54. REFUGE : for one muse to shelter the other from enemies.
no treinamento, ele se movia com a elegância de quem sabia o que estava fazendo. talvez alguns dos outros técnicos guardassem toda a sua energia para a batalha de verdade, quando estavam diante de um inimigo que queria matá-los, mas lando sempre achou que precisava dar o melhor de si em todos os momentos. em parte, porque não podia decepcionar os seus companheiros, mesmo quando eles não lhe achassem a melhor pessoa do mundo. podia sentir uma hostilidade vinda de jessica que não sabia se merecia, por isso, ser a sua dupla naquele exercício era a oportunidade perfeita sendo apresentada. um segundo perdido em sua cabeça e ele só não foi jogado do outro lado porque a outra lhe protegeu, lançando o seu ataque logo em seguida para acabar com o treinamento. “ olha só, decidiu que eu não sou tão ruim assim? foi o meu carisma natural ou as minhas cantadas? ” perguntou com um largo sorriso no rosto, se divertindo ainda mais quando percebeu que ela estava murmurando algo, provavelmente lhe insultando de mil formas diferentes. “ ah, vamos lá! a gente até forma uma boa dupla ”
lando sabia que larc crimson não era um herói, muito pelo contrário. todo mundo estava naquela ilha porque em algum momento da sua vida havia decidido seguir o caminho da vilania. ainda assim, tinha se surpreendido com a crueldade do líder ao lhe colocar em um mesmo quarto que anthony. não era surpresa para ninguém saber que os dois não se gostavam, qualquer discípulo conseguiria notar a relação explosiva que existia entre eles, e ainda assim, ali estavam, dividindo um mesmo quarto. quase lhe dava vontade de se aposentar apenas para não precisar dividir seu espaço com mais ninguém. lando tentou não pensar em tony enquanto desarrumava a gaveta em sua frente, o que se provou impossível quando ouviu a voz do outro. “ tô só procurando uma forma de te mandar pra longe daqui, mas ainda não achei. deve estar mais pra baixo. ” respondeu sarcasticamente enquanto sua frustração aumentava na medida em que não encontrava a antiga fotografia dos seus pais que sempre guardava no fundo da sua gaveta para os momentos em que sentia falta da sua antiga vida. “ vem cá, você andou mexendo nas minhas coisas? precisamos de uma nova conversa sobre limites? ”
@windwvlker ( 🌪️ )
Uma das razões de Anthony ainda estar com os técnicos e não com os aposentados, era porque ainda tinha muito o que aprender e também colocar em prática. Quer dizer, ele tinha controle sobre os próprios poderes. Podia encostar nas pessoas sem causar danos, e podia copiar os poderes de alguém quando sentia vontade... mas o problema estava justamente no poder dos outros. Tinha que aprender a controlar outros poderes para quando estivesse na batalha. Por conta disso, estava preso nos dormitórios dos técnicos, dividindo um cômodo com alguém que não tinha um bom histórico com Anthony quando ainda sofria nas mãos da Stargate. Na maioria das vezes, sabia ignorá-lo. Mas às vezes ele chegava no quarto e tinha um milhão de perguntas sobre a razão da gaveta de meias do rapaz estar espalhada pelo quarto, tipo agora. — Uh... — Anthony franziu o cenho, cruzando os braços na altura do peito ao observar aquela cena. — O que aconteceu aqui? Um furacão...?
um novo pesadelo lhe acordou no meio da noite. lando vinha perdendo o sono por causa dos sonhos que na verdade eram memórias de quando aquela jornada tinha começado para ele. ele passou a mão pelos cabelos e notou o suor, decidindo sair do quarto na ponta dos pés, não querendo ter uma conversa indesejada antes que pudesse parecer mais apresentável. o banho gelado não lhe trouxe o alívio que desejava, mas, pelo menos, se sentia um pouco mais humano. optando por não voltar diretamente pro quarto (sabia que apenas ficaria virando de um lado para o outro da cama), ele resolveu ver se mais alguém tinha tido a mesma ideia que ele, e logo reconheceu a silhueta de amabel. perdido em seus próprios pensamentos, ele nem percebeu que tinha ficado tempo demais ali ou sido reconhecido. “ foi mal, eu só fique curioso porque não sabia que tinha mais alguém acordado. você tem que me ensinar umas coisas um dia desses ” disse dando uma pirueta que lhe faria ser expulso de qualquer academia de dança. “ também perdeu o sono? ”
starter aberto.
