa: o frio provindo da umidade, o barulho da água, a visão do ondular o chamando para baixo. tudo conversava, e em uma frequência diferente do caos que era estar em meio aos campistas.
agora, era um lugar confortável com um respingo de ressentimento. porque o cenário continuava o mesmo, mas não havia completude alguma quando ele próprio não se sentia mais completo. e kaito não costumava falar com seu pai, afinal, ele era uma figura extremamente ausente. mas ainda assim, tinha tantos conflitos internos que, em certo ponto, imaginou que não lhe restava outra alternativa.
❛ sei que você, mais do que qualquer um, entende o que eu não consigo falar pra mais ninguém. ━━━━━ começou, se forçando a utilizar a própria voz. a voz que não ouvia mais. ❛ tudo o que me restou foi a ferraria, a sua herança. eu não posso mais escolher onde eu vou ser um herói. ━━━━━ não sabia o quão frustrado era o seu tom de voz no momento. ❛ eu estou passando na sua tv, pai? ━━━━━ questionou, sem que houvesse realmente emoção ou expressão em sua voz. por fim, suspirou, sentindo um peso imenso nos ombros. ❛ por favor, eu te imploro, não me deixe perder isso. eu só tenho isso. ━━━━━ e então olhou para as próprias mãos, mas antes que pudesse dizer qualquer outra coisa, ele notou a presença da moça.
sentindo o rosto queimar de vergonha, tentou não demonstrar o quanto estava tímido com sua honestidade. ele não conseguiu ler em seus lábios a primeira parte, mas a julgar pela linguagem corporal de daphne, ela parecia arrependida. mesmo assim, se sentia um idiota. ❛ mais ou menos. ━━━━━ no fim, não tinha como fugir. não sabia o quanto ela tinha escutado, mas nenhuma parte era sutil. ❛ era mais um desabafo. ━━━━━ apesar de usar a voz, também usou a língua de sinais. ❛ veio tentar pedir algo ou veio se banhar? ━━━━━ tentou puxar assunto, mas sabia que só seria possível após o pedido seguinte. ❛ e daphne, se você puder guardar como um segredo o que você escutou...
"Acho que não há sessão de terapia que nos salve." Murmurou com o olhar distante ainda sobre a estante com as armas. Não queria terapia nenhuma, naquele momento, tudo o que a loira queria era encontrar quem quer que fosse aquele traidor entre eles e matá-lo com as próprias mãos, sequer se dar ao luxo de usar uma arma para o fazer, apenas isso iria satisfazê-la, e curar o que quer que fosse que estivesse sentindo. Ao sentir o joelho alheio contra sua perna, erguer os olhos para o mais alto, tomando atenção no que ele dizia sobre a recaída. "Mas porque foi beber isso tudo?" Perguntou, embora não fosse ninguém para julgar, para quem não está habituada a beber mais que dois copos, Daphne passou essa marca, sentindo os efeitos do álcool como não era nada comum para si. Não tinha sido o suficiente para a deixar incapaz de lutar, mas para a deixar um pouco mais lentificada sim. "Também não havia muito que pudéssemos fazer." Lutar contra aqueles ursinhos de pelúcia era quase inútil, pelo menos nisso não tinha como ajudar muito. Ao ouvi-lo dizer esquisitão, o olhar de Daphne endureceu sobre o mais velho a fazendo levantar da poltrona. "Esse tal de esquisitão era meu amigo, Aidan. Posso não ter muitos, mas acredite que ele era dos melhores, e fez mais por mim que a grande maioria dos idiotas neste acampamento! Por isso não quero ouvir uma palavra má sobre ele saindo de sua boca." Falou entre dentes, o indicador apontando para o irmão, a raiva sendo palpável nela.
Se aproximou da irmã com uma feição esquisita. Um cansaço emocional desenhado em seu semblante, um misto de todas as emoções que havia presenciado horas antes. "Eu não estou nada bem. Nada. Eu fiz tudo que não deveria, passei por todos os infernos disponíveis nesse lugar." Capturou uma das armas da estante com as mãos e usou a lâmina prateada como espelho, vendo os ferimentos e tocando a pele ferida. "Vamos fazer uma sessão de terapia em grupo?" Sugeriu desviando rapidamente os olhos para a direção da loira mais baixa, usando o joelho para cutucar a perna dela, numa tentativa sutil de incentivo. "Eu... tive uma recaída feia." Iniciou em um murmúrio quase inaudível. "Joguei oito meses de sobriedade no lixo, tudo por medo." A sinceridade casual que traçava com Daphne, sem usar de qualquer disfarce. "Bebi o suficiente pra não conseguir arrancar um ursinho de pelúcia demoníaco da minha cara. Sem amigos, sem paixão e sem honra. Posso me mandar para o Cassino de Lótus para esperar a próxima geração de campistas?" Listava seus problemas contabilizando-os nos dedos. "Sem falar na morte do esquisitão. Foi um final de festa assustador, um clima terrível no acampamento como se todos estivessem com indigestão, um osso cruzado na garganta. Igual a sua cara nesse exato momento."
