após anos trabalhando com atuação, hunter possui um costume lidar com mentiras e histórias criadas e facilmente manipuladas. ele era bom até demais em explanar falsidades, algo que se tornou prática em seu dia a dia. na maior parte do tempo, era incompreensível a ele que outras pessoas fossem incapazes de manipular a verdade para seu próprio beneficio. pensar em como poderiam ser tão inúteis era algo que não saia de sua mente. ❛ vocês tem que aprender a responder o que eles querem de uma maneira bonita. ❜ mesmo depois de anos, nunca havia dito uma palavra errada. hunter era consistente em sua história e mesmo assim deixava repórteres com sorriso no rosto. ❛ não foi nada fácil na floresta, mas eu não sei de nada. não foi culpa minha o que aconteceu com ethan e nem o que aconteceu com o delegado. eles eram boas pessoas. os admirava. ❜ apresenta uma atuação porca e suja que com certeza não lhe daria um oscar, mas o tirou da prisão. a única coisa que ainda o incomodava é o cárcere privado naquela cidade. ❛ você realmente está acreditando em uma teoria da conspiração, nicholas? não esperava isso de você. ❜ tenta segurar a risada mas é incapaz. hunter se surpreende como todos tratam aquilo como se fossem parte de uma seita, quando o que aconteceu foi simples. fizeram o que fizeram para sobreviver, nada mais. ❛ pensei que teria aprendido depois de todos esses anos. ❜
open starter, timeline atual - pós acidente.
A cidade estava imóvel naquela hora do dia em que até os sons pareciam conter a respiração. Era madrugada e Nicholas estava observando o túmulo de Ethan. Não havia ninguém por perto ou pelo menos era o que ele pensava, até ouvir passos leves sobre a brita. Ele não se virou. Apenas acendeu o isqueiro e deixou a chama acender por nada, por hábito. Sentiu MUSE se aproximando ao lado dele e ele não falou por um tempo. — Parece que não vão parar de nos perguntar as mesmas coisas. — A voz disse, neutra, sem nome, sem peso. — Como se repetir a pergunta fizesse a resposta mudar. — Nicholas passou a mão no rosto. O cansaço começava a parecer parte de sua pele. — Eles querem uma história que caiba no que sabem do mundo e tenho a desconfiança de que logo estaremos como ele. — Apontou para a lápide do antigo colega agora morto. — O delegado não merecia aquilo. — Era mais uma constatação do que um julgamento. — Mas acho que isso é só o começo.
❛ tão agradável como na noite em que você me deu um soco. ❜ pode dizer que não ousa deixar que a piada se escape de seus lábios. anos atrás viviam a ponto de um assassinato. como traumas poderiam mudar as coisas assim? hunter recusa a sair de perto do próprio carro, permanecendo encostado enquanto a avalia, garantindo que está inteira após todo o caos ocorrido nos dias anteriores. ❛ me inspirar? só se foi para um filme de terror. mortes, falta de luz e ataques? ❜ os últimos dias da cidade haviam sido... estranhos para dizer o mínimo. ❛ infelizmente para você, continuo bem vivo e saudável. ❜ se aproxima, fingindo não ligar para a mulher a sua frente. mesmo assim, quando ela o abraça, hunter retribui, sentindo certo alivio de cassandra continuar a mesma. ❛ eu não ia tocar no assunto mas... isso é uma confissão de assassinato? porra, deveria ter trago meu gravador. ❜ a belisca de uma forma leve, como uma criança travessa. sabia que ela não havia feito aquilo. mas também se recusava a ser uma pessoa totalmente agradável, aquilo poderia prejudicar sua imagem. ❛ se tivéssemos luz, eu iria te levar para um café. mas sabe, você que é moradora desse fim de mundo. alguma recomendação? só quero um lugar para esquecer que além de reféns, estamos sem água quente. ❜
sempre tão agradável , qualley . a modulação do timbre é reconhecível — embora esteja longe de ser palatável . é cômico como uma presença displicente inebria a ambiência e , sejamos sinceros , o homem não é a personificação da bonança . veio ' pra cá para se inspirar ? não é novidade que ele parece sorver , verossímil a um buraco negro , o resquício de boa ventura que tem . pensei que o seu próximo filme seria uma bibliografia póstuma . desta vez , porém , esboçou um sorriso jocoso e legítimo ao examiná-lo com atenção . não se retém a observar o cenário a volta , quiçá a presença célebre de um ator — não é uma opinião particular ; apenas reflexo do que lê nas manchetes — cative atenção da mídia . vai pegar bem ' pra você , qualley ? nosso herói com uma assassina . sibilou , o riso soturno , quando quebra a distância em um abraço firme . quando mais nova não hesitaria em esganá-lo , ceifar aquele sorriso oblíquo e libertino . ' pra onde a gente vai ? afastou-se , tão logo quanto se aproxima , para abrir a porta do carro .
