FLASHBACK. "Pelo menos eu sou um pouco mais irônica que cruel." Ainda sim, tinham vários lados da personalidade que não se orgulhava, principalmente quando tratava-se em devolver na mesma moeda ou conseguir o que queria. Já tinha demonstrado mais de uma vez que fazia o que ansiasse, independente de quem machucasse. Claro que havia aqueles com quem se importava mais do que os outros e, naturalmente, os protegia constantemente, mas, lá no fundo, Anastasia achava que até mesmo para esses havia uma condição. "Tudo bem. Eu sei que..." Mordeu o lábio inferior por um segundo, pensando nas palavras mais apropriadas. "Pode não ser muito fácil." Ainda sim, desviou o olhar para outro lugar que não fosse o semideus. Anastasia ainda achava uma tarefa excessivamente difícil falar sobre o término, já que tinha sido um grande surto de sua parte. Mesmo que tivesse falado que tinha superado os sentimentos conflitantes que vinham com o seu poder, tinha demonstrado que não passava de uma grande mentira da sua parte. Independente dos esforços, o final do namoro tinha sido o mesmo do anterior. Era uma farsa. Um pequeno sorriso apareceu nos lábios dela com o apelido. Fazia tempo que não o escutava, mas trazia algumas boas memórias. Lembrava-se de tempos mais fáceis, que os braços de Ray ao seu redor faziam com que se sentisse um pouco melhor quando estava com as emoções a flor da pele. Naquele turbilhão de emoções, pareciam se entender. "Eu sei disso, mas você está aqui, no final das contas." O que já era o suficiente, pelo menos por enquanto. A vida de semideuses era tão cheia de perigos que, de vez em quando, pegava-se pensando que era uma sorte sequer estarem vivos. Era por isso que passavam a vida treinando: para ter, se tudo desse certo, um futuro. Mesmo que não estivesse mais juntos, desejava que o filho de Zeus tivesse aquilo: um amor para chamar de seu, uma casa, uma família. Merecia tudo de bom. "Vamos só ficar assim por um tempo." Encostou a cabeça no peito dele, absorvendo a música e a lentidão do momento. Os olhos fecharam-se como se desejasse aproveitar só mais um minuto.
FINALIZADO.
Uma coisa era arrancar palavras ofensivas e resmungos nada galantes. Raynar estava acostumado, e deveras ansioso, para o embate verbal diário com a ex-namorada. Internamente, gostava de dizer que era para manter seu próprio vocabulário em dia. Mudar o estado de poucas palavras (e pokas ideias) para um menos taciturno. Não se importando de cair na área do hostil. Então, você pode imaginar o triunfo no rosto do filho de Zeus quando a reação de Anastasia foi física. O rubor fazendo girar o bracinho do eu interno, com direito a pulinhos. “ 🗲 ━━ ◤ Nós dois sabemos disso. Um reconhece o outro, não? ◢ Mas aquele tom... Aquele tom juntou as sobrancelhas num franzir de dúvida. Não tinha ido assim... Longe demais... A frase utilizada lembrava dos momentos íntimos, sim. Mas era motivo de vergonha? Não eram para ser discutidos entre eles? Raynar repassou o volume da própria fala, dos arredores. É, não tinha ninguém ali para ficar bisbilhotando. E, por parte de Dionísio, se preocupar com ele é o mesmo de ficar paranoico com todos os outros que vigiavam seus passos (buscando fofocas de suas vidas monótonas). Deu-se o veredicto: inocente. “ 🗲 ━━ ◤ Sinto muito. ◢ Poucas palavras, grandes reverberações. Raynar revirou os olhos e respirou profundamente. O copo ficando mais interessante do que se aprofundar no complexo pensamento feminino, que colocava ocasiões sociais num nível absurdo. Tanta pressão para danças sobre saltos agulhas? Porque era isso que mais impressionava, fazer tudo escolhendo aquele desconforto declarado. A sede não era enorme, mas secou o copo em alguns goles. Dionísio não o ouviria