# ʚ♡ɞ STARTER para @d4rkwater em enfermaria .
Um sorriso apareceu nos lábios dela, que estava sentada na parte externa da enfermaria com o melhor amigo. Estava quase calmo depois do caos que aconteceu, mesmo que houvesse um clima de luto quase inato. Estar com o filho de Poseidon sempre parecia tornar as coisas mais fáceis, principalmente pelo tempo que se conheciam. "Eu sei, mas eu fico me perguntando, será que eu sou?" Os olhos não estavam sobre ele, já que encarava o horizonte. A perna balançava no banco que se encontravam, inquieta, sendo um reflexo de como a mente se encontrava. Toda aquela calmaria quase enfurecia ela, que desejava quebrar tudo e gritar aos quatro ventos como a vida era injusta. "Eu não sei se vou conseguir me olhar no espelho depois." A voz era baixa, fraca, uma vez que verbalizou o que estava pensando fazia muito tempo. Não sabia se aguentaria a vida sem o rosto perfeito. "Já tirei o curativo da perna e, graças à minha mãe, não ficou nenhuma cicatriz. Mas e se..." Sentiu as lágrimas invadirem a visão, mesmo que não escorressem pelo rosto machucado. O lábio ferido já havia se curado completamente, assim como os ferimentos mais superficiais. O rosto, no entanto, era um tópico muito sensível. "Se o meu rosto não for o mesmo?"
"Na verdade, não. Estou realizando a prevenção de crise. Não sabe como foi da última vez." Ainda lembra-se de como teve que aliviar os sentimentos de Joseph para que o fardo tornasse um pouco mais suportável. Geralmente, não acatava pedidos como aqueles, mas lembrava-se de sentir e concordar em ajudá-lo naquele momento diferente. É claro que Yasemin não sabia, uma vez que ela tinha sido a causadora daquela dor. Não julgava ela, já que tinha feito o que considerava certo naquela época; até mesmo a admirava, uma vez que tinha que ter determinação para insistir em suas escolhas, independente do que fossem. Anastasia, de qualquer forma, era uma pessoa protetora, o que também traduzia na amizade com Joseph. "Mas se você realmente acredita que é só curiosidade, mesmo que sim, tenha uma parte disso, você não me conhece para achar que eu viria encher o seu saco ao invés do dele diretamente e, também, não conhece Joseph o suficiente para achar que ele faria amizade com alguém que se importa somente com fofoca e não o bem-estar dele." Não estava irritada, na verdade, mesmo que as frases pudessem soar dessa forma. Colheria as migalhas caso aquela relação deles desse errado, mas esperava não precisar fazer aquilo. Tomou mais um gole de água, sentindo-se mais sóbria depois de vários drinks. Descansar e comer um pouco realmente faziam milagres. "Vocês deveriam se divertir, nunca sabemos o que pode acontecer ultimamente." Mas não pensaria nisso, de qualquer forma. Se algo acontecesse, sobraria para a Anastasia do futuro (dali dois dias, já que no próximo estaria de ressaca). "E você também parece melhor. Está linda, inclusive."
Yasemin passou por situações questionáveis ao longo do dia. De maneira literal já que o tempo todo os amigos tentaram criar um clima romântico entre eles, isso quando alguém não chegava questionando a natureza da relação deles. Ela meio que perdeu as contas de quantas vezes isso aconteceu num único dia. Ela pegou sua taça de vinho e a virou de uma vez quando ouviu aquela pergunta e todas as outras que vieram em seguida, segurando a garrafa de vinho de um autômato que passava e colocava em sua mesa, enchendo a taça novamente. ❝ ― Vem cá... Não acha que está sendo intrometida demais não? ❞ — Questionou de maneira sincera e direta, finalmente pousando seus olhos em Anastasia.
❝ ― É complicado. ❞ — Yasemin por fim acabou falando, soltando um longo suspiro enquanto abaixava a cabeça para seu prato, pegando um pedaço de Kebab, algo que remetia a sua terra natal e levando a boca. A ruiva fitou seu par ao longe enquanto mastigava, pensando exatamente no que falar para a semideusa ao seu lado. ❝ ― De qualquer forma, está tudo bem. Estamos nos divertindo hoje depois de semanas e mais semanas sofrendo no acampamento. ❞
ʚ com @arktoib .