embora finja esconder bem, existe uma coisa que hunter tem igual ou até mais que os outros rondando pelo seu corpo. o medo. uma sensação forte e paralisante, o qual fazia ser um pouco mais otário que o normal. não queria parecer fraco ou indefeso. não queria deixar que achasse que cairia para qualquer merda. mesmo assim, a imagem de mila aparecia em sua mente a cada fechar das pálpebras. não conseguia esquecer, não conseguiria esquecer nunca. não importaria quantos anos passassem. sabe que soa suspeito quando admite, mesmo que em silêncio, seus próprios surtos. mas não há o que fazer além disso. ❛ só estou dizendo que não sou culpado de merda alguma. ❜ até mesmo a falta de ar faz parte do seu eu, repleto de pensamentos que consideravam: e se for o próximo. ❛ ela deve ter feito isso. não tinha uma visão tão boa. ❜ deixa no ar como se a conhecesse, mas no fim, nenhum deles enxergava bem nas noites escuras e com a mente chapada com chá. ❛ se você contar pra alguém disso eu acabo com você. ❜ não se trata de uma ameaça vazia, mas ao mesmo tempo é domado pelo medo de ser culpado. se o tratassem como tal, qual seria o próprio fim? ❛ não sou de contar meus segredos. ❜
⊱ é incapaz de mensurar uma realidade onde a morte não carregue um peso esmagador, ainda mais quando era tão… trágica e inesperada — claro que ali cada dia mais a certeza do resgate era engolida pela perspectiva de um desfecho sepulcral, mas ainda assim se tratava de um impacto significativo. se pega pensando se… poderia ser evitado, e então suas mãos tremem porque, se a resposta fosse positiva, ele havia deixado a chance de poupar uma vida em prol da luxúria, cara, relaxa. nem disse nada. talvez outra pessoa além deles havia murmurado — havia aprendido a sua lição sobre sussurros na semana anterior —, mas certamente não é de si que parte o julgamento. acho que ela tentou correr da porra do urso. o que em si só já é caricato ‘pra caralho — uma morte sangrenta que ninguém notou e um ataque de urso no curto espaço de tempo do amanhecer. ah, falou como um assassino, mas sorte que eu não sou juiz de nada. tenta resgatar estatísticas, relatos que já havia lido sobre assassinos voltando para cenas de crimes, mas sua mente está ocupada demais com a ideia insistente de que não precisava ter sido daquele jeito. quem? indaga em curiosidade genuína.
timeline passada.
existe um sentimento que percorre todo o corpo e o atormenta. hunter nunca sentiu medo antes, sempre teve conforto o bastante para não sofrer com isso. mas depois da forma que encontrou mila, algo mudou. ele não tinha o objetivo de procura-la, muito menos se importaria com a falta da presença da garota. o problema foi a forma em que tudo aconteceu. como mila havia chegou ali? quem, ou o que, tinha feito aquilo com ela? hunter não deixa transparecer, por fora continua o mesmo idiota de sempre, mas por dentro... ❛ é claro que eu não tive nada haver com a morte dela só porque a achei. lá tenho cara de assassino? ❜ hunter deixa com que um suspiro pesado escape, resultado de sua própria indignação. era um completo babaca, mas não um matador de aluguel. ❛ melhor não responder. eu não tive nada haver com isso. se fosse matar alguém, com certeza não seria ela. ❜
mal entendia porque uma professora estava dando as coordenadas a eles. eram adultos o bastante para fazer o que bem quisessem com suas vidas, hunter não precisava de uma babá. um baile? que tipo de bobagem era aquela? quando ouve a ideia pela primeira vez, revira os olhos com vontade, agora não é diferente. ❛ sou do time organizacional. ❜ é a resposta que dá para evitar conflitos. prefere não explanar que sai para falsas caçadas, onde a única coisa que consegue buscar são amoras e um bom descanso. ❛ suco? deveríamos fazer um ponche alcoólico. aposto que mais de uma pessoa trouxe na mala. ❜ há certo sorriso sarcástico que passa por sua boca. ilusão seria achar que adultos desejariam suco ao invés de uma boa mistura com vodca. podia falar por si. ❛ ajudar na busca de... flores? uau. você sabe que essa parada de baile não vai rolar, não é? parece uma piada. ❜ não mede palavras para dizer o que passa por sua mente, por mais cruel que possa parecer ser.