agora, pensou ao colocar as pedras de gelo dentro da boca. Mastigando. “ 🗲 ━━ ◤ Não é por causa disso? Você me conhece, firecracker. Eu não gosto disso. Disso. Disso. ◢ Apontou para a festa, apontou para a concentração de pessoas e apontou para si. Espaços abertos com muitas pessoas e pouco espaço para manobra? Nem precisava pescar missões antigas para saber que nunca dava certo. Não com semideuses e ainda menos com uma fenda aberta para o submundo. Porém, sua voz deve ter se perdido na diferença de altura entre eles. Por quê? Porque ele a seguia sem fazer resistência, caminhando tal qual um homem pronto para ajudar o carcereiro a colocar a forca ao redor do pescoço. “ 🗲 ━━ ◤ Nem tudo se resolve com uma dança. ◢ A respiração do filho de Zeus ficou profunda e baixa, a postura um tanto mais esticada. Ele ia morrer, sim. Ou cairia por terra cada um que mantivesse o olhar em si por tempo demais, afinal, seu olhos azuis escureciam... E não tinham um pingo de simpatia quando parou na pista de dança. Não queria, mas curvava a coluna e encaixava a mão na cintura. A mão erguida para o apoio e ele chorando por dentro, lançando adagas para Anastasia que parecia satisfeita demais quando deu o primeiro passo sacrificado para a música lenta. “ 🗲 ━━ ◤ Você me deve tanto... Tanto. ◢
A ansiedade e excitação de Melis eram quase palpáveis, e Anastasia sentiu a mesma empolgação ao ver a amiga tão animada. Ela podia entender bem a atração pelos dracmas, uma vez que ainda desejava um pouco mais. Quando Melis sugeriu bater na porta, Anastasia riu suavemente. "Sim, acho que seria uma abordagem educada." Seu tom foi cheio de brincadeira e compreensão. "Fantasmas, ou quem quer que esteja aqui dentro, certamente apreciariam um aviso prévio. Eu gostaria." Deu de ombros, já que era uma verdade. Tecnicamente, estavam invadindo onde outros moravam. Enquanto Melis dava uma leve batidinha na porta e aguardava, Anastasia deu uma olhada rápida ao redor, mantendo a postura relaxada, mas atenta. O silêncio que se seguiu apenas reforçou a expectativa no ar. Permitiu que um sorriso encorajador tomasse conta dos lábios. "Eu só espero que não tenha algum jump scare. Odeio tomar sustos." Não considerava-se uma entusiasta de filmes de terror, gostando mais de comédias românticas. Sempre fechava os olhos nas partes assustadoras, mesmo que negasse veemente e acabasse irritando-se com quem sequer a chamasse de medrosa. "Vamos lá." Com um último olhar cúmplice para Melis, Anastasia empurrou a porta lentamente, pronta para seguir a amiga na descoberta. Os olhos vislumbraram automaticamente o ouro que tinha por trás e ela viu que realmente era verdade o que tinham comentado. "Deuses, será que podemos pegar o quanto quisermos?"
closed starter with @ncstya no queen circe’s revenge
Após alguns sustos e gritos altos de Melis durante o processo de caminhada até a Sala do Tesouro, finalmente ela e Anastasia estavam em frente à porta da mesma. O coração de Melis palpitava de excitação e ela abriu um sorriso largo para sua amiga. Esteve muito curiosa para entrar ali, desde que ouviu outros semideuses comentando sobre os dracmas encontrados. Ela também queria alguns, oras essa! "Eai, será que a gente bate antes?" A turca perguntou para a Nastya, encolhendo os ombros, como se estivesse tímida de incomodar quem é que estivesse ali dentro cuidando do tesouro, mas a curiosidade ainda a mantinha com o rosto bem rente à porta. "Acho que seria o educado a se fazer, não é? Estamos chegando assim sem avisar... Fantasmas também tem sentimentos." Então, deu uma leve batidinha na porta e aguardou para saber se escutaria alguma coisa. “Acho que não tem ninguém.” Desviou um novo olhar atento para a amiga. "Vamos, então?"