ʚ flashback em verão de 2022 .
Estava com Antonia, distraídas, conversando e aproveitando o dia de verão no acampamento, quando o tempo começou a mudar. De repente, nuvens escuras se formaram no céu, e um vento frio trouxe consigo o cheiro de chuva. Antes que pudessem perceber, as primeiras gotas começaram a cair, pingando pesadas e rápidas, sinalizando que uma tempestade estava se aproximando. O que era um dia ensolarado virou um caos de vento e água. Sem pensar duas vezes, Anastasia agarrou o braço de Antonia e puxou-a para correr em direção ao lugar protegido mais próximo. Começou a rir conforme corria, a adrenalina do momento impulsionando para que continuassem até encontrarem um lugar seguro o bastante, não desejando desafiar Zeus e seus raios. Os pés afundavam na terra, que rapidamente se transformava em lama. Ao chegarem sob um toldo abandonado, ofegante e encharcada, olhou para a semideusa. O que não esperava, no entanto, era ser afetada por uma cena que poderia passar horas e horas descrevendo. O cabelo molhado da filha de Atena, grudando no rosto, as roupas, encharcadas e coladas... Com certeza, não era uma cena que pretendia esquecer tão fácil, principalmente pelo calor que espalhava no corpo dela com aquele simples olhar. O coração bateu acelerado contra o peito, pensando se um dia tinha visto algo tão bonito assim. Poderia passar horas admirando cada singularidade. Permitiu aproximar-se lentamente, tirando uma mecha de cabelo molhada do rosto dela. "Se eu soubesse que íamos acabar assim, teria pedido por essa chuva mais cedo." A voz era repleta de brincadeira e flerte, um sorriso presente. "Será que vai demorar para passar?"
# ʚ♡ɞ STARTER para @d4rkwater em espaço da banda tartarus tragedy .
Mesmo que soubesse que não deveria fazer isso, o poder de Anastasia roçou levemente a mente do filho de Poseidon assim que entrou no palco, só como uma garantia que ele estava bem. Mesmo que fosse um péssimo hábito, costumava fazer aquilo quando tinha muito carinho por alguém, apenas em uma tentativa de cuidado que tinha. Quando sentiu o coração acelerado alheio, que acabou acelerando o próprio pelo compartilhamento de emoções, não pensou muito em permitir que uma onda de calmaria e leveza invadisse a conexão recém-criada pela filha de Afrodite. Mesmo que balançasse o corpo no ritmo da música, os olhos estavam fixos no homem, alimentando a mente alheia com emoções positivas para que aliviasse o que estava passando por dentro do outro. Depois de algumas músicas, viu que estavam dando uma pausa, o que fez com que se juntasse a salva de palmas e quebrasse a conexão que tinha formado com a mente alheia.
Aproximou-se das escadas que levavam ao palco, parando na base enquanto aguardava o momento que pudessem conversar. Um sorriso apareceu naturalmente nos lábios dela assim que conseguiu vislumbrar o rosto alheio, puxando-o para um abraço sem nenhuma hesitação. "Olha só se não é meu rockstar preferido. Já posso criar o nome do fã clube? Que tal Josephetes?" Afastou-se do abraço, dando dois passos para longe. Analisou ele dos pés à cabeça, algo que cultivou ao longo dos anos convivendo com os irmãos. Não que estivesse realmente o julgando, mas sim mais aproximando a nova imagem que era construída. "Eu até falaria algo como assina meus peitos, mas acho que não seria muito elegante da minha parte." A brincadeira saiu naturalmente dela, que o convívio de anos com Joseph era algo que não precisava ter pudor em fazer. "Espero que tenha gostado do meu presentinho. Senti que você estava precisando." Esperava que a ênfase na palavra fosse o suficiente para que o semideus percebesse do que estava falando.
BIRDS of a feather .
trigger warning : morte && dor física .