open starter : timeline passada .
sente um arrepio passar por seu corpo . em sua mente , ainda se recorda dos dias passados , do terror no rosto de todos , no jovem basil em seus braços . a sua ideia posterior não foi só para auxiliar os mais jovens . não , o seu próprio eu precisava manter a cabeça longe de todo o resto , focar em algo que a salvaria — mesmo que por alguns dias apenas . ⸺ então , você é do time frutas ou do time caça ? pergunta , enquanto pensa em pegar algumas flores para deixar o ambiente mais harmônico . aquela casa abandonada era demais para si . ⸺ pensei em bater algumas frutinhas com a água , estou sentindo falta do sabor dos sucos . comenta , apenas para deixar o ambiente mais leve . é isso que ela tem tentado desde o começo : deixar a paz reinar . deveria ser tão difícil ? ⸺ ah , você me ajudaria na busca de flores ? acho que vai colaborar com nossa decoração .
hunter pouco ligava para o que os outros faziam para sobreviver, desde que fizessem algo. era o tipo de pessoa que apenas desejava que tudo fosse resolvido e que, preferencialmente, não precisasse sujar suas mãos para isso. desde o acidente, pouco havia feito pelo grupo e carregava certo orgulho disso. era melhor do que gastar sua preciosa energia ou acabar ferindo seu caro corpo. ❛ mas parece decente. está de parabéns por isso, até que você conseguiu fazer algo útil. ❜ há acidez na fala que escapa pelos seus lábios e estala de uma forma ríspida. hunter mantém o sorriso ordinário em sua própria boca, sem temer a possibilidade de machucar ao próximo.
timeline passada
Muitos ficaram admirados quando Theresa se voluntariou para ajudar nas janelas, mas ela sabia algumas coisas que os outros não sabiam. Por ter ajudado imenso na catequese e feito peças de teatros para as crianças, ela sabia alguns segredos artisticos que poderiam ajudar mesmo com os poucos materiais disponiveis. Ela sabia que as janelas poderiam precisar de mais cobertura do que as tábuas, então criou um tipo de lama em que iria proteger e com cuidado, tapava os buracos que poderiam fazer entrar o frio "Infelizmente isto é temporário, vou ter que fazer isto novamente mais para a frente."
❛ aquela árvore está se movendo ou é impressão minha? ❜ sopra contra o ar da noite que cai em seu corpo. as coisas pareciam fora do lugar, como se algo o tomasse a cabeça e controlasse seu corpo sem que pudesse interferir. o coração acelerado, vítima do chá que ingeriu a pouco. ❛ essas coisas não deveriam acontecer, você sabe. ❜ olha fixamente, os olhos sem ousar se mexerem para que visse libby. de alguma forma, hunter sabia que ela estava ali, não precisava de confirmação. ❛ alguma coisa está errada aqui. ❜
@livsuzuki
hunter pouco acreditava naquela bobagem que havia acontecido noites passadas. espíritos eram coisas que adolescentes acreditavam, não adultos funcionais. ainda achava que aquele cara tinha fingido tudo por atenção. é o mínimo que parecia diante toda a situação. estavam presos a tempo o bastante para que alguns sentissem falta da mamãe e do papai e causassem todo aquele show para serem paparicados. idiotas dos completos. ❛ você não vai acreditar nessa palhaçada, não é? ❜ a cara é franzida ao que ouve tais falas, se ouvisse alguém mais dar razão aquela história preferia acabar na selva sozinho do que se manter naquela casa. ❛ estava na cara que era fingimento e não obra de espíritos vingativos. ❜ revira os olhos porque mais idiota que um baile, era acreditar que um espírito vivia no sótão só porque acharam um corpo lá. hunter não estava nem um pouco preparado para viver com pessoas tão inocentes assim. ❛ quando eu sair daqui eu vou contar a todos como algumas pessoas se fizeram de doidas só porque era conveniente. a gente só tá preso no caralho de uma floresta, não em um filme de terror. ❜