ʚ com @aguillar .
ʚ em observatório astronômico .
Fazia algum tempo que Anastasia estava tendo dificuldades em dormir. Parecia muito mais amigável permanecer acordada do que receber os pesadelos que tinham a abandonado anos atrás, mas que agora retornavam mais fortes do que nunca. Antigamente, tinha a desculpa que era uma criança tola que não sabia como controlar os pensamentos negativos, o que impactava na qualidade do sono. Agora, no entanto, simplesmente escolhia não fechar os olhos e ser perturbada, o que não era uma decisão muito sábia, já que ficava cansada frequentemente. O observatório, assim, foi um refúgio para que pudesse se esconder de todos durante o período noturno, não precisando fingir que tinha acordado para tomar apenas um copo de água ou andar um pouco. "Deuses, que susto, Santi." A mão foi ao peito, tentando acalmar o coração excessivamente acelerado pela presença alheia. Puxou o robe mais perto do corpo, arrumando-o para que não se tornasse tão reveladora a roupa que utilizava por baixo. Não esperava encontrar alguém aquele horário e, principalmente, não no observatório. "Não está conseguindo dormir também?" A pergunta saiu em um misto de curiosidade e preocupação. Mesmo que ela mesma estivesse tendo algumas dificuldades, preocupava-se mais com ele do que consigo mesma, já que havia tido aquela dificuldade anos atrás, quando chegou no Acampamento Meio-Sangue. Não era algo incomum para Anastasia. A amizade de anos que compartilhavam, além das diferentes dinâmicas que tiveram, permitiu que se aproximasse alguns passos do outro, a fim de vê-lo melhor. Como estavam em um ambiente pouco iluminado, dificultava para que pudesse avaliá-lo um pouco melhor, mesmo que sentisse a mente dele incitando a própria a avaliá-la mais.
"Oh, Yas, todos nós somos meio fodidos da cabeça ou da vida." Um sorriso tranquilizador apareceu nos lábios dela, já que entendia o que ela estava dizendo mais do que qualquer pessoa. Quantas vezes o próprio poder não tinha ficado no caminho de construir relacionamentos amorosos, acreditando que não tinha sido uma farsa? "Não que eu esteja diminuindo a sua dor ou coisa do tipo, mas... Deixe me utilizar como exemplo. Só de pensar em sair do Acampamento Meio-Sangue fico aterrorizada, porque acho que posso morrer a qualquer momento, assim como as pessoas que são importantes para mim. Nunca vivi nada além do limite, o que é meio triste e eu fico querendo mais, mas o medo é algo muito poderoso." Pegou uma batata com o garfo, apontando ela para Yas, esperando que acreditasse no que a filha de Afrodite estava falando. Mesmo que fosse terrível com os próprios relacionamentos, ela sabia muito bem como ajudar os outros. Talvez fosse o fato de ser uma filha da deusa do amor, mas adorava se intrometer em questões do coração. "O que quero dizer: todos nós somos ferrados de alguma maneira e tenho certeza que ele também é. Pode até falar que ele merece outra pessoa, mas no final quem ele quer é você." Deu de ombros, acreditando que tinha feito o seu melhor e não queria se intrometer mais ainda naquela relação de ambos, mesmo que desejasse que ficassem juntos. O que fizessem ali para frente era decisão deles. Comeu a batata que anteriormente tinha sido apontada, soltando um suspiro de satisfação. O que tinham colocado naquela comida que estava deliciosa? "Você deveria experimentar essas batatas, definitivamente. Será que eles têm cheddar ou coisa do tipo para eu afundar elas?"