Sentiu como se tivesse um peso que subia na cabeça e ia descendo para as pernas. Precisou piscar algumas vezes para identificar aquele lugar, principalmente porque estava em um passado tão obscuro que armazenou em uma parte da mente que não poderia ser facilmente acessada. Ali era onde os pesadelos começaram, quando tudo que poderia fazer era sentir as lágrimas escorrerem pelo rosto toda vez que sequer pensava no antes do Acampamento Meio-Sangue. Ela gostaria de ter tido mais tempo, mas estava novamente na mansão da família, embaixo da mesa que tinha visto o pai morrer. A respiração ficou pesada, o ar tornando-se difícil de entrar, mesmo que ofegasse. Tentava não pensar naquele momento, na falta que o pai fazia, já que, antes de ser reclamada e finalmente ser curada dos traumas, tudo que sentia era uma saudades que doía o peito. O luto destruiu Anastasia, a criança que tinha um pouco de chance de ser doce. Quando o genitor morreu, não havia mais nada para ela naquele mundo e, por muito tempo, acreditava que seria melhor desistir do que continuar vivendo.
Não era mais uma criança indefesa, no entanto. Tinha experimentado o mundo e, acima de tudo, lutado para que ganhasse e achasse o seu espaço. Os olhos não enchiam-se mais de lágrimas como antigamente e não havia mais um constante pesar nos ombros que impediam de prosseguir. Estava saindo debaixo daquele lugar quando sentiu o cheiro de sangue, repulsivo como lembrava. As mãos começaram a tremer inconscientemente e fechou os olhos com força, voltando-se ao lugar onde estava. Conseguia sentir a perna ficando molhada com o líquido vermelho, mas se recusava a encarar aquilo. Sabia a cena que encontraria: o corpo do pai, os olhos gentis e, ao mesmo tempo, aterrorizados com o fim que estava tendo, mas com um sorriso ao perceber que a filha não sairia do esconderijo e, assim, ficaria bem. Camada por camada, de indiferença para raiva para deboche, blindava-se da capacidade de expressar o que sentia e desenvolver vínculos afetivos com qualquer um. Era uma armadura que impedia que amasse e permitisse ser amada. Mesmo que os pesadelos jamais tivessem indo embora, encontrou forças na própria dor para que conseguissem seguir em frente minimamente. O que a assustava de vez em quando era perceber como esquecia aos poucos o tom exato do azul dos olhos do pai, assim como onde estavam as covinhas que tanto invejou e queria ter herdado. Não queria esquecê-lo e, por mais que tivesse uma foto ou outra, as lentes jamais capturavam corretamente o que ansiava saber. Ela não queria que a vida com o pai se tornasse apenas um fragmento.
— Nastya? Estamos aqui. — Escutou a voz de Maxime, o que fez com que abrisse os olhos novamente. A mesa tinha desaparecido, mesmo que continuassem na mansão. Não havia mais sangue, o que era estranho. Talvez tivesse imaginado aquilo. Como que tinha parado ali, de qualquer forma?
Um sorriso apareceu nos lábios dela, naturalmente feliz em encontrá-lo novamente, já que tinha sido uma das principais pessoas a fazer com que passasse pela sua fase nebulosa. Os olhos escaparam para as pessoas atrás dele, observando Bellami e Christopher, e ficou um pouco confusa do porquê todos estavam em sua antiga casa. Um carinho imediato invadiu o coração dela, já que aquela era sua família. Depois de tudo que tinha acontecido no passado, tinha achado novamente pessoas que poderia chamar daquela forma e que nutria um amor incondicional. Faria qualquer coisa por eles, independente do que fosse e sem nenhuma hesitação. Aceitou a mão estendida do conselheiro, pronta para ir embora do lugar que trazia memórias mistas em sentimentos. Queria chorar para ele e contar de como os pesadelos tinham sido desencadeados. Estava pronta para falar para todos irem embora juntos, a boca abriu, mas o som que foi escutado não era de sua voz.