“Mas que inferno…” Reclamou baixo, evitando acordar alguém. Já era tarde da noite e Amabel estava praticando ballet no objetivo de aliviar o estresse, mas seu perfeccionismo fazia com que o momento relaxante se tornasse tenso. As mãos passaram pelo rosto e ela resmungou alto, olhando para sua figura espelho. O ambiente estava escuro, sendo iluminado somente pela luz da lua vindo da janela e ela quase não conseguiu enxergar muse pelo reflexo. Seu corpo deu um pequeno tremor e a loira colocou a destra no peito, checando seus batimentos. “Quer me matar de susto?” Virou-se para muse e com as mãos na cintura, encarou com certa irritação. “O que faz aqui essa hora e há quanto tempo está aí?” Questionou de cenho franzido, um tanto preocupada. Se estivesse ali desde o começo, certamente assistiu todas as falhas de Amabel enquanto dançava. Mas o que mais a deixou intrigada foi o fato de não perceber a presença de outro alguém.
arrest : your muse finds my muse arrested in cuffs with swarming police everywhere.
qualquer pessoa se assustaria com aquela cena. não dava para ter certeza de quantos policiais estavam ali, caídos, com as mãos na garganta, tentando encher os seus pulmões de ar. não era lando quem iria contar, ele estava ocupado demais olhando dentro de cada uma daquela viaturas, procurando pelo seu protegido. um barulho chamou a sua atenção, e ele quase deu risada ao ver scotty gritando o seu nome enquanto batia a cabeça contra a janela do carro. “ estou quase orgulhoso que precisou de todos esses policiais pra te parar. ” tirou o rapaz dali de dentro e soltou as suas mãos com a ajuda da chave que estava no bolso do oficial caído perto deles. passou o braço ao redor dos ombros de scotty e lhe deu um cascudo de brincadeira. “ normalmente eu te daria parabéns pelo seu encontro ter acabado com você em algemas, mas visto que eu te resgatei do banco de trás de um carro da polícia, preciso saber a história inteira. ”
[ 𝐒𝐓𝐈𝐍𝐊𝐘 ] ― sender and receiver walk through the sewers to escape capture / avoid detection / chase someone
“ isso tudo poderia ter sido evitado se você tivesse me escutado! ” lando praticamente gritou, querendo enforcar a sua companhia enquanto os dois tentavam andar por aquele esgoto. um confronto com um grupo de heróis tinha visto os dois rivais unirem forças, ainda que eles não parecessem trabalhar bem em equipe. pelo menos, naquela equipe. “ ele só teve tempo de entrar nessa nojeira porque você estava distraído demais se certificando de que eu não enfiaria uma faca nas suas costas. e quer saber? eu adoraria ter uma faca bem afiada, nesse momento. ” reclamou pela milésima vez, tentando arrancar alguma reação de tony. quase queria que o outro lhe desafiasse para uma briga bem ali, esqueceria a missão em dois segundos por uma chance de deixá-lo sem ar. “ que m*rda! literalmente. e esse sapato ainda era novo! ”
👥 ― a memory involving a friend.
lando só queria acordar daquele pesadelo. mesmo depois de todos aqueles anos de contrato com a stargate, sendo conhecido pelo público, não conseguia adivinhar o que eles queriam. por muito tempo, reclamaram do seu silêncio, lhe massacraram pelo apoio oferecido à quem ele deveria odiar. e agora, depois de mostrar de qual lado estava, os ataques tinham se multiplicado. ele não sabia o que fazer, como lidar com tanto ódio. vestiu um capuz e saiu correndo na chuva, desviando das pessoas que protestavam na frente do seu prédio, e tomando o caminho conhecido da casa de hunter, alguém que ele considerava como um dos seus amigos mais próximos. não sabia o que lhe diria, ou o que esperava ouvir. mas definitivamente não imaginou que o outro fosse abrir a porta e imediatamente soltar um grito de terror, se encolhendo em um canto da sala, suplicando pela sua vida. era difícil suportar a desconfiança do público, mas o golpe de descobrir que as pessoas que ele amava e que sempre considerou como família, agora lhe enxergavam como um monstro. tentou falar, se aproximar, garantir que não havia perigo, mas seu amigo apenas soluçou, começando a se tremer. um vizinho abriu a porta, estranhando o barulho, e o hunter aproveitou para lhe pedir socorro. lando saiu dali o mais rápido possível, temendo a terrível descoberta de que nem mesmo seus amigos queriam lhe ajudar.