Última vez. Yasemin se perguntou se ela estava falando de Joseph com ela, ou de Joseph no quesito amoroso geral. Por via das duvidas decidiu ficar quieta e se ele tivesse algo a dizer, lhe diria num momento oportuno. ❝ ― Curiosidade ou não, as aspectos da minha vida também, logo... ❞ — Deixou a frase inacabada, permitindo que Anastasia tirasse suas próprias conclusões sobre o que queria dizer. Por incrível que pareça. Yas não ficou irritada com a resposta torta como geralmente aconteceria. Não tinha dúvidas que Joseph tinha bons amigos. O problema sempre foi ela e ela sabia disso. Por conta de fatos como esses que relutava tanto em se envolver com o rapaz. ❝ ― Eu só acho que ele mereça alguém que não tenha uma vida tão fodida quanto a minha. ❞ — Murmurou ao pegar sua taça novamente e tomar um gole ainda mais generoso do vinho sem pensar muito nas consequências. ❝ ― Você também está linda. Gostei muito do seu vestido. ❞ — Ela respondeu com certa cordialidade, mas de certa maneira, entrou num assunto sensível e foi inevitável quando os ombros se encolheram e uma certa melancolia tomou parte do seu ser enquanto fitava a festa acontecendo.
# ʚ♡ɞ STARTER para @aidankeef, que disse "you really do notice everything don't you?", em campo de treinamento . Era estranho como parecia não tirar os olhos de Aidan, olhando como se fosse a primeira vez que realmente o via. Estava excessivamente diferente, o que fazia com que se perguntasse o que tinha causado aquela mudança. "Claro que notei. Você está todo arrumadinho." A voz dela tinha um leve tom de zombaria, mesmo que estivesse um tanto admirada quanto à atitude alheia. A curiosidade era clara em suas expressões, mas não ousaria demonstrar qualquer interesse pelo outro, principalmente devido às interações anteriores que tiveram. Ainda lembrava quando eram mais novos e o outro tinha ousado falar que o cabelo de Anastasia fedia. Era algo que tinha a marcado profundamente. Temia falar qualquer coisa agora, ainda mais quando ostentava uma cicatriz tão horrenda no rosto. Será que ele comentaria como estava feia? "Cortou o cabelo, fez a barba. Tudo isso para o nosso treinamento? Tome cuidado, Aidan, daqui a pouco vou começar a pensar que você gosta de mim lá no fundo." Um sorriso tímido apareceu nos lábios dela. Não era muito daquele tipo, preferindo sorrisos largos e cheios de charme, mas ainda estava tentando se adaptar à nova realidade. Mal conseguia se olhar no espelho ainda, o que explicitava no cabelo desgrenhado. "Pronto para o nosso treino de hoje?"
ʚ com @d4rkwater .
ʚ em terraços .
"Oiii, Joe." A voz saiu cantarolada, sentindo-se feliz demais na ilha. Fazia tempo que estava precisando de um pouco de relaxamento e parecia que cada minúscula parte do corpo estava sem tensão. Parecia como se pudesse respirar de forma leve de novo até mesmo o coração batendo no seu ritmo normal. Mais cedo, tinha passado por Joseph e Yasemin e, como de costume, tinha dado uma olhadinha nos sentimentos do amigo para ver como as coisas estavam indo. Era inevitável preocupar-se com o encaminhamento do relacionamento alheio, algo que já tinha insistido muitas vezes para ele dar seguimento. Estava tão exasperada da situação que estava quase distribuindo flyers com montagens dos dois, mas então... Sentiu aquele sentimento que fazia tempo que não sentia em alguém. Felicidade em sua mais pura forma, o que Anastasia não estava esperando definitivamente. "Tem algo para me contar? Uma novidade incrível, talvez?"