Escutou o som que perseguia os pensamentos bloqueados, um grito que fazia com que acordasse quase todas as noites com um solavanco. Ele pareceu preencher cada canto da sala de estar e sabia que não tinha por onde escaparem.
Não era mais fraca, não tinha mais medo. Puxou a espada sem nenhuma hesitação. Pensava no pai e que, se tivesse a mesma habilidade que tinha atualmente, nada de ruim teria acontecido. Ela era boa. Ela era a melhor. Ainda sim, havia uma pequena parte de si que fazia com que o coração batesse aceleradamente e sentisse o interior chocalhar com uma ansiedade iminente. Segurou a espada mais forte, apontando em direção que o grito vinha.
— Podem ficar tranquilos. Sou incrível, acabo com ela em questão de segundos. Se quiser sentarem e observarem o show. — A voz saiu de forma bem-humorada e confiante, repleta da arrogância que, quem convivia com Anastasia, sabia que poderia facilmente enganá-la em um momento importante.
Tinha desenvolvido aquela personalidade depois de anos acreditando que não merecia nada do que tinha, já que havia perdido o que importava. Havia permitido que perdesse. Precisava não sentir como se fosse um eterno peso e, quando não teve mais aquele sentimento, uma nova filha de Afrodite foi colocada em seu lugar. Confiante, cheia de si, arrogante. Várias formas de encarar o mesmo objeto de estudo.
A harpia, no entanto, desprezava a peça de ouro imperial que Anastasia apontava para ela. Parecia simplesmente ignorar a presença da semideusa, os olhos presos nos irmãos. Tentou chamar a atenção dela com um grito, mas não foi o suficiente. Cansada daquilo, o corpo preparou-se para um ataque, então... Nada. Os irmãos pareciam despreocupados, já que a Bragança tinha prometido que protegeria eles. Por que deveriam se preparar para uma batalha no qual ninguém havia os chamado? Tentou mais uma vez, mais outra, porém as pernas pareciam imóveis, como se tivessem coladas no chão. Queria correr em direção a ela e mostrar o quanto era capaz de proteger as pessoas que amava, mas perdia as esperanças aos poucos. Quando a harpia finalmente levantou voo, os olhos claros arregalaram-se no mais profundo desespero e, antes que pudesse pedir para que se preparassem ou corressem, o monstro avançou neles impiedosamente.
Não duraram segundos e tudo que pode fazer foi observar. Os braços pararam de se mover, assim como as pernas. Tudo parecia rígido, mesmo que os olhos se movimentassem de um lado para outro, sendo obrigada a assistir aquilo. Assim que tudo acabou, a harpia pareceu decidir que já estava satisfeita e voou para longe. Nos rostos dos irmãos, a expressão acusatória e traída permanecia, já que tinha pensado mais em si do que neles. Como tinha permitido que não ajudassem? Como poderia não tê-los protegido? Novamente, estava sozinha, sem família. Caiu de joelhos, as lágrimas invadindo os olhos como não acontecia fazia muito tempo. A família que tanto amava, que tanto tinha construído, não restava mais ninguém.
Estavam todos mortos e era culpa de Anastasia.
Ela era fraca.
Fraca.
Fraca.
