O tempo corre no relógio
Mas não consigo compreender a sua passagem
Minha mente navega em um mar turvo
Enquanto meu corpo fica preso a realidade
Anestesiado e imóvel
Olho para o reflexo dos meus olhos
Diante o espelho do banheiro
Eles me parecem tão cansados
Que horas são?
Hm, acho que está na hora de eu me tornar um usuário ativo nessa rede.
Mandy (2018) Panos Cosmatos
Gas station – Milan Mihelič / 1968 (Tivolska cesta 44, Ljubljana, Slovenia)
photo: me
Lula presidente do Brasil!
| ʙᴇꜱᴇʀᴋ ᴠɪᴀ ɪɴꜱᴛᴀɢʀᴀᴍ
Sunbathing in East Germany, 1982. #brutgroup photo by Manfred Griebsch. Via #socmod https://www.instagram.com/p/CgckdTEM8Nv/?igshid=NGJjMDIxMWI=
Hoje é um daqueles dias que eu só queria ter o poder de voltar no tempo para não deixar o meu "eu" do passado se matricular no curso de análise e desenvolvimento de sistemas.
Já deu para enterder que eu sou uma grande fã do blog german post war modern?
Casa das Canoas (1953) in Rio de Janeiro, Brazil, by Oscar Niemeyer
Polarium (1972-81) at Tierpark Hellabrunn in Munich, Germany, by Peter Lanz Architekten
Concrete Toboggan slide - Playground Floreasca. Floreasca development. Bucharest, Romania. Built in 1959-1960 Architect Victor Agent et al. by Proiect Bucuresti. © BACU https://www.instagram.com/p/CLyazHLnlOQ/?igshid=1132p7tke3m8i
A “autora” deste blog está aos poucos esquecendo de como se faz para se comunicar com pessoas... E cada vez mais cansada de tentar aprender a se comunicar com computadores. Sinto que meu cérebro é tão bruto que não consegue compreender como um monte de palavras desconexas se transformam em sistemas complexos.
Para o meu cérebro que funciona a base de procura de prazer imediato e Ritalina, é mais fácil aprender chinês para poder trocar uma ideia com um chinês nativo do que virar programadora sênior em Java.
Fernando de Almeida Residence (1969) in Sao Paulo, Brazil, by Eduardo de Almeida
Quando o sol bate em meu rosto logo de manhã
Me sinto viva
Me sinto grata
Me sinto acolhida em teus braços
Há uma beleza nisso
Há um pequeno prazer
Em te observar de perto
Cada detalhe em teu rosto
Me parece perfeito
Me sinto tão bem
Por te ter dessa forma
Tão intimo, tão intenso
É um sentimento que me traz tanta paz
Em meio ao caos fora deste quarto
Então, é assim que funciona o amor?!
Não, eu não quero outro prato de coleslaw Já estou farto, estufado Ao ponto de passar mal Não vou conseguir digerir isso que tu chama de "coleslaw" E que eu, um leigo, chamo apenas de salada de repolho
As vozes deles ecoam nessa sala branca
E isso me deixa de estômago embrulhado
Eu já tentei botar isso para fora, sem sucesso
Ainda estou enjoada, e com raiva, raiva, RAIVA!
A cada dia é pior, as vozes me sufocam
"O ser humano é um ser social" eles dizem
Mas a cada dia sinto mais a certeza de que não quero fazer parte dessa espécie
Eu passo horas pensando em como agir E o que devo mudar em meu script O que devo e não devo vestir Pois sei que o meu melhor não é o suficiente
Eu contemplo o nada hoje Eu contemplo o nada há semanas Os livros ficam empoeirados As frases ficam soltas no papel
Não consigo escrever mais nada, nada
Sobre meu amor
Sobre minha melancolia
Sobre meus medos
Sobre eles
Sobre eu mesma
Queria poder arrancar tudo isso do meu peito
Poder vomitar meus sentimentos em uma tela branca
E espalha-los com as minhas mãos
No final, tudo ficaria uma bagunça
Uma bagunça como a minha cabeça
Eu não consigo pensar
Com essas vozes gritando
Sobre ódio
Sobre discórdia
Sobre morte
Você voltou e largou sua mala na porta
E sua aura podre no cabideiro
Eu só quero que você vá embora
E leve essa névoa junto a ti
E deixe os poucos que te restaram, ficarem em paz
Meu corpo está perecendo
Bem, o de todos vocês também está
Eu sinto meu corpo perecendo
E esta sensação, essa sensação é desesperadora
Por que meus ossos doem?