# ʚ♡ɞ STARTER para @zmarylou em chalé de afrodite .
Assim que Mary veio pedir o favor a Anastasia, ela soube que não poderia negar. Como uma apaixonada por moda, sabia adaptar-se a diferentes ocasiões com looks que combinavam perfeitamente. Depois do que tinha acontecido, acreditou que precisava de um tempo para clarear a mente e distrair-se um pouco do caos que estava acontecendo para o lado de fora da sua porta. Não queria sentir como se os sentimentos estivessem presos na garganta, incapazes de saírem. "O que você está procurando no seu novo guarda-roupa exatamente? Tenho várias opções." Tinha aberto uma garrafa de vinho rosé e alguns aperitivos para que aquele momento fosse um pouco mais prazeroso para Mary, já que era uma grande decisão uma mudança. Não sabia de onde tinha vindo essa radicalização, mas Anastasia aprovava prontamente. "Talvez algo mais boho? Acho que combinaria por conta do seu cabelo." Pegou algumas opções do guarda-roupa gigante que mantinha em seu quarto, virando-se para mostrar para a filha de Zeus.
# ʚ♡ɞ STARTER para @misshcrror em mesas decoradas .
A oportunidade apareceu e Anastasia era muito fofoqueira. Os olhos captaram a figura de Yasemin e, antes que ela decidisse que não queria mais ficar sentada, sentou-se ao lado dela com um pratinho bem servido. Se quisesse beber bastante, teria também que equilibrar com comida e muita água, que colocou ao lado do prato. Um sorriso apareceu nos lábios dela, já que tinha presenciado o selinho que tinha acontecido no palco. Lembrou claramente do momento que estava na conexão com Joseph e sentiu as emoções que estavam percorrendo o homem naquele momento. A filha de Afrodite sempre torceria pelo que o melhor amigo desejava, então era de se esperar que estava prestes a ser filha da sua mãe. "Que gracinha você e o Joseph. Sério, adoráveis mesmo." Os lábios ostentavam um sorriso doce, como quem desejasse saber mais. É óbvio que também conversaria futuramente com o semideus sobre aquele assunto, ele só tinha sorte de Anastasia ter encontrado a ruiva primeiro. Pegou uma batata com um garfo, mastigando lentamente e engolindo. "Quando vão começar a namorar?" Não ligava de ser intrometida, mas realmente estava curiosa para saber como Yasemin sentia-se a respeito dele nos dias atuais. Sabia que havia algumas complicações envolvidas, principalmente pelo passado que compartilhavam (não sabia se já haviam conversado a respeito daquilo), mas desejava a felicidade para ambos.
ʚ “by the way, thank you… for saving my life.” .
ʚ com @davinverlac .
ʚ em artes e ofícios .
Um sorriso apareceu nos lábios de Anastasia quase automaticamente. Sentia que estava respirando com dificuldade desde que tinha deixado Melis cair, uma preocupação constante em seus ombros. Não estava permitindo que a culpa a devorasse como faria antigamente. Utilizava o acidente que tinha ocorrido como madeira para a raiva e a indignação, fazendo com que pensasse nos próximos passos. Ansiava, mais do que tudo, ir atrás da semideusa e desculpar por não ser capaz de segurar em algum lugar que ela não fosse escapar pelos seus dedos. "Eu sempre te salvaria, Davin." Foi sincera em suas palavras, sentada ao lado dele enquanto tocava algumas notas no piano. Fazia tempo que não dedicava-se em tocá-lo corretamente, já que, por muito tempo, a música foi algo esquecido por ela. "Você não precisa me agradecer por isso."
"Você não ama ele romanticamente, então?" Anastasia não hesitava em ser intrometida, mesmo que não ligasse tanto para o assunto. Não era o tipo de pessoa que segurava a língua, ainda mais quando tinha questionamentos ou críticas. A verdade é que estava um pouco surpresa com o envolvimento de Love e de Josh, as personalidades sendo incrivelmente opostas. Talvez a outra aliviasse a intensidade dele, mas não sabia ao certo. "Eu sei! E as pessoas subestimam tanto os perfumes do Yves Saint Laurent. A maioria é obcecado pelos da Dior e pelos da Chanel, mas, sério, acho que se você entrar no chalé de Afrodite, vem uma nuvem de Chanel Nº 5 e La Vie Est Belle. Nada contra, mas já deu, sabe?" Sabia que a outra provavelmente não se interessaria por aquele assunto, mas era inevitável para a filha de Afrodite não desabafar sobre aquele assunto. Para ela, como você cheirava refletia muito a respeito da sua personalidade. Por exemplo, Love com certeza usaria perfumes doces, porém com um fundo mais cítrico e fresco, não tão voltados para baunilha quanto a maioria das pessoas utilizava. "Vamos, vamos! Quero muuuita emoção." Quando chegaram, não havia mais fila, o que deveria ser um indicativo de que poderia ser demais, mas Anastasia não ligou. Pegou a mão da amiga e puxou para que sentassem no primeiro carrinho. "Está preparada?"