semideuses citados : @maximeloi && @thxbellamour && @christiebae
@silencehq
FLASHBACK ANTES DA PROFECIA . Tinha sentido a dor de Remzi, mas antes jamais tinha entrado na mente dele. Ainda sentia-se levemente presa nela, quase tangível no ambiente, uma sombra escura que envolvia o espaço entre eles. Anastasia não era facilmente intimidada, no entanto, uma vez que colecionava a quantidade de mentes que havia entrado. Haviam bem piores, repletas de emoções repugnantes que tinha se arrependido de ler. Tinha passado a vida toda aprendendo a navegar pelo caos das emoções, a entender a dor como uma parte intrínseca da existência humana e, especialmente, da sua própria. Era filha de Afrodite, e o amor, assim como o sofrimento, era sua natureza. Ali, diante de Remzi, ela sentia a carga da dor dele e a aceitou como uma extensão de si mesma. Ao tocar a mente dele, foi como abrir uma porta para um mar de tormento. Havia uma mistura de emoções — uma angústia crua e pesada que se entrelaçava com mágoas antigas, mas que não sabia a origem ao certo. Cada mente funcionava de uma forma única e a do semideus era única. Talvez, se houvesse a oportunidade futuramente, tentaria compreender a origem e a complexidade alheia. Com o que não contavam atualmente, no entanto, era tempo. Cada adversidade que aparecia para eles parecia carregar cada vez mais tristeza e sofrimento. "Meu poder consegue enxergar o que os outros não mostram... Ou que se recusam a ver." Deu de ombros, não achando que fosse grande coisa. A maioria dos poderes dos amigos envolvia algo físico, como manipulação de chamas ou controle de trovões, mas o de Anastasia era muito mais interpretativo. No começo, era difícil saber o que cada sentimento era, ainda mais devido à natureza complexa dos semideuses. Mesmo a felicidade parecia carregada de certo trauma e medo de um futuro incerto. Uma risada escapou dela suavemente, sabendo que o outro estava certo em ter dúvidas. Mesmo que pedisse frequentemente sabedoria para Atena, sabia que tinham que pensar em cada detalhe, ainda mais levando em consideração uma missão que poderia facilmente se tornar desastrosa. "Talvez eu tenha que pensar em um detalhe ou outro mais cuidadosamente." A confissão saiu até de forma humorada, sabendo que o outro poderia ajudá-la a pensar naquilo com mais precisão. O beijo em sua palma fez com que o corpo esquentasse levemente, mas tentou não pensar muito naquilo. Mesmo quando a cabeça estava cheia de preocupações, Remzi sabia como desconcertá-la suavemente, impedindo que se afundasse em planos infundados. Um suspiro escapou pelos lábios dela, marcada pela respiração que sequer percebeu que estava segurando. "Você nunca será um peso morto para mim." As palavras saíram de maneira firme, seus olhos se estreitando levemente enquanto ela fixava o olhar no dele. "Talvez os deuses ajam de alguma forma... Ou, talvez, o destino mesmo agirá. Tenho certeza que Quíron enviará alguém atrás dos semideuses que caíram." Pelo menos, era o que esperava. Não manteriam os semideuses nos domínios de Hades por muito tempo, principalmente pela quantidade de monstros que haviam lá. Deixá-los seria uma sentença de morte e, por mais defeitos que Dionísio e Quíron tivessem, acreditava que não eram cruéis o suficiente. "Eu só não quero perder alguém de novo." A morte de Brooklyn tinha afetado diretamente ela. Ele era o líder do clube de teatro que Anastasia tinha ingressado e, mesmo que não fossem tão próximos, gostava dele. A personalidade era única e sempre parecia animado para os ensaios. Desde que ele se fora, as coisas não tinham sido as mesmas.
antes da profecia de Rachel Elizabeth Dare
