Os dias emendavam iguais, de tão iguais se confundiam e pareciam um só. Tínhamos caído em um desvio onde a ideia de tempo não entrava, a vida era uma estrada comprida sem margens nem marcos, estar aqui era o mesmo que estar ali, o hoje se confundia com o ontem e o amanhã não existia nem em sonho; nós esperávamos qualquer coisa, mas já nem sabíamos se era para adiante ou para trás.
José J. Veiga, Sombras de reis barbudos.
eu queria saber me expressar, conseguir colocar para fora tudo que eu sinto por você.
mas meu bem, não se engane, não quero me declarar.
eu só preciso me livrar de um sentimento que me aperta o peito quando me lembro de você.
onde tinha cicatrizes, hoje nascem flores, mas até essas flores parecem murchar sob o peso da tua ausência.
hoje elas carregam a sombra do que já foi dor, como se cada pétala fosse feita de saudade.
o vento que as balança não traz alívio, só um murmúrio muito distante do que um dia eu sonhei que seríamos.
como eu queria arrancar esse jardim pela raiz, mas ele é tudo o que restou de você.
eu acho que talvez seja por isso que dói tanto: o que floresce aqui dentro não me deixa esquecer, só me prende ainda mais ao vazio que você deixou.
@ceudejupiter & @desonestos
Eu sou antipático mesmo, o mundo tá cheio de gente brega e limitada e é um direito meu não querer olhar na cara delas, não tô fazendo mal a ninguém, só tô fazendo bem a mim.
Tati Bernardi. (via inverbos)
“Ser forte, na verdade, não é ser indestrutível e impenetrável. É saber lidar com sua fraqueza. E viver, mesmo sabendo que a vida, eventualmente, pode te deixar em pedaços. E que esses pedaços nunca serão consertados ou refeitos. No máximo, serão colados e, mesmo assim, nunca serão como antes. Ser forte é abraçar esses pedaços remendados e saber que são eles que definem quem você é.”
— Iolanda Valentim.
“Não se engane, são poucas as pessoas que me conhecem de verdade, que viram minha alma, que experimentaram do meu caos e da minha calmaria, do meu choro e do meu riso, do meu carinho e da minha grosseria. Eu sou grossa, é verdade, mas é tudo proteção, essa barreira que eu criei é pra me defender, algumas pessoas derrubam ela com facilidade, outras, eu nem noto que estão ali, é questão de sintonia, se estivermos na mesma, é bingo! conhecerás o meu melhor lado, o carinhoso, que se importa, que cuida, que ama, mas não será sempre assim porque também tenho um lado escuro, que chora, grita, bate a porta e vai embora… Depois volto. Poucas são as pessoas que conseguiram ultrapassar esse muro e menor ainda a quantidade que permaneceram. Então, não se engane comigo, você só vê o que eu mostro, o superficial, se quiser me conhecer, mergulhe.”
— Caren B.
Você não me verá versando sobre esperança, superação, gratidão ou algo parecido. Não que eu não tenha esses sentimentos, apenas não sou motivado pelos tais, sou mais motivado pela tristeza que pela alegria, não vivo em busca da felicidade, apenas por não achar que vale o esforço.
E não olhe para mim com piedade por causa disso, não acompanho essa ditadura do bem estar, prefiro estar bem comigo mesmo, que mostrar aos outros minha "felicidade", não sou ranzinza, apenas não sou de todo sorriso, meu dito ostracismo não revela um garoto assustado, revela um homem desapegado dos modelos ideais da grande maioria, se me perguntarem se estou bem, geralmente direi que sim, mesmo não estando, não é disfarçar a dor, e sim evitar a fadiga de explicar o porquê, pra no final dizerem que "tudo vai ficar bem, tenha fé". Não meu amigo, não quero acreditar, eu quero saber... Essa é uma demonstração de mim mesmo, minha caneta nem sempre jorra sangue, mas provavelmente jamais jorrará arco íris, de cores quentes, eu descrevo não o que eu sinto, mas o que eu sou, minha essência é dark, meu corpo é negro, e minha escrita não seria diferente.
Doeu, não nego. Chorei de saudades, de vontade de estar junto, chorei porque era inevitável. Me senti sem chão, sem rumo, num buraco fundo do qual eu não conseguiria sair tão cedo, e de certa forma foi assim… Você era minha direção, e você foi embora. Eu imaginava um futuro ao seu lado, uma família, filhos, fins de semana no parque ou em casa assistindo um filme qualquer, o lugar não importava desde que fosse com você. Mas de repente, sem eu menos esperar, você foi embora. Sem rodeios, choros, simplesmente você foi. Demorei meses para me reerguer, construir uma vida, na qual você não estaria nunca mais e seguir em frente, que com toda a certeza do mundo, foi a coisa mais difícil que eu já fiz. Doeu, mas me fez crescer. Não guardo mágoas, nem rancor, apenas desprezo, você tinha tudo e não valorizou. Amor tem que ser recíproco, caso ao contrário, eu dispenso.
“Eu não tô triste, mas também não estou feliz. Tô com preguiça de apostar em algo novo, depois de ver tudo que era meu desandando. Tô sem paciência para construir algo, para depois ter de ver tudo desmoronar. Não dá mais, entende? Nem conseguir ficar triste, eu consigo. É só uma pontinha de solidão, de não ter ninguém para pegar na mão. Só isso. E passa, sempre passa.”
— Poetizar flores.
“Dolorosa é essa ideia de continuar. Estou cansada de planejar idas e vindas, recriar caminhos e escolhas que outrora não me moveram. Lutar por algo é uma prova de amor próprio, uma forma de não aceitarmos o nosso fracasso e seguirmos em frente.”
— Edna Morb (via livrario)
A pior parte do rompimento, é quando os corpos ainda estão próximos
William Martin