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Angelina saiu ainda era cedinho da cabana. O céu parecia um pouco menos fechado, o que, para Angelina, já era uma vitória. Sentou-se em uma pedra úmida próxima ao lago, onde a névoa ainda se agarrava às bordas da floresta. Olhou ao redor antes suspirar. — Tá... então agora fantasmas e espíritos brincalhões fazem parte do cronograma. — Murmurou para si, com um meio sorriso que era mais cansaço do que sarcasmo. — A gente tá há dias sem comer direito, dormindo mal no meio de uma cabana podre e a explicação mais lógica que as pessoas encontram é espírito brincalhão. — Ela sabia que todos estavam se agarrando ao que podiam: distrações, rituais, teorias malucas. O ar estava mais denso mesmo, ela não podia negar. Mas ainda assim, sua mente gritava por lógica. Aquilo era trauma, medo coletivo. Uma brincadeira mal colocada no meio do cansaço e da fome. Por isso nem percebeu quando MUSE se aproximou, a ouvindo falar sozinha enquanto tentava encontrar um pouco de razão naquela loucura. — Eu juro que vou escrever um artigo sobre histeria coletiva se a gente sair dessa, mas até lá vou anotar o cardápio. Entrada: berries da floresta. Prato principal: urso flambado ao desespero. E sobremesa: teorias conspiratórias. — Ela riu de leve, não zombando, mas tentando aliviar o peso. Sabia que zombar da dor dos outros não adiantava, mas às vezes o humor duvidoso era a única âncora possível e até então achava que estava sozinha.
o maior problema que possuem ali é que hunter não é apenas um otário, como também é impulsivo e inconsistente. ele não mede forças para conseguir o que quer, principalmente se estão o contrariando. cassandra não é o tipo de pessoa que lhe põe medo, muito menos que lhe passa alguma autoridade. e por isso se garante que não é o tipo de mulher que faria com que o homem fizesse algo ali. ❛ eu sirvo para muitas coisas, cassandra. posso até te mostrar se pedir direito. ❜ a principio deseja provocar e irritar. sente falta das brigas, intrigas e desavenças que possuía na faculdade simplesmente por existir. ❛ se não sirvo para nada, porque está aqui implorando meu auxilio? ❜ nunca havia sido alguém de boa índole, todos sabiam que era um desgraçado e mesmo assim seguiam seus desejos, não era sua culpa. ❛ já que não está aqui pra falar dessa merda de baile, ganhou um ponto no meu conceito. está de parabéns. ❜ até mesmo as palmas são batidas de uma forma atuada. sempre soube que era um ator nato, nascido para telas, não havia como se esconder. ❛ que tal ir encher a paciência de outro?! porra, cassandra. só tem eu nessa merda de floresta?! ❜ bagunça os cabelos, irritado. é óbvio que ele não colaborava por própria escolha. por que ela tinha que vir tirar sua paciência? ❛ bancar o enfermo. então deveria quebrar a porra da perna, não é? que aí você me daria um momento de paz. ❜
a carência de um juízo apurado fê-la perder o rumo . a cólera transparece , nítida e tangível , no cintilar das írises ante o dilatar perante a ousadia de lhe segurar . é de sua essência pacificar e acalentar — além de ser o tipo que separa , não quem provoca uma discórdia . embora não seja a opção mais adequada para intitular , afinal o filho da puta ali é hunter qualley . quem quer sobreviver às custas de terceiros e , pior ainda , esbanja daquela personalidade pútrida que lhe causa calafrios . reconhece uma criatura mentecapta quando está diante de uma ; o próprio reflexo daquilo que jaz em sua psiquê . o riso , destituído de rejúbilo , ressoa diante o puxar do punho de forma arredia . não quer chamar atenção para a cena estúpida — ninguém precisa de um viés de discórdia em meio a tanta perturbação . você só não quer admitir que não serve ' pra porra nenhuma . as palavras cáusticas sibilam em uma pronúncia pausada , quase impecável , não fosse o tremular do corpo que explode em adrenalina . quem falou sobre baile ? não espera que ele , um tremendo narcisista , fosse compreender a importância do acolhimento de terceiros . é ? ah , mas você adora ser um folgado . quer tudo de mão beijada . não o conhece além da insignificância de um nome ; este que lhe incita repugnância e certo asco palatável . e você não está numa porra de casa de repouso ' pra bancar o enfermo .
