ONCE UPON A TIME 4.09, Smash the Mirror
lando cruzou os braços, desejando que aquela conversa terminasse o mais rápido possível. sabia que podia ter encurtado aquela interação se tivesse sido honesto logo de início, mas aquele não era o tipo de postura que gostava de adotar quando estava na frente de anthony. tinha tirado um peso das costas no momento em que percebeu que não precisava fazer o outro vilão gostar dele. “ você podia se aposentar. ou, sei lá, cair em um buraco e nunca mais voltar ” sorriu com a possibilidade de não ver mais o outro rapaz, mas logo voltou para a sua busca. sabia que era inútil continuar procurando quando já tinha revirado aquela gaveta dez vezes, mas continuava com aquele pingo de esperança de que tinha deixado algo passar. no entanto, as próximas palavras de tony fizeram lando congelar. “ eu... ” começou a dizer, sem saber exatamente o que poderia falar. depois de tudo o que a stargate fez com ele, lando sabia que tinha sigo injusto com seu colega de quarto, tinha protegido o legado de uma empresa que não tinha feito nada além de destruir a vida dos seus heróis, e ainda assim, era incapaz de tentar construir uma ponte para salvar aquela relação. “ quem sabe, talvez você esteja tentando gabaritar o código penal. além disso, nós somos vilões, esqueceu? uma ficha criminal longa é uma dádiva. só espero que você não esteja planejando um sequestro, não tenho certeza se a minha família pagaria o resgate. ” parou por alguns segundos, pensando se deveria ser sincero mesmo e dar alguma informação ao outro. “ um porta retratos. é besteira, mas eu... enfim, como eu disse, besteira. ” falou sem jeito, tentando parecer não se importar.
Anthony bufou com a resposta de Lando. Era sempre impossível ter uma conversa com o cara; e muitas vezes essa dificuldade vinha de Anthony também. Quando não estavam ignorando a presença do outro, uma simples questão sobre o quarto que dividiam muitas vezes podia virar uma discussão. — Muito gentil da sua parte, eu adoraria ir para algum lugar que não tenho que dividir com você. — Anthony respirou fundo, indo até a sua parte do quarto, que pelo menos parecia intocada. Não queria se entender nem um pouco mais, não só porque Lando podia irritá-lo, mas também porque estava cansado. Havia acabado de chegar de um treino e ainda podia sentir na ponta dos dedos o poder de pirocinese de um extraordinário que copiou mais cedo. Quando Lando voltou a falar, no entanto, Tony sentiu aquela irritação tão familiar retornar, olhando pra ele de novo em confusão. — O que? — Cruzou os braços, concluindo que Lando ainda não encontrou o que procurava. — Espera... Isso é engraçado. — Tony soltou um riso sarcástico, mesmo sem achar graça. — Primeiro, você me acusa de ser um assassino e agora sou um ladrão? — Anthony podia tentar fingir que podia aguentar as acusações, mas lembrar-se da época em que sofreu nas mãos da Stargate quando seu irmão morreu ainda pesava em seu peito. Rolou os olhos, sabendo que era melhor tentar acabar logo com isso. — Fala logo o que você perdeu.
54. REFUGE : for one muse to shelter the other from enemies.
no treinamento, ele se movia com a elegância de quem sabia o que estava fazendo. talvez alguns dos outros técnicos guardassem toda a sua energia para a batalha de verdade, quando estavam diante de um inimigo que queria matá-los, mas lando sempre achou que precisava dar o melhor de si em todos os momentos. em parte, porque não podia decepcionar os seus companheiros, mesmo quando eles não lhe achassem a melhor pessoa do mundo. podia sentir uma hostilidade vinda de jessica que não sabia se merecia, por isso, ser a sua dupla naquele exercício era a oportunidade perfeita sendo apresentada. um segundo perdido em sua cabeça e ele só não foi jogado do outro lado porque a outra lhe protegeu, lançando o seu ataque logo em seguida para acabar com o treinamento. “ olha só, decidiu que eu não sou tão ruim assim? foi o meu carisma natural ou as minhas cantadas? ” perguntou com um largo sorriso no rosto, se divertindo ainda mais quando percebeu que ela estava murmurando algo, provavelmente lhe insultando de mil formas diferentes. “ ah, vamos lá! a gente até forma uma boa dupla ”
PALAVRAS: seu muse tem jeito com as palavras?
sua necessidade de fazer as pessoas gostarem dele fez com que lando aprendesse a usar as palavras certas para alcançar o seu objetivo, seja flertando ou apenas oferecendo algum apoio. quando é necessário, consegue mudar para se adequar. é como diz a música tema dele, lando é uma mirrorball.