Love olhou para Anastasia como se ela fosse louca. ❝ ― Você sabe melhor do que eu como paixão, amor e essas coisas funcionam. ❞ — Ela riu porque imaginou que uma filha de Afrodite entenderiam melhor sobre essas questões a própria Kinn. A resposta do segredo a fez olhar de maneira curiosa e refletir sobre. Ok, considerando que ela era uma filha da deusa do amor e beleza, faria sentido guardar segredos de beleza. Ainda assim, Love desejou algo mais palpável. ❝ ― Hmmm, é um bom perfume. ❞ — Por fim elogiou. Não forçaria a barra, sabia bem que bons segredos vinham com uma dose de confiança e não sobre o domínio do medo. Quando sentiu o aperto em seu braço, encarou a montanha-russa e sorriu. ❝ ― Ok, vamos! Mas precisamos ir no primeiro carrinho. Sabe que ele é o mais emocionante, né? ❞ — Perguntou conforme corria animada para o brinquedo.
SCARS to your beautiful .
PLOT DROP : o que aconteceu com Anastasia de Bragança .
trigger warning. menção à ansiedade e leve mutilação.
Sabia que tinha sido ingênua em pensar que suas ações de bravura repentinas, impulsionadas pelo álcool, não teriam consequências. Foram vários dias na enfermaria, implorando para que a mãe permitisse que não tivesse nada que a fizesse lembrar para sempre aquele dia. Mesmo que não fosse próxima de Flynn, havia algo em si que lembrava das lâminas das pelúcias enfiando em suas pernas, em seus braços e, acima de tudo, em seu rosto. Os dedos tocaram o curativo como se soubesse o que estava prestes a acontecer.
PART ONE . THE BRAVE BEAUTIFUL GIRL .
Contexto : Pós interação com Kitty ( você confere mais aqui ) .
Não virou novamente para verificar se a filha de Hades tinha ido embora. Esperava firmemente que tivesse sido esperta o suficiente para correr para longe, já que as pelúcias avançavam cruelmente na direção de Anastasia. Sabia que aquilo aconteceria, mas precisava ganhar tempo para os outros campistas. A espada empunhada, a Sharp Beauty, repousava naturalmente e confortavelmente em sua mão, fazendo com que tomasse a postura defensiva rapidamente. Os primeiros golpes foram dados contra um dos primeiros ursos que tentavam chegar perto e, ao cortar os braços e a cabeça, achou que seria o suficiente. Como estava errada. Quanto mais tentava cortar, mais parecia irritá-los a ponto que chegassem por todos os lados, encurralando ela. A cena era quase cômica se as lâminas não fossem afiadas o suficiente para que brilhassem sob a luz do lugar.
Sentiu o cheiro de fogo, mas estava tão focada em conseguir tempo que sequer teve tempo de olhar ao redor. Mesmo que fossem pequenas, era impossível contê-las para que não atacassem o corpo. O vestido era rasgado facilmente pelas lâminas e Anastasia fazia o seu melhor para desviar, reposicionando com uma postura de ataque. Ainda sim, sentia as lâminas rasparem superficialmente contra a pele das pernas, algo que era um incômodo, mas os reflexos faziam com que desviassem, colocando-se no caminho dos mais fracos e permitindo para que corressem para onde Dionísio tinha indicado. Estava prestes a fazer o mesmo quando sentiu um cheiro diferente, algo que não estava ali antes. Não sabia o que era e viu apenas uma névoa vermelha invadir os olhos, depois as narinas e, enfim, a mente.