Daphne tinha entrado ali por pura curiosidade. Sabia da existência de várias lojas como ali no mundo dos mortais, mas nunca tinha experimentado uma, por isso lhe pareceu uma boa ideia. Olhando em volta, observou as várias opções de ursinho que poderia fazer e decidiu que iria fazer um goblin para levar de volta para o chalé cinco. Distraída com os vários acessórios que podia escolher, quase nem percebeu que falavam com ela. "Eu?" Perguntou, apontando par si mesma antes de se aproximar um pouco mais. Não sabia se era a melhor pessoa para ajudar o semideus, mas tentaria seu melhor. "Hm, ok, estou vendo o problema. O unicórnio é para oferecer a alguém?"
starter fechado com @wrxthbornx. onde? faça seu próprio ursinho.
seus olhos estavam fixos no unicórnio de pelúcia que ele planejava decorar para sua filha ava. segurando delicadamente um pedaço de tecido macio nas mãos, não sabia bem como fazer se tornar um ursinho bonito. se por alguma razão não voltasse para casa, faria questão que aquele unicórnio chegasse. algo que ava pudesse abraçar e que lembrasse a ela do amor que ele sentia por ela. ⸻ ei, você pode me ajudar aqui?! pediu para a figura que surgiu ao seu lado, segurando a pelúcia em mãos e a sacudiu no ar. ⸻ não estou sabendo como decorar sem que o unicórnio se transforme num troll de tão feio.
"Bem, sendo assim não tenho como ajudar mais, era minha única ideia." Apontou com um pequeno suspiro, dando de ombros em rendição. Era péssima com ideias, ainda mais de desenhos, na verdade não sabia como se tinha decidido em tantas tatuagens. "Para quem queria apenas uma vai fazer três?" Perguntou surpreendida, deixando escapar um riso nasalado, mas ficava entusiasmada pela amiga isso era certo. Olhando também para o caderno, via alguns desenhos que também não se importava de tatuar, mas estava já decidida no martelo. "E quais vai fazer então?" Estava curiosa, adorava tatuagens e ainda mais de ir com os amigos fazê-las. "Se ainda estiver indecisa, posso ir primeiro sim." Assentiu começando a despir o casaco. "Você fazer em mim? Yas, te adoro, mas não sei se confio em você com uma máquina de tatuagens."
Yas ouviu a sugestão da amiga e fez uma careta. A ideia não era ruim, mas não era bem o que estava desejando. ❝ ― Nahh, pensei em algo menor e com menos detalhes... ❞ — Pensou a respeito novamente, voltando a caminhar e entrar na barraquinha. ❝ ― Mas acho que vou acabar fazendo três de uma vez... Vou aproveitar que eu virei conselheira e gastar algumas dracmas a mais. ❞ — Sorriu animada enquanto pegava por um caderno de desenhos apenas para ver as sugestões que ali tinha, embora soubesse como desejava as duas. Ou quase isso. ❝ ― Quer começar com você primeiro? ❞ ― Apontou para uma das cadeiras vagas. ❝ ― Se você for corajosa o suficiente eu mesma faço a tatuagem em você, hein. ❞
"Sim, o melhor é começarem a cronometrar e apontar em um livrinho para ver quem é o mais rápido." Realmente, Daphne por norma não era a pessoa mais simpática do mundo, mas tentava ser cordial, até a perturbarem. Além disso quando era gentil ou simpática para alguém, era algo genuíno, quem a conhecia sabia bem disso. "Pelos vistos deve ser divertido para vocês..." Murmurou, os olhos se estreitando enquanto o observava tomando a água toda de uma vez. Já pronta para se afastar e sair mesmo da enfermaria, parou em seu caminho ao ouvir a pergunta de Santiago. "Eu espero bem que não, já chegou a última morte." Disse meio que em um sussurro, sua preocupação com o irmão e o amigo, além como a recordação da morte de Flynn vindo à tona. Tinha tentado não pensar nessa possibilidade nas últimas horas, mas era impossível.
Acordar depois de 12h inconsciente havia sido um baque por muitos motivos, e não esperava que a sede fosse um deles. A sensação que teve ao despertar foi de que todo o deserto do Sahara estava em sua boca mas, com toda a equipe da enfermaria ocupada atendendo aos feridos, havia se resignado a pedir ajuda para uma filha de Ares. Esperava uma resposta cruzada, mas foi surpreendido por gentileza–motivo pelo qual seus olhos se haviam estreitado na direção de Daphne. A reação à sua brincadeira lhe pareceu desproporcional, mas aquela era sua exata intenção: ser irritante era algo como um hobby, e servia para o distrair da situação fodida em que estava no momento presente. ʿ Menos de um segundo para te tirar do sério, deve ser algum tipo de recorde. ʾ Comentou com um sorriso brincalhão, erguendo as mãos como se fizesse uma oferta de paz. ʿ At this point, if you've poisoned my glass I'll just drink it anyway. ʾ Acrescentou e, como maneira de ilustrar seu argumento, virou todo o seu conteúdo de uma só vez. ʿ Alguém morreu essa noite ? ʾ Perguntou, sabendo ser um assunto que açoitava os pensamentos da maioria dos campistas, e preferindo o perguntar de maneira direta e sem rodeios.