se hunter era irritante por natureza, com adalind ele o fazia por prazer. nada mais divertido do que a ver com aquele rosto todo sério para si, pronta para xinga-lo a qualquer momento daquela conversa. ❛ se cuidar de mim, você pode até me acertar. quem sabe eu não ligue. ❜ acaba deixando a provocação no ar, enquanto se esticava para caminhar até ela. se podia entender de uma coisa, era como deixa-la brava pelo simples. se tratando de ada, as coisas eram ainda mais fáceis. quem sabe, a história pregressa entre os dois ajudasse, ou talvez, só poderia ser a pessoa mais difícil de lidar dali. votava nos dois. mas em principal votava em que talvez, não fosse uma pessoa tão ruim assim, afinal ela ainda estava do seu lado. ❛ eu sei reconhecer meus defeitos. isso me faz uma pessoa muito boa. ❜ ou um idiota consciente. quem saberia?
o corpo permanece perto ao dela mesmo após jogar a água. sente o momento o qual adalind é atingida com a água e pode sorrir com divertimento. ❛ oito anos e meio, docinho . ❜ entretanto a maior diversão é ser atingido de volta. a pele desnuda do tórax arrepia e hunter volta a ataca-la com a água, em uma reação instantânea aquela brincadeira. aquele momento, não mantinha a casca azeda que sempre possuía, era só ele sendo quem pretendia ser em segredo e nada mais. ❛ só eu fiz isso? ❜ mas agora, quando adalind joga água contra si, ele se aproxima e a segura, deixando o braço alheio preso contra sua mão. o homem deixa uma carícia no local, certa pressão ao sentir a pele alheia. ❛ um salmão gigante... posso resolver depois. ❜ não, ele não podia. mas não se importava em mentir mais um pouco do usual. ali, pelo menos não fazia mal a ninguém. ❛ para o baile? ❜ o olhar curioso estampa seus olhos. ❛ essa é sua maneira de me convidar? ❜
a dualidade que hunter trazia para si a irritava profundamente — por um lado, sorria com as coisas idiotas que ele dizia e tentava protegê-lo assim como fazia com todos aqueles com quem se importava; por outro, adalind sentia que precisava de grande força para alinhar seus chakras e não querer acertar um soco em hunter. esses sentimentos pareciam ter aflorado desde que caíram na floresta. “ você tem muita sorte, isso sim. por eu não querer acertar seu pé com essa lança. sabe, sem querer, querendo. ” respondeu com o bom humor que puxou de seu interior. a careta para o apelido brega era de divertimento. bom saber que algumas pessoas não mudaram ou perderam seus costumes por estarem ali. de certa forma, ficava grata por tê-lo ali, pois era como ter um pedaço de casa, de sua vida normal naquele inferno. “ sabe, eu só não acho que você é um idiota completo porque você reconhece que é um chato. ” o balançar de ombros foi leve, um falso desdém que ela não tinha por ele. chega a olhá-lo após o leve baque, irritada por ter sua concentração interrompida.
“ cala a … ” parou ao sentir a água gelada em contato com seu corpo, dando um grito abafado de surpresa. “ você tem quantos anos? oito?! ” cravou a lança no chão ao seu lado, cruzando os braços com uma expressão de seriedade antes de erguer a perna direita num movimento rápido, jogando água nele. sorriu, quase travessa, e se virou de costas para ele, vendo que sua possível pesca havia fugido. “ que porra… ah, olha só o que você fez! ” virou-se novamente para ele, jogando mais água no rapaz, apesar de saber que tinha sua parcela de culpa naquelas águas agitadas. “ você me deve um salmão gigante, qualley! ” planejava levar aquilo para o baile, contribuir para não comerem apenas frutas e raízes. “ mas eu aceito uma companhia irritante para o baile como pedido de desculpas. ” sugeriu casual, apesar do nervosismo. era um baile no meio da floresta, com sobreviventes de um desastre como convidados, mas ainda assim era um baile e adalind não era lá muito habilidosa com eventos desse nível.
𝑤𝘩𝑦 𝑑𝑜 𝑤𝑒 𝐚𝐥𝐰𝐚𝐲𝐬 𝑔𝑜𝑡𝑡𝑎 𝑟𝑢𝑛 𝑎𝑤𝑎𝑦.ᐣ 𝐡𝐮𝐧𝐭𝐞𝐫 𝐪𝐮𝐚𝐥𝐥𝐞𝐲 , 𝑡𝘩𝑖𝑟𝑡𝑦-𝑠𝑖𝑥⠀,⠀ 𝐟𝐨𝐱⠀.
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