O coração pareceu despencar do peito e, então, bater de forma mais acelerada novamente. A mão fechou-se mais forte contra a espada, conforme as lágrimas invadiam a visão. Precisava lutar mais, precisava proteger aquele lugar independente do custo. Olhou rapidamente para o lado, percebendo que aquela fumaça estranha parecia emanar de Aidan, mas não importava. Nada daquilo importava, nem a própria vida. As memórias dela chorando embaixo da mesa da sala, escutando o pai bravamente lutar contra um monstro que sabia que não tinha chance, invadiam a cabeça dela, fazendo com que quisesse permanecer mais e tomar a decisão que, para ela, era a mais corajosa do mundo. Desejava se sacrificar para que todos tivessem tempo de escapar, mesmo que isso significasse que não saísse do pavilhão. Combatia firmemente com as pelúcias, mesmo que estivessem ainda mais agressivas. A cada lâmina que tocava a pele macia de Anastasia, mais um soluço saía dela. Fraca, era fraca, assim como aquela noite que tinha perdido o pai.
Não soube quantos minutos tinha passado ali, mas sentia o corpo fraco. No entanto, recusava-se a dar por vencida, conforme batalhava com as pelúcias e fazendo o máximo para que fossem completamente eliminadas. O corpo dela estava ensanguentado do próprio sangue, mas recusava-se a parar, o coração tomado pela fúria e pela mágoa das próprias ações. Não podia permitir que tivessem perdas aquela noite. Mesmo que a pessoa não fosse alguém que se importasse, com certeza o semideus teria amigos e família e amores; aquelas pessoas se importariam e chorariam pela sua morte. Anastasia sabia que o luto era muito difícil de lidar.
Quando tudo pareceu acabar e escutou a voz de Quíron, anunciando a morte de Flynn, Anastasia caiu de joelhos, as pernas incapazes de sustentá-la. Independente do quanto tinha se esforçado, alguém tinha morrido e era toda sua culpa. Era fraca. Precisava melhorar, devia melhorar. A mente estava enevoada pela falta de sangue do corpo, assim como pela gravidade dos ferimentos no corpo inteiro. Não sabia exatamente quando tinha sido atingida tão gravemente, mas estava tão focada nos próprios pensamentos que sequer teve tempo para pensar em si mesma. Conseguia ver cortes pelos braços, mas sentia o rosto arder em chamas, a dor infiltrando-se em cada músculo facial. Os olhos varreram o ambiente, como se tivesse tentando definir se realmente estava tudo bem. Com um suspiro, se rendeu à escuridão.
Os próximos minutos (ou horas, não se sabe ao certo) foram marcadas por ela recuperando a consciência por alguns segundos. Acordou no chão do pavilhão, desmaio. Estava sendo carregadas por braços que não sabia distinguir de quem era, mas eram fortes o suficiente para colocá-la em algum lugar. "Eu vou morrer." A voz saiu fraca quando decidiu isso para a pessoa dona dos braços que a carregavam, já que talvez fosse a última pessoa que encontrasse. Antes que pudesse absorver mais qualquer coisa, a escuridão a engoliu novamente. Piscou mais uma vez, encarando olhos azuis e realmente quis dizer algo inteligente, talvez algumas últimas palavras inspiradoras, mas tudo que conseguia pensar era que queria dormir. "Se eu morrer, espero que eu não sinta." E, novamente, nada.
Quando acordou na enfermaria, a cabeça estava confusa e o corpo inteiro encontrava-se cheio de bálsamos com faixas. Estava completamente dolorida e confusa com o que tinha acontecido. Sequer se lembrava. Estava tão cansada que decidiu voltar a dormir.
PART TWO . FALLING INTO YOUR OCEAN EYES .