Dor é uma emoção. Ele não costumava pensar a respeito disso. Para ele, dor era dor. Física, geralmente. Algo que podia tratar com néctar e ambrosia. No resto do tempo, bastaria não pensar a respeito do que lhe perturbava. Mas ali, com Nastya diante dele, o encarando com estranhamento, ele soube que permitiria que ela revirasse sua mente para arrancar tudo o que estava lhe fazendo mal, por mais covarde ou fraco que pudesse parecer com isso. Em outros tempos, ele jamais permitiria que alguém o violasse daquela maneira. Porém, já não era o mesmo Remzi, e não sabia se fazia tanta questão assim de esconder suas facetas da filha de Afrodite. Acompanhou as mudanças em seu rosto, como se a outra entrasse num transe. Era impossível saber o que ela estava vendo em sua mente; se estava experimentando a mesma dor que ele; se ficaria desesperada por sair daquele lugar escuro e miserável. Antes que a Lee esboçasse reação, o Bakirci sentiu o amortecimento que acompanhava o relaxamento, como se uma porta tivesse sido fechada em sua mente, bloqueando a torrente de sentimentos destrutivos que o alimentavam até então. Ainda provava da mágoa, mas ela se tornara infinitamente mais suportável. Ele segurou o pulso de Nastya para que ela não se afastasse, como se estivesse viciado na sensação e não quisesse que ela o deixasse nunca mais. Então era por isso que as pessoas ficavam viciadas em Morfina? Em contrapartida, a filha de Afrodite não parecia perturbada, assustada ou revoltada com o que tinha acabado de ver, o que era um bom sinal. Um sinal de que ela não sairia correndo. Na realidade, quando falou com ele de novo, estava sorrindo com presunção. ‘ Como foi que fez isso? ’ disse, quase consternado. Tinha ouvido falar a respeito dos poderes da semideusa, porém, estaria mentindo se dissesse que esperava que fosse tão habilidosa. Ele sabia do potencial físico de Anastaria, contudo, acompanhar de perto suas habilidades psíquicas era algo que ainda não tinha feito. ‘ Um plano executável? ’ insistiu, elevando uma das sobrancelhas. Agora que a emoção mais pesada havia sido retirada, era capaz de cogitar a ideia como alguém que estava pronto para colocá-la em prática. Algo próximo de animação talvez fosse o que estava experimentando; algo que costumava sentir antes, com frequência, sempre que saía a campo. Parte disso também se devia ao fato de Nastya passar a ele uma confiança que não sentia, como se ele fosse, de fato, o que ela acabava de colocar em palavras. Remzi se perguntou se ela ainda não estava usando os poderes nele, plantando a ideia como se ela tivesse partido dele, enquanto mantinha uma mão pressionada em seu rosto e aqueles olhos amendoados fixos nele. Ela sabia, também, que ele ignoraria, se necessário, as regras impostas pela liderança do acampamento para sair em missão extraoficial. ‘ Eu faria isso por você. Mesmo que Melis não estivesse lá ’ confidenciou, beijando a palma da semideusa ao trazer rapidamente sua mão para junto da boca, afastando-a de seu rosto depois disso. Tinha mais motivos para ir do que para não ir, mas se fosse, queria poder pensar por si mesmo. ‘ Só não quero ser um peso morto para você ’ a parceria de outrora, a capacidade técnica que expunham em treino e em missões, juntos, Rem já não sabia se seria a mesma. Não só frustraria a Lee, como frustraria a si mesmo. ' E não sei se eles conseguem esperar muito mais tempo ' o tempo passava de maneira diversa nos domínios de Hades, contudo, quantos dias poderia um semideus aguentar sem estar morto?
ʚ com @kittybt .
ʚ em terraços .
"Kitty Cat." A voz saiu cantarolada, já afetada pelas inúmeras margaritas que tinha tomado a luz das estrelas (ou o que eram para ser as estrelas). Fazia tempo que não via a filha de Hades, mais precisamente quando estava internada com os ferimentos terríveis no corpo após tentar protegê-la durante o ataque das furiosas pelúcias. Quando levantou, percebeu que talvez tivesse tomado até demais, mas não importava-se com aquilo: precisa de algo que lhe fizesse aproveitar o que tinha acontecido sem nenhuma preocupação. "Deveríamos fazer algo juntas enquanto estamos aqui. Aqui no resort, digo." Um sorriso alcoolizado, mas devidadamente alegre, apareceu nos lábios dela. Sentia-se energizada.