Eu estou morrendo?!
As vezes, eu acredito nisso
Mas todos nós estamos morrendo
Mas qualquer coisa fora de ordem
Fora de ordem no meu corpo quase perfeito
Me faz perder o controle
As vezes parece que é o fim
Ou o começo de uma desgraçada
Eu sou uma farsa
Vivo tentando fazer graça
Vivendo tudo pela metade
Querendo ser muitas de mim mesma
Versões melhores de mim
Que nunca existiram
Que talvez nunca vão existir
Eu sou uma farsa
Quando digo que faço a arte
Mas faço tudo pela metade
Eu sou uma farsa
Quando digo que está tudo bem
E não, não está tudo bem
Eu não me reconheço mais
Os traços dos meus desenhos estão fracos
Alguém cortou minhas asas
E finjo que sei voar desde então
Já ouviram falar do termo "pandorguear"?!
Eu nunca até o dia que o meu pai falou que eu pandorgueava demais. Segundo ele, pandorguear é a mesma coisa que devanear, sonhar acordado.
Aquele comportamento clássico do portador de TDAH.
Posso ver em seus olhos que você está nos deixando
Seus olhos sempre tristes, é como se soubesse que não iria ficar aqui
Você está me deixando
Fomos golpeados pelo destino
Trilhamos um caminho em direção a algo bonito
Mas você tomou o seu rumo
Correndo em um campo verde
Enquanto eu fico presa ao asfalto cinza dessa realidade hostil
Minhas lagrimas desabam como a chuva que alaga essa cidade
Seus olhos sempre tão tristes, é como se soubesse sua sentença
Me sinto culpada, e essa culpa pesa em meus ombros
Estou presa aqui, junto com todos os outros que você está deixando
Você continua correndo em um campo verde
Seus olhos dizem adeus, minhas mãos soam frias
Se sentimos culpados, se sentimos tão culpados
Esse show de punk
Esse show de punk vai me matar
Sinto que esses últimos dias foram perfeitos
Mas há uma orquestra de vozes na minha cabeça
Falando que sou um fracasso
Que sou descartável
Que devo culpar alguém
Talvez os meus pais?!
Eu não sei o que há de errado comigo
Estou quebrada
E os únicos que podem me ajudar
Não me estendem a mão
Meu coração pulsa cada vez mais forte
E me sinto claustrofóbica
Eu preciso mudar
Tomar medicamentos
Terminar todos aqueles livros
Aprender a fazer música
E aprender toda aquela matéria de matemática de anos atrás
Quero ser como você
Quero também que todos eles me vejam dessa forma
Quero suas roupas, seu semblante
Quero sentar ao seu lado
Em cima deste pedestal aonde te coloquei
Enquanto isso vivo neste chão imundo, me rastejando
Meu corpo está quebrado, e quem realmente sou vive escondido nele
Clamando todos os dias por liberdade
Enquanto isso interpreto o seu papel, porém sou uma péssima atriz
Eles sabem que sou uma piada
Ele pensa que sou vazia
Elas nunca sentem falta de minha presença
Um dia quem sabe, eu acordo do coma
Mas enquanto esse dia não chega, farei de tudo para roubar sua pele.
O tempo corre no relógio
Mas não consigo compreender a sua passagem
Minha mente navega em um mar turvo
Enquanto meu corpo fica preso a realidade
Anestesiado e imóvel
Olho para o reflexo dos meus olhos
Diante o espelho do banheiro
Eles me parecem tão cansados
Que horas são?