Há muito que tinha prometido a si mesma que seria mais calma, mas paciente e compreensiva, todas essas eram virtudes que Daphne tentava alcançar, nem que fosse apenas para demonstrar que nem todos os filhos de Ares eram movidos à base da raiva, mas nesse preciso momento? Era difícil. Estava sendo difícil lidar com aquela perda, Flynn era das pessoas mais importantes para a loira naquele acampamento, e por mais que fosse forte, qualquer um tinha seu ponto de quebra. "Está sim, insinuando, quer admita ou não." Apontou com uma das sobrancelhas erguidas e o resto da feição fechada. Maeve insinuava isso quando afirmara que seu patamar para boas pessoas era baixo, ou pelo menos, era isso que transparecia para Daphne. "Tem pavio curto sim, especialmente quando me estou esforçando." A observando limpar as feridas que tinha nos dedos, quase que voltava a sentir seus próprios ferimentos, mas os ignorava, ou então apenas apreciava a dor, era bom sinal ela estar ali. Podia parecer masoquismo, mas precisava sentir algo mais que a dor sentimental. "Era sim, se isso fizer alguma diferença." Murmurou com um pequeno suspiro, se levantando já pronta para sair da enfermaria. Tinha as emoções à flor da pele, e preferia se afastar da filha de Hipnos antes de ter alguma atitude mais insensata. "E mesmo assim alguns não o fizeram, o que isso faz deles?" Perguntou, a atitude alheia a aborrecendo. "Não quero comprar briga com ninguém, já tivemos o suficiente por uma noite, não precisa de se preocupar." Pegando em um rolo de ligadura que tinha ali perto, deixou no colo alheio. "Não me parece precisar de grande ajuda minha, até porque sou péssima com essas coisas e você parece estar fazendo um ótimo trabalho." Piscou o olho com um sorriso forçado antes de se afastar.
MAEVE ERA VORAZ – filha de uma mãe que nunca lhe demonstrou nenhum tipo de amor e a ensinou apenas uma coisa : ganância . a ganância era um rei, e nós ? seus servos humildes. então aprendeu que seu pai era um deus , e resolveu que iria se curvar , sempre com um pé no reino da ambição & outro no monte divino. de qualquer forma, ela não era algo que podia ser parado. imaginou até mesmo, por vezes em febre , em segundos que viraram minutos e então se transformaram em anos - que voltaria do reino dos mortos se assim quisesse. porém agora, duvidava.
enquanto olhava entre seu trabalho nos dedos feridos, ainda tirando pedaços de vidro como podia & as vítimas em dor irreconhecível nas camas - duvidava. seria viver - apenas isto, viver - desafiar os deuses ? só podia ser, pensava ela, atordoada, mas com a face impassível - não deixando transparecer seu medo. uma maldição, e falta de sorte ; pensou que morreria pelo pai mas queria gritar : ' me de mais algum tempo. ' ; covarde.
❛ eu não estou tentando dizer nada, isso saiu da sua boca. ❜ respondeu, se inclinando nas costas da cadeira e sem cerimônia limpando sangue no vestido arruinado. ❛ sua simpatia tem pavio curto, não acha ? ❜ desta vez, virou-se a outra & como relâmpago, lá estava - em um momento um sorriso forçado, pingando sarcasmo como mel quente e no outro, desapareceu, deixando suas feições novamente como uma folha em branco, desprovida de emoção. ❛ é um momento sensível, realmente. era próxima do falecido ? ❜ inquiriu, tanto quanto suavemente, o rosto se contorcendo e depois voltando ao zero, enquanto dirigia sua atenção para as próprias mãos.
❛ valeu, eu acho. mas duvido que muitos não teriam feito o mesmo. você fez. ❜ talvez fosse ela, a ingênua - em querer acreditar que ninguém ali teria coragem de enfurecer ainda mais os deuses. ❛ garota, ❜ suspirou , tombando a cabeça para trás e fechando os olhos por apenas um instante. ❛ se quiser uma briga, arrume com outra pessoa. por enquanto fica na boa, e me ajude a enfaixar as mãos, vamos. ❜
𝐃𝐚𝐩𝐡𝐧𝐞 𝐆𝐫𝐚𝐜𝐞𝐰𝐨𝐨𝐝Daughter of 𝕬𝖗𝖊𝖘; cabin counsellor born from 𝒘𝒓𝒂𝒕𝒉 𝒂𝒏𝒅 𝒓𝒂𝒈𝒆
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