A voz de Anastasia Lee se manteve suave e amável, um reflexo da sua personalidade gentil e sensível. Ela observava Veronica com um misto de curiosidade e satisfação, o calor do sol e a proximidade dela tornando o momento ainda mais especial. "Sabe, Ronnie, eu realmente aprecio esses pequenos momentos de normalidade no meio de toda a confusão." Deixou que um sorriso leve se formasse em seus lábios, mas, por dentro, ainda era invadida pelos recentes acontecimentos. Havia tanto que ainda desejava apagar da memória, mas sabia que era algo impossível de pedir. Se fechasse os olhos por tempo demais, a dor dos ataques voltavam a assombrá-la como se jamais fosse capaz de superar novamente. Talvez fosse incapaz de seguir a vida como fazia antigamente. Aquilo a assustava mais do que qualquer coisa. A filha de Afrodite observou a forma como Veronica manuseava o protetor solar com uma graça descontraída e não pôde deixar de admirar a semideusa por um momento. Mesmo que jamais tivessem algo e o relacionamento fosse baseado em provocações, Anastasia reconhecia a beleza alheia até mesmo nas pequenas ações. "E sobre a marquinha…" Continuou, com um toque de malícia na voz. "Bem, não posso negar que você tem um talento especial para tornar esses momentos ainda mais interessantes." Anastasia ajustou a posição para se acomodar mais confortavelmente enquanto Veronica aplicava o protetor solar. O gesto foi mais do que um simples favor; era um símbolo de um desejo mais profundo de manter a conexão e a leveza, mesmo quando as coisas pareciam estar um pouco fora de controle. Ela balançou a cabeça, distraída, ao ouvir a sugestão de que poderia retribuir mais tarde. "Pode contar com isso e, quem sabe, eu não encontre uma maneira ainda mais divertida de retribuir." Um sorriso provocativo decorava os lábios rosados. O calor envolvia ela como uma manta confortável, proporcionando um breve escape da agitação e das preocupações que normalmente cercavam seus dias no acampamento.
Veronica era uma mulher da Califórnia, isso significava que o verão, calor, sol e praia eram, de todas as melhores formas, parte de si. O acampamento não estava nem de longe oferecendo aquele tipo de praia, aquele verão delicioso que viviam antigamente; animado, divertido, pacífico... Então, quando a oportunidade de apenas se deliciar no sol, com boa companhia, apareceu, recusar parecia um crime. Notou o olhar de @Nastya sobre si e a olhou de volta, um sorriso aberto e uma piscadela enquanto abaixava o celular de sua mão e espera a pelo que fosse que ela precisasse, de si. O pedido a fez rir divertida, antes de mudar sua expressão para uma mistura de malícia e divertimento. ❛ claro que posso. ❜ Concordou com uma voz mais macia que cetim, e moveu se para mais perto da outra, o olhar percorrendo o rosto dela a medida que um sorriso se canto se formava. ❛ adoro ajudar a deixar marquinhas. ❜ brincou com a dualidade do significado de marquinha, deixando no ar se dizia ou não apenas do bronzeado. Ronnie pegou o tubo de protetor e se levantou para se sentar atrás dela, riu rouco com o pedido de que fizesse lentamente e concordou. ❛ Do jeitinho que você quiser, pretty. ❜ Afastou os fios macios do cabelo alheio para frente dos ombros dela, para evitar sujar enquanto começava a tarefa. ❛ depois você pode me retribuir, não? ❜ Não teve pressa para o fazer, aproveitou para transformar o carinho em uma massagem, e o fazer da maneira mais satisfatória para a outra, que pudesse. Em parte, pelo prazer da provocação, da tensão entre elas, em outra, uma tentativa de ajudá-la a relaxar. As mudanças dos últimos dias tornaram a vida dos filhos de Afrodite, em uma grande bagunça. Quando pedia o fim da perseguição aos filhos de Hécate, não era isso que queria dizer.
ʚ com @sonofthelightning .
ʚ em chalé de afrodite .
Os olhos reviraram, olhando para o trabalho feito pelo filho de Zeus, que não estava em nada com o que ela tinha mostrado para ele. Talvez geladeiras realmente não fossem boas com trabalhos manuais. "Você nunca me escuta." A frustração saiu facilmente de Anastasia, que estava tentando ensinar Ian a fazer cartões decorativos para presentes. Mesmo que não fosse a melhor naquilo, tinha orgulho de como sempre pareciam mais caros e chiques do que realmente eram, principalmente devido ao esforço que colocava em cada um. Na frente dos dois, havia várias opções de cores de papel, assim como inúmeras fitas que continham um pouco de glitter. Na opinião da filha de Afrodite, frufrus nunca eram demais. "Vamos lá. Você precisa escrever algo diretamente do seu coração no cartão e, quem sabe, colocar um pouco de brilho para deixar mais bonitinho." As mãos pegaram um cartão em formato de coração, vermelho, e com leves brilhos dourados, os olhos arregalando em direção ao semideus, desejando provar um ponto. Escreveu um simples 'gosto muito de você' em letras cursivas e, então, mostrou para ele o resultado final. "Esse é um conhecimento que você precisará ter eventualmente, ok? Vai que você encontra mais uma namoradinha ou namoradinho que, por alguma benção que garanta muita paciência, vai aguentar sua personalidade terrível."