👥 ― a memory involving a friend.
lando só queria acordar daquele pesadelo. mesmo depois de todos aqueles anos de contrato com a stargate, sendo conhecido pelo público, não conseguia adivinhar o que eles queriam. por muito tempo, reclamaram do seu silêncio, lhe massacraram pelo apoio oferecido à quem ele deveria odiar. e agora, depois de mostrar de qual lado estava, os ataques tinham se multiplicado. ele não sabia o que fazer, como lidar com tanto ódio. vestiu um capuz e saiu correndo na chuva, desviando das pessoas que protestavam na frente do seu prédio, e tomando o caminho conhecido da casa de hunter, alguém que ele considerava como um dos seus amigos mais próximos. não sabia o que lhe diria, ou o que esperava ouvir. mas definitivamente não imaginou que o outro fosse abrir a porta e imediatamente soltar um grito de terror, se encolhendo em um canto da sala, suplicando pela sua vida. era difícil suportar a desconfiança do público, mas o golpe de descobrir que as pessoas que ele amava e que sempre considerou como família, agora lhe enxergavam como um monstro. tentou falar, se aproximar, garantir que não havia perigo, mas seu amigo apenas soluçou, começando a se tremer. um vizinho abriu a porta, estranhando o barulho, e o hunter aproveitou para lhe pedir socorro. lando saiu dali o mais rápido possível, temendo a terrível descoberta de que nem mesmo seus amigos queriam lhe ajudar.
um novo pesadelo lhe acordou no meio da noite. lando vinha perdendo o sono por causa dos sonhos que na verdade eram memórias de quando aquela jornada tinha começado para ele. ele passou a mão pelos cabelos e notou o suor, decidindo sair do quarto na ponta dos pés, não querendo ter uma conversa indesejada antes que pudesse parecer mais apresentável. o banho gelado não lhe trouxe o alívio que desejava, mas, pelo menos, se sentia um pouco mais humano. optando por não voltar diretamente pro quarto (sabia que apenas ficaria virando de um lado para o outro da cama), ele resolveu ver se mais alguém tinha tido a mesma ideia que ele, e logo reconheceu a silhueta de amabel. perdido em seus próprios pensamentos, ele nem percebeu que tinha ficado tempo demais ali ou sido reconhecido. “ foi mal, eu só fique curioso porque não sabia que tinha mais alguém acordado. você tem que me ensinar umas coisas um dia desses ” disse dando uma pirueta que lhe faria ser expulso de qualquer academia de dança. “ também perdeu o sono? ”
starter aberto.
“Mas que inferno…” Reclamou baixo, evitando acordar alguém. Já era tarde da noite e Amabel estava praticando ballet no objetivo de aliviar o estresse, mas seu perfeccionismo fazia com que o momento relaxante se tornasse tenso. As mãos passaram pelo rosto e ela resmungou alto, olhando para sua figura espelho. O ambiente estava escuro, sendo iluminado somente pela luz da lua vindo da janela e ela quase não conseguiu enxergar muse pelo reflexo. Seu corpo deu um pequeno tremor e a loira colocou a destra no peito, checando seus batimentos. “Quer me matar de susto?” Virou-se para muse e com as mãos na cintura, encarou com certa irritação. “O que faz aqui essa hora e há quanto tempo está aí?” Questionou de cenho franzido, um tanto preocupada. Se estivesse ali desde o começo, certamente assistiu todas as falhas de Amabel enquanto dançava. Mas o que mais a deixou intrigada foi o fato de não perceber a presença de outro alguém.
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