Depois de semanas com as bandagens e curativos, Anastasia tinha criado uma expectativa a respeito dos machucados. Os mais leves tinham fechado perfeitamente nas primeiras horas, principalmente em decorrência da cura mais acelerada. Jamais tinha estado em um processo mais longo de cura, ainda mais quando quase todas as missões que fora aconteceram quando tinha um nível mais profundo de conhecimento a respeito do poder e da espada. O coração batia mais acelerado contra o peito quando recebeu o veredicto que, quando estivesse preparada, poderia remover os curativos do rosto. Aqueles eram os que mais estava ansiosa, para ser sincera. Independente do que tivesse acontecido, esperava que não fosse tão terrível quanto imaginasse. A mãe também tentaria ajudá-la de alguma forma com aquilo, certo? Sabia que Afrodite não aceitaria uma filha que fosse feia sob os olhos dos outros.
Ao chegar no chalé, fechou a porta atrás de si e sentou em frente a penteadeira branca que era decorada por enfeites cor-de-rosa e creme. Precisou de alguns minutos para finalmente tocar no rosto, temendo o que fosse encontrar atrás do curativo. Mais um tempo foi necessário para que a coragem viesse até ela, já que tocava na borda e desistia. Contou até três e, com os olhos fechados, sentiu a cola desvencilhar da pele. Um suspiro saiu dela assim que sentiu o ar tocar a pele que estava escondida durante aquele tempo, aliviando e sensibilizando. Foram dias repletos de agonia e incertezas, algo que não estava acostumada. Fazia tempo que não sentia-se tão mal a respeito de si mesma e do que era capaz. Desde que foi proclamada, Anastasia estava acostumada a ser naturalmente bonita, com o cabelo sempre alinhado, a pele impecável e uma maquiagem inata. Não esforçava-se excessivamente, já que ser filha de Afrodite era o suficiente, mesmo que adorasse passar horas planejando o guarda-roupa da semana e pintando as unhas para que combinassem com as cores que utilizaria.
Quando os olhos finalmente abriram, encarou-se no espelho como se fosse a primeira vez que se visse. O rosto não parecia mais o mesmo, principalmente graças a cicatriz gigante que havia em sua bochecha que descia até o maxilar. As mãos cerraram-se no colo, tentando absorver a imagem que a encarava. Era estranho, muito diferente. Pela primeira vez em anos, a filha de Afrodite se sentiu horrorosa. Mesmo que os olhos azuis fossem os mesmos, a boca cheia continuasse, a cicatriz parecia tomar toda a atenção. Tudo que tinha de positivo no rosto era anulado pela grotesca linha que parecia deformar a pele. O enjoo invadiu antes que pudesse perceber e a mente foi invadida pelos pensamentos negativos que pareciam salpicar em sua mente. Sentia-se como se pudesse morrer naquele momento. O mundo girava ao seu redor, a visão parecendo fazer com que a cicatriz parecesse ainda maior. Como poderia livrar-se daquilo imediatamente? E se olhassem para ela e nunca mais sentissem nenhum desejo? E se zombassem toda que vez aparecesse, porque, além de lutar excessivamente com pelúcias, tinha ganhado aquela lembrança terrível? As pessoas definitivamente nunca mais gostariam dela, já que tudo que importava era como se parecia. Costumava ser perfeita, mas tudo que restava agora era a deformação.
Não percebeu quando começou a chorar, já que a respiração acelerada e inconstante parecia levá-la a um ponto de ebulição. Antes que pudesse perceber o que estava acontecendo, a destra foi para a pulseira e puxou Sharp Beauty. Talvez nem merecesse mais a espada, já que era bonita demais para um monstro como ela. A lâmina atravessou o frágil espelho, fazendo com que as partes caíssem na madeira. O mundo era um borrão dentre as emoções de perda, culpa, mágoa, tristeza e raiva que a invadiam. As lágrimas eram incontroláveis e, por mais que tentasse respirar para se acalmar, assim como tinham ensinado, não parecia o suficiente. Se não era bonita, o que era? O que deveria fazer?
personagens mencionados no pov : @zeusraynar e @aidankeef