Não que tivesse medo de água, mas não era a melhor nadadora que existia no Acampamento. Prestava atenção firmemente e tomava notas mentais, pensando o quanto precisaria estar preparada. Mexia, de maneira preocupada, na pulseira que pendia no braço, pensando que talvez não tivesse sido a ideia mais inteligente em aceitado ir ali com Raynar, principalmente por ele ser um filho de Zeus. Poseidon poderia muito bem decidir ser cruel. "Shhh, vai que Poseidon te escuta." Olhou para o mar de forma até mesmo receosa, como se tivesse medo que o deus tivesse escutado eles. Quando o semideus apareceu com um kit com todos os apetrechos, não deixou de um sorriso bobo aparecer nos lábios dela com a quantidade de comentários e piadinhas que apareceram em sua mente. Decidiu, no entanto, mantê-los para si, apenas assentindo conforme ele falava. Havia tanto tempo que não sentia-se verdadeiramente bem como estava acontecendo, então deixava a leveza do humor guiar suas decisões. "Sim, capitão." Pegou o colete e levantou o pé, esperando que o semideus encenasse a cena que lembrava Cinderela que tinha em mente. "Vai só de sunguinha e coragem? Cadê seu amor pela vida?"
@ncstya escolheu praia dos corais
A filha de Circe falava ao fundo sobre precaução e cuidado, prologando-se numa lista de medidas e manobras para salvamento. Redundante. Os olhos discretamente revirados, disfarçados no mudar do foco para a semideusa ao lado. “ 🗲 ━━ ◤ Nós nem vamos tão ao fundo assim. ◢ Conseguiu falar baixinho, bem no final da apresentação e liberação dos equipamentos. Raynar pegou um colete feminino, pés de borracha, snorkel, óculos, sinalizador, comida de peixe; o kit mais do que completo. “ 🗲 ━━ ◤ É melhor você começar pelo colete. Eu ajudo com os sapatos. ◢ E para si? Bem. Só precisava do óculos.
Uma mensagem de Íris para você: "O que você sabe sobre as criaturas e os perigos que vivem no submundo? Como você se prepararia para enfrentá-los?"
Pensou por um momento, tentando se lembrar de todos os ensinamentos que teve quando era mais nova. É claro que, recentemente, também tiveram o pequeno acidente (se é que poderia chamar assim) envolvendo o Cão Infernal, o que fazia com que os diversos monstros viessem em sua mente. "O submundo é um lugar cheio de sombras, onde criaturas nascidas do medo e do desespero reinam. As ameaças podem ser inúmeras, desde cães infernais até espíritos vingativos, cada um mais perigoso que o outro. Esses seres são movidos pelo medo." Para ela, o cuidado em enfrentar cada criatura era onde estava a sabedoria que tanto pedia para Atena quando sabia que algo aconteceria. Mais do que habilidade em combate, era necessário também ter conhecimento do que poderia esperar por ela no Submundo. "Para combatê-los corretamente, conhecer bem o inimigo e antecipar seus movimentos é essencial. Toda criatura viva segue um padrão de ataque, até mesmo nós." Mesmo que tentasse ser imprevisível em um campo de batalha, todos possuíam padrões. Os movimentos poderiam ser espaçados e bem pensados, mas, eventualmente, acabaria imitando algo que tinha visto ou treinado. O mesmo servia para as criaturas infernais. "E, claro, enfrentaria cada perigo com coragem e confiança. O importante é sempre ter um plano em mente do que fazer, não apenas sair atacando sem motivo. Cada passo conta, cada movimento conta."